“Afinal, o que pretende o Doutor Wedy?”
O texto a seguir, enviado ao Blog no último dia 10, é de autoria de Roberto Modesto Jeuken. Juiz Federal desde 1/2/1995, o autor é titular da 7ª Vara Federal de Ribeirão Preto (SP), desde novembro de 1998.
O que afinal pretende o Doutor Wedy ?
No encontro nacional nada adiantou acerca do Mandado de Segurança com a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e ANAMATRA (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) contra a nossa corregedora nacional, e nos estertores do ano judiciário assina procuração (detêm legitimidade jurídica para tanto, mas não avisto a moral por conta do silêncio no encontro) para o mister.
Desde então a AJUFE ficou a posar de “papagaia de pirata” nos ombros da AMB, a meu ver jogando ao léu o patrimônio moral e a respeitabilidade conquistada a duras penas por administrações anteriores. Responde “automaticamente” até os “espirros” da corregedora Eliana, nossa colega “de carreira”, foi substituta, titular, desembargadora federal e agora é ministra, dignificando a carreira dos juízes federais, “da federal”. Se dependesse só deste pobre juiz, estava “automaticamente” reconduzida para mais um biênio no Conselho Nacional de Justiça – precisa terminar o que começou.
Não obstante as reiteradas notas de repúdio à corregedora nacional, nenhuma palavra acerca da manifestação do ministro Gilmar Mendes quanto ao alardeado fim do “foro privilegiado”. Para situar os navegantes, e talvez o próprio Doutor Wedy, o ministro falou que a “primeira instância não trabalha”. Isto não equivaleria a chamar os juízes de “vagabundos” também? E nenhuma notinha sequer a respeito – silêncio total.
Precisou um juiz de direito gaúcho falar por si, fazendo as vezes da associação dele no Estado. Da AMB, certamente, também. E para mim serve como nota da AJUFE. Creio que aqui mesmo neste blog e/ou no CONJUR há poucos dias.
Afinal, o que pretende o Doutor Wedy?
Nem minhas duas ou três respostas a notas da AJUFE (uma delas repudiando o ato da OAB em defesa da nossa colega “de carreira” Eliana Calmon) a AJUFE divulgou para todos os associados, embora tenha eu reiterado este pedido. É ver meu e-mail em reposta “quase que automática” a divulgação da nota no e-mail institucional, tão logo por ela divulgada. Reitero-o novamente, aqui e agora.
Vale dizer, a AJUFE pode entupir nossas caixas de e-mails com o que bem entender, mas não se digna a divulgar as manifestações de seus associados, mesmo quando estes solicitam. Assim, temos que lavar a roupa fora de casa. No meio da rua. Paciência.
Então o que pretende o Doutor Wedy?
Não sou candidato a qualquer cargo associativo que seja. Não votarei nas chapas inscritas, a exemplo de anos anteriores. Apenas vejo as coisas (do meu jeito, é certo) e às vezes (em dezesseis anos de magistratura deve ser a primeira vez que assim procedo – no máximo, é uma das duas ou três vezes – jamais em época eleitoral) e creio ser de utilidade dizer o que penso aos demais pares.
Respeito profundamente, como não poderia deixar de ser, o entendimento (silêncio também é entendimento) da carreira.
Carlos, venha ver o “suntuoso” prédio da Justiça Federal de minha cidade. Foi feito com prédio doado pela prefeitura. Fica ao lado e uma escola Estadual. A Justiça Federal em Guaratinguetá vive em prédio alugado. Não têm paredes: só divisórias. O aluguel e as contas de energia são pagas também pela CEF.O prédio da Escola é mais bonito. As contas de água e luz são pagas pela CEF. Como eu disse: vão um dia “na Federal ou na Justiça do Trabalho” para conhecer seus problemas. São José dos Campos atendem mais de 13 cidades. Infomem-se antes de falar o que não sabem.
Roupa suja se lava em assembleia da AJUFE… Não aqui onde a plateia nada tem a ver com os acertos e desacertos dessa associação.
Aliás, o autor do artigo parece pensar que os juízes federais são uma casta superior.
Que pena. Esqueceu que vários colegas DA FEDERAL estão afastados e condenados por corrupção. Alguns pegaram até cadeia em SP.
“da Federal” existe um livro inteiro esmiuçando pilantragens: Juízes no Banco dos Réus. Da Federal! Da Federal!
Pelo menos “os da Federal” estavam nos bancos dos réus. Foram punidos. Muito bom. Aliás “os da Federal” sempre dão exemplo. Pena que o resto (o resto) não segue o exemplo.
Os ‘da federal’ com suas ações previdenciárias julgam-se muito superiores, lamentável. Pois é o ‘resto’ como sua Excelência Everaldo Macieira denomina que carrega o piano do Judiciário deste país.
Já entrou numa Vara Federal ou do Trabalho? Quando entrar, me avise.
As justiças federal e do trabalho contam com poucas varas distribuídas em poucas cidades e ainda contam com dinheiro farto direto da União, que proporcionam aqueles edifícios suntuosos, acarpetados e refrigerados. E ainda têm a vantagem da competência limitada a questões singulares, 98% iguais, com procedimentos repetitivos que se tornam ainda mais fáceis por causa da “cola” no computador. Assim é fácil ser da “elite”. Espero que a minha sobrinha passe no concurso para levar uma vida de rainha, sem correr perigo. O adjetivo “Federal” tem muita pompa, tanto é que os juízes de segunda instância da justiça federal se autodenominam “DESEMBARGADORES FEDERAIS” e até “DESEMBARGADORES FEDERAIS DO TRABALHO” Enfim, juízes federais e do trabalho são, na prática, funcionários públicos de alta escalão, tipo auditor da fazenda nacional, procurador do trabalho, analista do senado, advogado da União, etc, profissões que não correm perigo se comparadas às mesmas atividades no âmbito estadual, pois, normalmente, não ficam cara a cara com o povo. Esta é a verdade. Quanto aos serventuários, já existe uma PEC – acho que a 99 – que vai elevar o salário do servidor da justiça estadual ao mesmo nível da justiça federal! Vai ficar todo mundo no mesmo patamar. Acho justo, pois o servidor da justiça estadual trabalha muito mais que o servidor da justiça federal. Se Deus quiser, a PEC 99 vai ser aprovada e sancionada.
A PEC da isonomia entre servidores das justiças estadual e federal é a de n° 190/07. Fica aí a correção!
É verdade! SEMPRE dão o exemplo. Principalmente os ruins! Rsrs…
“Planilha revela indenizações milionárias a 5 desembargadores do TJ-SP”. Depois dizem “que é só da Federal”…
As indenizações são referentes a dinheiro de auxilio moradia que só cinco receberam, ao contrário dos ‘da federal’ em que todos receberam indenizações milionários, inclusive Eliana Calmon ‘da federal’ (420 mil para ser mais exato (exato)), e ainda retroagem ilegalmente (melhor, sem lei) auxilio ‘alimentação para todos os ‘da federal’. Cade o CNJ nos “da federal’ que receberam auxilio alimentação com base em resolução e ainda retroativo. A propósito, se juiz federal chama outros juízes de ‘resto (o resto)’ imagina como trata partes, advogados, procuradores, esposa e filhos. Por estas e outros que realmente existe razão nas críticas aos juízes, inclusive os ‘da federal’, ‘da federal’.
Fabiano, se me permite complementar: com a palavra os boquirrotos – melhor, boquirrotos seletivos – Wedy, Gilmar, Eliana, Ophir e Damous
Escreve isso tudo para elogiar a Corregedora do CNJ que viola o próprio código de ética da Magistratura? Fica difícil dar crédito as palavras críticas de Vossa Excelência.
Não entendi reforço à expressão “da federal”, “da federal”. Seria algum atestado de moralidade. Se for, lembro de Rocha Mattos também é ‘da federal’, ‘da federal’. Esta pretensa superioridade que os federais acham que possuem só contribui para o enfraquecimento da magistratura.
Não existem instituições imunes sr. Fernando, mas a nível federal é sabido que as coisas funcionam bem melhor que na maioria das instituições regionais. Só não vê quem não quer.
È Doutor Wedy, agora V.Exa., tem realmente a que dar uma explicação. Ainda, existe Juiz em Ribeirão Preto, parabens ao articulista.
Já disse algumas vezes e repito novamene. Senhores juízes federais que honram a toga e fazem da magistratura um sacerdócio: salvem a AJUFE!
Com a palavra, o Doutor Wedy.