Na cadeia, desmatador tem cafeteira, internet e até aparelho de ginástica
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) vão encaminhar ofício à Justiça Estadual e à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) para pedir o fim de privilégios concedidos na prisão a Ezequiel Antônio Castanha, considerado o maior desmatador da Amazônia.
Ele foi preso no último dia 2/2 pela Polícia Federal e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Em vistoria realizada na manhã desta terça-feira (10) ao presídio municipal de Itaituba, no sudoeste do Estado, a promotora de Justiça Juliana de Pinho Palmeira identificou que na cela de Ezequiel Antônio Castanha há uma série de regalias não autorizadas pela Justiça, como aparelho de ginástica, cafeteira, placa de internet e impressora.
O único equipamento liberado pela Justiça encontrado na cela é um notebook.
Informada da inspeção realizada pelo MP-PA, a procuradora da República Janaina Andrade de Sousa também acompanhou a vistoria ao presídio.
A prisão é resultado da operação Castanheira, realizada em agosto do ano passado com o apoio do MPF e Receita Federal.
Segundo o Ministério Público do Estado do Pará, os organizadores da operação desmontaram a maior organização criminosa especializada em grilagem de terras e crimes ambientais na região de Novo Progresso, no sudoeste paraense.
O grupo invadia terras públicas, desmatava e incendiava as áreas para formação de pastos, e depois vendia as terras como fazendas. O dano ambiental, já comprovado por perícias, ultrapassa R$ 500 milhões.
O MPF denunciou à Justiça 23 integrantes da organização, que podem responder por um total de 17 tipos de crimes e ficar sujeitos a penas que variam de 13 a 55 anos de cadeia.