Algumas oitavas acima
Frederico Vasconcelos
Do jornalista Elio Gaspari, em nota sob o título “Pegou pesado”, em sua coluna neste domingo na Folha e no “O Globo”:
A doutora Eliana Calmon perdeu o tato. Há juízes despreparados, venais, politiqueiros e preguiçosos, mas “vagabundo” está mais para o vocabulário dos “Caveiras” do Bope do que para uma ministra do Superior Tribunal de Justiça. Essa é a palavra que policiais e carcereiros usam para se dirigir a delinquentes.
A ministra falhou e ainda não apresentou nada de consistente além de oratória.
Não adianta, a ministra Eliana Calmon está igual ao Lula, nada cola nela, a imprensa tem poupado a ministra e não tem dado trégua ao Judiciário.
Vou reproduzir aqui o comentário que coloquei em outro tópico:
Dessa vez, não houve generalização por parte da Ministra, que teria utilizado a expressão “uns poucos vagabundos”. No entanto, a palavra vagabundo, assim como a expressão “bandido de toga”, parece ser escolhida a dedo para gerar efeito midiático. Esse, para mim, é o principal problema: a aparente tentativa da Ministra de “jogar para plateia”. Qual será a próxima expressão bombástica (vigaristas? trambiqueiros? Picaretas?)? O comedimento no linguajar é dever de todo magistrado.
Essas expressões bombásticas só servem para dar título a notícias da imprensa e alimentar a presença constante do Poder Judiciário na mídia, de forma negativa. O que foi feito de concreto até agora?
Elio Gaspari está muito sensível. Qual a diferença entre juiz preguiçoso e vagabundo? O primeiro é mais “fino”? O segundo é usado por policiais? E dái? São a mesma coisa. É muita frescura no meu ver. O problema é que não a deixam trabalhar em paz. A todo momento ficam criando empecilhos. A todo momento ficam pertubando e provocando a ministra. Se ela fosse deixa em paz fazendo seu trabalho de corregedora, garanto que tais palavras “chocantes” não sairiam de sua boca. Por que simplesmente não a deixam quieta para fazer o que está sendo paga para fazer e vejamos o resultado?
Se excedeu, mais uma vez. Triste.
Não vejo desta forma pessimista. Entendo que se extrai do pronunciamento de Calmon apenas as palavras negativas, assim, tirando do contexto, em claro viés de interpretação.
Ora, a Ministra afirmou que é minoria ínfima, querendo apenas meios para que o CNJ a investigue e, consequentemente, possa afastá-la.
Repito, minoria ínfima.
Sob outro prisma, qual Magistrado se sentiria incomodado de explicar, diga-se, sigilosamente ao colega Magistrado do CNJ, movimentação financeira atípica identificada pelo COAF?
A partir desta premissa básica, conclui-se que não há motivos práticos para tanto conflito e resistência.
Assim, a celeuma, repercussão na mídia e toda esta adrenalina, não se deu pelas investigações e prováveis resultados, mas quando surgiram dados e impediram de usá-los. Que é direito a resistência das associações, não há o que questionar, no entanto, é este o resultado prático, dúvidas lançadas ao vento. E convenhamos, há dados que causam no mínimo estranheza.
Por outro lado, cobram-se nomes de imediato, no entanto, se os dados não forem dissecados, não será Calmon quem lançará injusta sombra sobre todo o Poder, será a história, pois não terá como identificar a ínfima minoria.
Por fim, como sempre lembra, Calmon não está contra a Magistratura, pois ela própria Magistrada. Do mesmo modo, não está o povo contra os Magistrados, pois são eles também parte, sangue, do mesmo povo.
Olá! Caros Comentaristas! E, FRED! Quando se cria um MONSTRENGO arbitrário, ilegal, inconstitucional, verdadeira deixa para um TRIBUNAL DE EXCEÇÃO em nome da MORALIDADE, ou melhor, da ILUSÃO embutida na idéia de MORALIDADE, HIGIENE e LIMPEZA, renovam-se os MALDITOS conceitos ÉTICOS contidos nos discursos HITLERIANOS, e, de um momento para o outro os ESCOLHIDOS-PERSEGUIDOS com ou sem razão, viram VILÕES e, precisam ser ELIMINADOS. Modernamente e hodiernamente, no dizer de José Afonso acima, é uma questão de comunicar ao POVO o que o POVO iludidamente, acredita ser e, que em VERDADE NÃO é e, JAMAIS será! Afinal, um POVO CÍNICO merece o discurso popularesco que lhe cabe. cni e coaf a VERGONHA do BRASIL pela ilegalidade e inconstitucionalidade de seus ATOS e, pronunciamentos DESASTROSOS e DESRESPEITOSOS. VIVA a SOBERBA, PREPOTÊNCIA e MEDIOCRIDADE, por sinal, MEDIOCRIDADE JURÍDICA! OPINIÃO!
O STF julgou as atribuições do CNJ constitucionais. Acabou. Ponto final.
Obviamente falou para a “patuléia”, como diz o Gaspari, e não para a classe. E se excedeu, mais uma vez. Deveria responder a processo adminstrativo, pois tal linguagem chula, nãol é própria de magistrado.
Feriu o próprio código de ética do CNJ
Olá! Caros Comentaristas! E, FRED! Olá Caro Joaquim, como vai? Perfeita sua observação e acrescento: Quem disse que o cnj possui código de ética? Os desatinos da corregedora quanto aos ATRIBUTOS desqualificadores dos Juízes/as, Magistrados e outros, é da maior IRRESPONSABILIDADE e INCONSEQUÊNCIA. Coisa de aspirante a TRIBUNAL DE EXCEÇÃO. Por sinal, proibido no BRASIL. Coisa de TOTALITÁRIOS e ditadores/as. OPINIÃO!
Linguagem de baixo nível! Isso não melhora nenhum instituição. O que melhora é relatar e julgar os processos disciplinares… Dar entrevista em tom generalizante (não aponta nomes nem números reais) não resolve nada! Só faz agitação na imprensa e traz mais descrédito ao Judiciário.
Só posso lamentar tais expressões, já que ela atinge, sem sombra de dúvida, toda uma instituição (o Poder Judiciário), e não apenas os magistrados a que elas são e deveriam ser dirigidas nominalmente. Aliás, quem são eles? Por que ela (Calmon) não divulga logo os nomes desses magistrados que, segundo suas palavras, são “vagabundos”? Como disse o comentarista josé afonso, embora o “povão” só entenda o problema assim, isto é, expresso dessa forma deselegante e imprópria para uma ministra, não precisaria de palavras tão genéricas, a ponto de menosprezar e por no fim do poço um dos poderes da república brasileira, que, a bem ou mal, ainda é a última trincheira do povo contra o poder ditatorial do estado. Se tal expressão fosse utilizada por um juiz de primeiro grau, coitado dele, já estaria sendo representado no CNJ e, possivelmente, com os seus dias contados na magistratura.
Que pena! Espero que a instituição (Poder Judiciário) possa sobreviver a tudo isso e não ser levada ao ralo como os demais poderes da república já o foram pela imprensa marrom. Estes, aliás, estão adorando tudo o que está havendo em desfavor do Poder Judiciário, pois o foco que estavam sobre eles foi desviado. Enquanto isso… eles aproveitam para continuar as suas atividades políticas que, diariamente, são divulgadas nas primeiras páginas dos jornais.
Sim, devia respeitar os colegas e não agir com soberba. São colegas. Não é por se Ministra e Corregedora que não devia respeitar a classe. Judiciário não devia ser palco para política e sim a boa técnica jurídica.
O modo como se escolhe a palavra não muda o significado, mas muda o alcance. Apesar de Calmon dirigir-se primariamente aos colegas, com a finalidade de que a ajudem, também esclarece suas opiniões ao povo, pois estava no Legislativo, a casa do povo. Assim, cumpre a função do comunicador que é chegar ao comunicado e não o contrário.
Usar termos ou modos de expressão complexos e sutis podem ser considerados mais educados e civilizados, no entanto, infelizmente não são inteligíveis para a maioria do povo.
Transcrevo um exemplo, a entrevista do Douto Ministro Gilmar Mendes no Estadão, da qual vislumbro uma assertiva mais grave, in verbis:
“Pressão eventualmente política, inclusive. Quem conhece a estrutura de alguns tribunais sabe que isso pode ocorrer e vem ocorrendo”.
Basta ter pensamento abstrato para ver a dimensão do problema trazido à mesa pelo Douto Ministro. No entanto, apesar de estar no nível acadêmico solicitado, quem do povo entendeu?