Um alerta sobre o êxodo de magistrados

Frederico Vasconcelos

Durante a sessão desta terça-feira (5/3) no Conselho Nacional de Justiça, o conselheiro José Lúcio Munhoz apresentou aos colegas, a título de alerta e para reflexão do colegiado, alguns números sobre o êxodo de magistrados, dados obtidos por comissão do CNJ que acompanha o trabalho de todos os tribunais.

Nos últimos cinco anos, 120 magistrados solicitaram exoneração para buscar outra carreira fora da magistratura.

No período, 328 magistrados postularam a aposentadoria antecipadamente com a mesma finalidade.

83 candidatos aprovados em concurso para juiz não tomaram posse, optando também por seguir carreiras fora da magistratura.

Ele citou o caso de concurso no Tribunal Regional Federal, com sede no Rio de Janeiro, em que os dois primeiros candidatos aprovados optaram por outra carreira.

O ministro Joaquim Barbosa comentou:

“Seguramente, a questão salarial deve ter pesado em cada um desses casos individuais”.

Comentários

  1. Como diria um nobre colega meu, ser juiz no Brasil é um CELIBATO. É o exercício de uma vocação em busca do bem comum, da Justiça! Mas, o fardo é pesado demais para tão pouco reconhecimento. Além do rendimento financeiro estar muito aquém do que merece um magistrado, diante de toda a sua responsabilidade, o êxodo de magistrados certamente está relacionado a fatores como renúncia da vida social, cobrança de metas e excesso de trabalho, ausência de segurança pessoal e da família, além do percurso por inúmeras cidades do interior até se alocar no local desejado. Isso tudo sem falar na enorme dificuldade de se ter uma vida familiar sustentável quando se é magistrado, o que é ainda mais grave no caso de magistradas, já que não é nada fácil exigir do companheiro que lhe siga para onde for qdo se é mulher, além de ser tecnicamente impossível cumprir todas as funções de esposa, mãe e profissional, sem criar atrito, já que a vida profissional exige o trabalho em fins de semana, impreterivelmente. Para mim, o que era um sonho, se tornou a última opção! Com pesar…

  2. O interesse pela magistratura está em franco declínio, conforme notícia extraída do portal do TRF5:

    “Primeira etapa do concurso para juízes teve uma abstenção de 41,9%
    O estado de Pernambuco gerou o maior número de inscrições
    O XII Concurso Público para provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto da 5ª Região teve um percentual de 41,9% de candidatos que não compareceram à prova objetiva, realizada no último domingo (3/03). De um total de 3.734 inscritos, 1.568 faltaram à primeira etapa. ”

    41,9% é um índice de abstenção expressivo! É mais um sinal que confirma o que todos já vêm dizendo…

    E há ainda quem diga que não vão faltar bons brasileiros para ocuparem as vagas, olvidando-se que muitas vagas se encontram ociosas há anos, porque nunca há aprovados em quantidade suficiente para seu preenchimento.

    O fato que muitos ignoram é que há outras carreiras mais interessantes e com remuneração igual ou melhor, sem todo a responsabilidade, a cobrança, a exposição e as restrições típicas da magistratura. Em algumas dessas carreiras, o recém-empossado já é lotado direto na capital, sem precisar fazer peregrinação pelo interior, como, de regra, acontece na magistratura.

    1. È preocupante por ser um tribunal federal. Quanto aos tribunais estaduais, aqueles parentes de alguns desembargadores vão adorar. Pode acreditar.

  3. Respeitando as opiniões antagônicas, prefiro adotar a ideia de que atualmente para o ingresso na Magistratura mais depende do ideal do candidato do que propriamente da remuneração. Isso porque, de fato, não só advogados, mais uma infinidade de profissionais, num só trabalho ganha mais do que um Juiz, cuja responsabilidade não se discute.
    Ser Juiz hoje é viver aprisionada no seu próprio mundo, tendo que pancar, inclusive, a própria segurança, ao posso que senadores, deputados, etc. muitos sem cultura alguma têm muito mais representatividade em nosso País. Isso é uma vergonha, como diz Boris.

  4. Juro por Deus! Como eu gostaria que vontade sadomasoquista de alguns se concretizasse. Queria ver retirarem as garantias da magistratura e todos os outros “privilégios”. Queria que achatassem seus vencimentos cada vez mais. Depois, quando os juízes não mais tivessem força para reagir, queria que esses mesmos imbecis que fizeram coro em desfavor dos integrantes do Poder Judiciário viessem correndo às barras dos Tribunais em defesa de seus direitos mais básicos, violados pelo próprio Estado ou por grupos econômicos. Mas aí, meus caros, já será tarde demais… o Poder Judiciário está enfraquecido, não tem mais independência, lembram-se???

    1. Perfeito, Rafael. Neste sentido, postei comentário no post acerca da “urbanidade” do presidente do STJ.

    2. Não vai demorar muito, Rafael. A nova LOMAN vem aí. Aí, em vez de vermos 5 mil candidatos para juiz, e 6 mil para MP, como hoje, veremos 7 mil para MP, 2 mil para juiz (proporção não muito distante do já ocorre em alguns Estados)

  5. É triste dizer isso, mas será que tem algum juiz que hoje aconselha seus amigos ou parentes a fazer a escolha da magistratura. E a questão, além da perspectiva decrescente quanto ao salário, também é de que o Juiz, hoje, é a Geni da nação. Todo mundo, embora não tenha conhecimento da realidade de um juiz, adora descer o porrete nos magistrados.

    1. Todos sabem a resposta, Paulo. “Faça concurso para juiz só se você quiser muito, sabendo que inúmeras outras carreiras têm mais vantagens e a cobrança é infinitamente menor”. Embarquei no meu sonho juvenil há 20 anos atrás, e hoje não há tempo nem razão para arrependimento.

  6. É triste e preocupante ver como o povo brasileiro é ignorante e leviano. Os comentários nesta página e em tantas outras revelam a mera reverberação do que a mídia publica. A maioria esmagadora não sabe nem 1/10 sobre a realidade dos juízes brasileiros. Atribuições, volume de serviço, pressão, mais de 12 hs. de trabalho/dia, mais de 30% de defasagem dos subsídios, nada de “privilégios”. Nós não somos seus inimigos. Acordem Acordem antes que seja tarde. Quando o processo de esvaziamento e enfraquecimento da magistratura terminar, será o último suspiro da democracia no Brasil.

    1. É brincadeira? Os magistrados brasileiros, em regra, têm como principal característica, a vaidade. Meu Deus, como são vaidosos! Mais de R$ 20.000,00 de salário mensal é pouco? Ora, menos de 1% dos brasileiros recebem esse salário. Além disso, a maioria dos magistrados tem vários assistentes, assessores e estagiários. Reclamam de barriga cheia, para se promover. Ridículo!

      1. Esse valor que você fala é bruto. Com descontos de IRRF e previdência social, a remuneração líquida dos novos juízes não chega, em regra, a R$ 12.000,00.

        1. O salário é bruto pra todo mundo, ora bolas. Mesmo quem recebe salário mínimo recebe esse valor bruto, então qual a finalidade de repetir à exaustão que o salário líquido dos magistrados é menor que o bruto?

      2. Pois é , Leonardo, e alguns ainda chamam a todos que ousam discordar de seus devaneios corporativistas de imbecis. Sinceramente, como cidadã e jurisdicionada , só me resta esperar que esses juízes que falam aqui( não todos, há exceções) não sejam um retrato fiel da magistratura brasileira, pois se a maioria tiver esse nível , estamos perdidos… Pobre Brasil…

        1. Leonardo e Carlla

          Essa questão salarial é fugir do foco da discussão. Algumas carreiras ganham mais, outras menos, sempre foi assim, e sempre será. Há 20 anos quem era gerente do Banco do Brasil ganhava mto bem e juiz uma micharia, hj em dia o contrário, amanhã só Deus sabe.

          Mas não é esse o problema.

          A magistratura é que assegura os direitos e garantias fundamentais básicas. O dir. de vcs escreverem essas tolices aqui e não serem presos, nem processados indevidamente, por exemplo, em ultima análise repousa no Judiciário.

          Então, vocês sabiam que são mentalidades como essas suas que ensejaram o Golpe de 64?? As Ditaduras sempre começam assim….com o enfraquecimento da democracia…

          1. Presa? Esse blog é uma verdadeira terapia do riso… A magistratura e não o Estado Democrático de Direito reinante no país é que assegura meus direitos fundamentais? Meu Deus, a coisa é mais séria do que parece.

  7. Caros, O debate é muito mais amplo. Há uma guerra política, no momento. É difícil para quem está fora do Judiciário enxergá-la. Fico admirada com as manifestações de algumas pessoas mal intencionadas e penso como o povo não conhece a Constituição e o valor do Judiciário. Vejam a história do Moleiro de Sans Souci, um episódio que ocorreu no século XVIII, imortalizado pelos versos do escritor francês François Andriex (1759-1833). Nesse conto, um simples homem do povo desafiou o Rei da Prússia, e informou-lhe que há Juízes em Berlim. Vejam só, um homem do povo, no século XVIII, enaltece a importância dos Magistrados e valoriza a independência dos Juízes, que não são vassalos do Rei. No século XXI, no Brasil, as pessoas não conhecem a Lei Maior e menosprezam a independência do Judiciário. Ao invés de debaterem o aperfeiçoamento do sistema e de desejarem os melhores candidatos para carreira da Magistratura, alguns leitores, deste veículo de comunicação, ridicularizam o sistema e os Juízes. Vejam o conto na internet, vale a leitura. O Conjur também apresentou uma entrevista com professores do Rio Grande do Sul sobre o tema. Vale a dica para quem curte história e um pouco de filosofia do direito.

  8. Êxodo de magistrados é brincadeira. Os concursos são disputadíssimos, por pessoas que investem tudo nisso, dinheiro, horas de lazer, uma vida social. Passar em concurso de juiz é altamente complexo, pois é uma das melhores carreiras do Estado. 120 pedidos de exoneração não são nada em cinco anos, há concurso que de uma só vez aprova essa quantidade. Até no norte do país a concorrência é absurda. Esse papo de êxito é inacreditável…

    1. Se os concursos são tão concorridos, a perda de mais de cento e vinte Magistrados por exoneração é grave. Antigamente, ninguém se exonerava do cargo de Juiz. Houve um tempo que a aposentadoria precoce de Magistrado era vista com maus olhos pelos pares. Hj, há um grande número de aposentadorias precoces. E muitos estão contando os dias para a aposentadoria. A tendência é o número de exonerações e de aposentadorias precoces aumentarem muito.

    2. no último concurso do trf3, aprovaram-se vinte e dois para a prova oral. detalhe, um concurso para dois anos. aliás, o teor da reportagem revela 120 por exoneração, 328 aposentados antecipadamente e 83 que não tomaram posse. em suma, 525. atentemos para os dados globalmente.

  9. Curiosidades: há alguns anos, juízes estaduais trocaram o cargo pelo de procurador da República, mais compatível com sua personalidade (os vencimentos eram equivalentes). Tempos depois, um juiz federal pediu exoneração para tentar êxito na advocacia privada; “rapidinho” desistiu, fez outro concurso e retornou. Mais recentemente, com os concursos para cartórios extrajudiciais, até desembargador pediu exoneração, assim como membros do Ministério Público. Portanto, parece muito arriscado generalizar.

  10. A magistratura é um trabalho como outro qualquer, não levará ninguém à riqueza. Quem quer ficar milionário, procure outra atividade.

    1. “A magistratura é um trabalho como outro qualquer”. Seria cômico, se não fosse trágico. Mas não fique triste, Daniel. Logo, logo, vamos chegar aonde você quer.

  11. Vocação é vocação. Há aqueles que, mesmo diante de tantas dificuldades, jamais trocariam a Magistratura e não deixariam a Toga por nada nesse mundo. Todavia, não há como deixar de reconhecer o óbvio: não é de hoje que existem várias carreiras bem mais sólidas e superiores à Magistratura.

    Por exemplo, o Juiz começa como “Substituto”. Há Juízes Substitutos da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho que chegam a ficar mais de 10 anos na condição de “Substituto”. Contudo, em várias carreiras, como no MPT, MPF, na Defensoria Pública e nas Procuradorias não há essa figura, já que, desde o ingresso, todos são considerados “titulares” e comandam o próprio gabinete.

    Os diversos ramos da Justiça, inclusive da Justiça da União, são regionalizados, enquanto que o MPF, por exemplo, tem estrutura nacional, de modo que os Procuradores da República chegam, por promoção, até Brasília, atuando junto ao STJ e ao STF, como Subprocuradores-Gerais da República. No mesmo sentido, o MPT também tem estrutura nacional, de modo que os Procuradores do Trabalho chegam, por promoção, até Brasília, atuando junto ao TST, como Subprocuradores-Gerais do Trabalho. O mesmo ocorre com os Defensores Públicos Federais e Membros da AGU em suas respectivas carreiras, que atuam perante os tribunais superiores e até perante o STF.

    Por sua vez, a carreira do Juiz Substituto, quando muito, e com bastante sorte, terá como ápice o cargo de Desembargador, atuando em nível meramente regional.

    A título de exemplo, os Membros do MPF e do MPT têm direito a uma série de benesses às quais os Juízes não fazem jus, como licença-prêmio, gratificações, parcelamento de férias, licenças para cursos mais flexíveis (salvo engano, o próprio Ministro Joaquim Barbosa, quando Procurador da República, estudou no exterior), além de diárias em valor bem mais elevado. Quanto ao estudo, no MPF salvo engano é possível também a concessão de lotação provisória no lugar onde o curso de pós-graduação é oferecido.

    Nesse contexto, estima-se que um recém-empossado membro do MPF/MPT, salvo engano, ganha algo em torno de R$ 3.000,00 (três mil reais) a mais por mês que um Juiz Federal Substituto ou Juiz do Trabalho Substituto, com 10 anos de carreira.

    O relacionamento entre Magistrados de diferentes instâncias é mínimo, havendo na prática uma relação hierárquica de fato. Não sei se é folclore, mas existem conversas que dão conta de que, em alguns Estados, os Juízes Substitutos não podem sentar à mesma mesa que os Juízes Titulares para tomar café.

    Em outras carreiras, como Procuradorias da Fazenda Pública, Defensorias Públicas e Ministérios Públicos, a relação entre os membros é muito mais respeitosa, ou seja, há uma relação entre colegas.

    Quanto ao volume de serviço, o MP, a Defensoria e as Procuradorias Fazendárias atuam apenas numa pequena fração dos processos, e sempre de forma especializada, o que inevitavelmente otimiza o trabalho, ao contrário do que se dá com os Magistrados, que por razões óbvias atuam em todos os feitos em trâmite perante a Vara, e sempre como “clínico geral” (contratos, obrigações, família, inventários e partilhas, criminal, administrativo, tributário, infância e juventude, comercial, registros públicos, eleitoral, falência e recuperação judicial, etc.), sem contar as atribuições correcionais (corregedoria permanente da sua própria unidade judicial, das serventias extrajudiciais, das unidades de acolhimento de menores, dos estabelecimentos prisionais etc.).

    A Magistratura tem sido considerada uma atividade cada vez mais “pesada”. As atribuições aumentam dia após dia. A sobrecarga de trabalho chega a ser desumana. Os Juízes são cobrados por produtividade e celeridade. Pululam os casos de doenças funcionais e estafa mental de Juízes. É evidente o prejuízo à qualidade de vida do Magistrado e ao convívio familiar, sendo também cada vez mais comum que o Magistrado, absorvido quase que integralmente pelo serviço, deixe em último plano os filhos, acarretando conflitos familiares.

    1. Prezado Godoy,

      É isso!!! chek mate ( acho que escreve assim ). Vc falou tudo. O que aconteceu foi o seguinte: As lideranças deixaram as outras categorias encostar na Magistratura, depois essas categorias que usaram a Magistratura como pano de fundo, ultrapassaram a Magistratura na questão remuneratória. Fizeram de um Juiz um ” bibelô”, colocaram ele no pedestal, mas, esqueceram dele, como um servidor público de carreira. Tem que abrir a carreira, criar mais promoções ( sem picaretagem ), na moral e meritória. Dar condições de trablaho ao juiz de primeira instância especialmente aquele lá do interior do país. Algumas pessoas tentam falar isso toda hora, mas, parecem que não entendem, preferem ficar sendo tratados como ” deus ” sem as promoções e respectivamente sem dinheiro no bolso. Tem que criar promoções, Juiz I, Juiz II, Juiz III, Desembargador, Desembartgodr I etc. Com salários justos e reconhecimentos meritórios. AH, valorizar a advocacia também, vcs ganharão bons aliados. Desçam do pedestal e venham fazer uma nova magistratura. O povo nunca será contra vcs, apostem nisso. Sem nepostismo, com concurso limpos, sem portas de fundos, acho que é isso, senão me desculpem, pois, não estou normal hj.

    2. “Quanto ao volume de serviço, o MP, a Defensoria e as Procuradorias Fazendárias atuam apenas numa pequena fração dos processos, e sempre de forma especializada, o que inevitavelmente otimiza o trabalho, ao contrário do que se dá com os Magistrados, que por razões óbvias atuam em todos os feitos em trâmite perante a Vara, e sempre como “clínico geral” (contratos, obrigações, família, inventários e partilhas, criminal, administrativo, tributário, infância e juventude, comercial, registros públicos, eleitoral, falência e recuperação judicial, etc.), sem contar as atribuições correcionais (corregedoria permanente da sua própria unidade judicial, das serventias extrajudiciais, das unidades de acolhimento de menores, dos estabelecimentos prisionais etc.).”

      Desculpe, mas vc não deve conhecer as atribuições do Ministério Público, que tem atribuições judiciais e extrajudiciais.

      Além disso, falando sério, não sei se, EM GERAL, há este volume de trabalho muito maior de Juizes em relação a Promotores/Procuradores. Nas Varas Crime, todo os processos em que o Juiz fala, o MP também. Na Vara de Família, o mesmo. Fazenda Pública, grande parcela das ações o MP fala e outra parte é ajuizada pelo MP. Apenas em Varas especializadas no cível ou consumidor é que o juiz trabalha mais (na verdade, em geral, trabalha sem o MP porque o MP não fala em nenhum dos processos).

      Vc já viu juiz de direito ter atendimento ao público? Poucos fazem! Pouquissimos! Alguns nem advogados querem atender. O MP atende diariamente o cidadão.

      O MP tem uma série de procedimentos para instruir, como inquérito civil, p. ex.

      O Juiz administra o forum?! O MP administra a Promotoria (já temos prédios proprios do MP em diversas cidades).

      Essa comparação de volume de trabalho entre MP e Juiz é absolutamente desnecessária.

  12. Vejo abaixo comentários, data venia, desprovidos totalmente de bom senso!

    A carreira do Magistrado não acabará, está havendo uma secção, é fato; vai deixar cicatrizes? certamente.

    Porém, trata-se de uma adaptação aos novos tempos exigidos pela EC 45, vale dizer: pela sociedade brasileira, a qual determinou com ou sem razão, (não adentro no mérito) “abrir a caixa preta do judiciário”, conforme aludido pelo legislador naquela ocasião.

    Quanto a remuneração dos Advogados basta notar que, no mais das vezes, sua remuneração está condicionada ao êxito obtido ao cabo da ação.

    Dessarte, para ver a pequenez dos seus ganhos mensais, faça a seguinte operação: divida o valor obtido no processo pelos meses de trabalho dedicado à causa e cheguem às suas próprias conclusões!

  13. Agora, está chegando a hora da verdade, saber quem é quem na magistratura. Enquanto nadavam em benesses, ninguém fazia nada, ficavam caladinhos, agora, diminuiu um pouquinho o poder de compra, lá vem chororô de toda ordem. Ninguem é obrigado a nada, muito menos ser funcionário público. Caiam fora aqueles que so pensam em dinheiro, caiam fora, e deixem quem queiser trabalhar entrar ou ficar onde está. O poder é do povo, nenhum servidor é dono de nada, muito menos dono do cargo de juiz. Isso me dá ódio, essa conversa fiada. Saim, faça como eu fiz um dia, sair de um emprego público e nunca mais falei nele, era concursado há mais de 10 anos.

    1. não precisa do sair do serviço público, há muitas procuradorias que além de subsídio gratificam-se com honorários. quem acha que no serviço público ficará rico, está redondamente enganado, mas o que nós vemos é o empobrecimento paulatino, ano após ano. o melhor é tentar um outro concurso. esta tese de que não satisfeito, peça as contas, é usada por muitos políticos em greves de professores, exemplo gritante da racionalidade como enfrentamos a qualidade da educação. resultado? ninguém quer ser mais professor. depois, não sabemos o motivo…

    2. Não precisa sair do serviço público, pois há outras carreiras bem interessantes e mesmo com remuneração por subsídio equivalentes aos magistrados, mas que pagam honorários advocatícios. Vejam-se as procuradorias. Há, inclusive, pec tramitando com parecer favorável da ccj na câmara neste sentido.
      Ninguém, de fato, é obrigado a ficar no serviço público. Aliás, engana-se quem pensa que ficará rico no serviço público, entretanto, o que nós vemos é um empobrecimento agressivo dos que estão nele. Por outro lado, nós vivemos num sistema capitalista, onde todos precisam pagar para ter acesso a bens como educação, saúde, alimentação, lazer, moradia, dentre outros.
      Ademais, é claro que o poder emana do povo, para o povo e em função do povo, ao qual devemos lealdade todos os dias. Os americanos, inclusive, quando assumem como servidores juram lealdade não aos EUA, mas ao povo americano. Entretanto, os mandatários neste país, governantes, sempre se valem do discurso recomendatório da exoneração aos descontentes, quando há greve na saúde e na educação. Enquanto isso, este mesmo povo não entende porque não há médicos nem porque ninguém se interessa mais pelo magistério. Devemos, sempre, suportar o peso de nossas escolhas.

    3. Marcelo,
      É uma questão mercadológica, se o bom profissional tiver um convite melhor remunerado, ele deixará o serviço público. Os magistrados têm família, o sacrifício pessoal tem limites. Não é uma questão apenas econômica, mas de se valorizar. Os melhores e bem qualificados devem ser valorizados por sua capacidade. Isto ocorre em qualquer corporação. Por isso, hj, a Magistratura perde os melhores candidatos, pois eles se sentem mais valorizados em outras atividades. Quem perde com isso? A população que não terá mais os melhores candidatos na Magistratura.

    4. Marcelo, Com certeza, o poder emana do povo e em seu nome é exercido. Mas todos os funcionários públicos, tb, pertencem ao povo. Não estamos fora do sistema. E, no final, vc tem razão: cada um tem o governo que merece.
      Se o povo quiser os melhores Magistrados, deve pagar o valor do serviço, senão qualquer um serve.
      Procurar um ambiente que nos valoriza é um direito do homem.
      No futuro, o seu desejo se concretizará: os melhores candidatos não ficarão na Magistratura e os que estão, hj, irão se retirar, esta é a temática do Estudo do CNJ. Muita gente ficará feliz com o sucateamento da Magistratura.

    5. Perfeito, Marcelo, tudo na vida é uma questão de opção, o serviço público tem vantagens e desvantagens, sendo que o cargo de juiz é um dos mais vantajosos de todos, inclusive no aspecto salarial, o problema é que os senhores em questão querem ficar ricos no serviço público, sob o “argumento” de uma suposta superioridade que só existe na cabeça deles, e movem céus e terras para não perder privilégios que não mais se justificam no Brasil de hoje. Qual o drama de 120 exonerações em 05 nos? Se preferiram advogar qual o problema? Vão usufruir da liberdade e dos riscos da profissão liberal, exercendo munus público de igual importância, afinal sem advogado não há Justiça. Se foram para outras carreiras públicas dentre as funções essenciais à Justiça, menos estranho ainda, os concursos são abertos a todos os que possuem os requisitos exigidos, nada mais normal do que mudanças de cargos. Enfim, cada um que busque sua vocação e sua felicidade, de preferência com os pés na terra.

    1. Augusto, A Denilza é a prova que o povo está iludido com as condições da carreira da Magistratura. Temos que informá-los sobre a realidade dos novos tempos.

  14. Os operadores do direito não querem mais a magistratura porque hoje existem carreiras muito mais atraentes e que não são atacadas diariamente com ilaçõe injustas e generalizantes. Os juízes hoje são a ” geni ” da republica…

  15. Moisés Anderson o magistrado não trabalha apenas por férias em dobro, pois o serviço não hora de acabar, muitas vezes, começa às 9:oo horas da manhã e seguinte até 24:00 horas. Na época eleitoral o juiz é considerado padeiro pois trabalha toda a noite para o resultado sair mais rápido. Lembro-me, que em 1989 o magistrado ganhava cem salários mínimos, hoje não chega a quarenta. Não tem ajude de correios, passagens aéreas e despesas de gabinete, etc. Por issso muitos advogados ganham em uma causa o salário mensal do juiz.

  16. A carreira de Magistrado não atrai como antigamente, infelizmente ficaremos com Juízes menos qualificados ou sem estes, resta saber o que é pior para o Poder Judiciário e seus jurisdicionados.
    Devem ser bom para alguém (Executivo) tal quadro que se avizinha, como uma tragédia anunciada.

    1. O CNJ e ENFAM não deixam o magistrado sem qualificafação, pois, hoje. Marcelo, temos as Escolas da Magistratura, que estão atualizando os juízes, em todos os ramos do direito , sendo obrigados a participarem. Não se preocupa a sentença sairá bem fundamentada e equilibrada.

  17. Se isso surpreende alguém, certamente não serão os magistrados… A precarização da carreira não se aproxima. Ela já é uma realidade!

    1. Carreira precária? Vá dar expediente num hospital, escola ou outra repartição pública que você vai ver o que é precariedade ? Só Maria Antonieta bate um disparate desses.

  18. O Ministro está equivocado. Seguramente a questão salarial não foi o único fator sopesado em cada um desses casos individuais.
    O desiteresse pela magistratura é fato que vem se tornando cada vez mais evidente. A carreira não é atrativa. O número de inscritos em concursos diminui cada vez mais, na contramão do que se verifica em concursos para outras carreiras.

    1. O Min. está certo, assim como você, pois não consta que ele disse que a questão salarial foi o “único fator sopesado”.

  19. Fico imaginando trabalhar em uma estrutura engessada como o nosso Judiciário, tendo consciência que vou trabalhar muito para decidir sobre um caso e não vai adiantar nada, pois, com os recursos e as diversas instâncias não haverá punição. Deve ser muito frustrante, digno de desistência!!!!

    1. Sergio a não ser que você decida contrária a lei, ou corrente dominante. Se você estiver um dia no quadro da magistratura, hoje, vai descobrer que o gesso foi retirado pelo Conselho Nacional da Magistratura, o desembargador não persegue mais o magistrado corajoso. A carreira não é frustante e sim muito linda, principalmente, quando o juiz trabalha no interior, pois Ele é: pai, amigo, financiador, justiceiro e aquela pessoa que a sociedade confia para contar seus problemas. Faça um concurso par magistratura e comprove.

      1. Certa vez um colega magistrado no interior me relatou que para JUIZ no interior as coisas (lavar o veículo, p.exemplo) eram de graça ou acima do preço normalmente praticado.

        1. E complementando, certo dia a Polícia conduziu um menor de idade até a casa do Magistrado (final de semana) para saber como proceder etc, quando o menor gritou do veículo “DR sou Eu fulano, filho da manicure de sua mulher”.
          A manicure, consequentemente, perdeu uma cliente…rss

      2. O povo está achando que o Magistrado decide contra a lei. Pr.ecisamos aprimorar o marketing institucional com urgência. Isto é grave

  20. Muitos profissionais da área do direito, pelo conhecimento e a competência que possuem, têm mais retorno financeiro, liberdde e autonomia, do que viver a mercê das regras e dos limites impostos pela magistratura.

      1. Quando você trabalha com amor e Deus no coração não tem medo de perder nada. A vitaliciedade é uma das garantias do magistrado, temos outras mais essenciais.

        1. Com certeza, os candidatos que não conseguirem as melhores carreiras. A Magistratura deveria ser o ápice do funcionalismo, por isso é o Teto do Funcionalismo. Mas, como ninguém entende isso, talvez, eu tenha que fazer um gráfico para que o tema fique mais didático.

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