Goiás: “Imensa teia de contatos políticos”
Reportagem de Fernando Mello e Filipe Coutinho, na edição deste sábado na Folha, revela que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na semana passada pela Polícia Federal, teve influência na “nomeação de dezenas de pessoas para funções públicas no Estado de Goiás”, segundo despacho do juiz que decretou a prisão.
“Caberá à instrução desvendar e aclarar se Cachoeira manda de fato, ou pelo menos exerce fortíssima influência, na Secretaria de Segurança Pública”, escreveu o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da 11ª Vara Federal de Goiás.
Segundo a reportagem, o despacho foi baseado nas apurações do Ministério Público Federal, segundo as quais Cachoeira “possui amigos, contatos e ampla penetração nos órgãos integrantes da Secretaria de Segurança Pública” de Goiás.
O senador Demostenes (ex-MP) tem muito que explicar. Mas desse mato não sai cachorro, nem gato ou cobra. Agora dá para entender o seu interesse em atacar o Judiciário, como forma preventiva de se defender antecipadamente.
Não creio que o Estado de Goiás dê condições seguras de apuração dos fatos ocorridos. A contaminação é tamanha e alcança políticos e poderes que justificariam uma intervenção. Porém, se quando políticos e procuradores assaltaram o Governo do Distrito Federal à luz do dia não se justificou uma intervenção, provavelmente os fascínoras ficarão livres no Goiás também.
Que comentário infeliz. “No” (sic) Goiás, existem muitos magistrados e membros do MP honestos. Banaliza-se, e muito, o instituto da intervenção, como se o Estado não tivesse condições de julgar as pessoas.