“Ela sabia do que estava falando”
Do editorial do jornal “O Estado de S. Paulo“, sob o título “Os ‘bandidos de toga'”, que trata das investigações realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no Tribunal de Justiça do Tocantins:
Elaborado com base em quatro anos de investigação, o diagnóstico das graves irregularidades do Tribunal de Justiça do Tocantins mostra como 4 dos 12 desembargadores da Corte – com a cumplicidade de 3 serventuários judiciais, 2 procuradores e 7 advogados – montaram um esquema de venda de sentenças.
Eles negociavam favores a políticos do Tocantins. Cobravam propinas para liberar pagamento de precatórios. Confiscavam parte dos salários de assessores por eles indicados para cargos de confiança ou livre nomeação. Usavam recursos públicos para custear viagens de turismo ao exterior. E, decidindo em causa própria, ainda cobravam do Tesouro estadual vultosas indenizações em processos por danos morais.
(…)
Quando afirmou que existem “bandidos de toga”, no ano passado, defendendo o Conselho Nacional de Justiça contra a tentativa da Associação Brasileira de Magistrados de esvaziar o órgão, a ministra Eliana Calmon já fora informada da denúncia criminal do Ministério Público Federal e já havia lido as 5 mil páginas dos autos. Ela sabia exatamente do que estava falando.
Agora sim, começam a dar nomes aos bois …
O pior de tudo é saber que esses senhores serão logo contemplados com a “punição” da aposentadoria. E não venham com aquela conversa de que há a punição administrativa e a penal, pois nestes casos, a segunda opção pertence ao mundo da fantasia.
Se possuía conhecimento, por qual motivo não identificou, generalizando os fatos?
Porque o procedimento criminal corria em segredo de justiça, naquela fase, no STJ, e se a Ministra desse nome incorreria em crime de violação de sigilo funcional, conforme ela repetiu várias dezenas de vezes (e muitos fingiram não escutar).
No Tocantins dizem que se fizer uma investigação mais abrangente dificilmente sobra alguém.
Fred a transparência, franqueza e competência da Corregedora Eliana Calmon são qualidades inerentes às pessoas que sabem onde tem o nariz. Ela é integra acima de qualquer coisa. E também não brinca em serviço.
Nossa, estou chocado com a notícia! Então “bandidos de toga” existem mesmo?
E agora? Onde estão aqueles que não cansam de dizer que “a mídia move uma campanha para enfraquecer o Judiciário” e que este mesmo Poder “é o último bastião da moralidade e dos interesses do povo”. ONDE ESTÃO?
Boa pergunta. Quando a min. falou em “bandidos de toga”, muitos se revoltaram e exigiram nomes, mesmo sabendo que ela não poderia dar. Diziam que era “ÓDIO” contra o Judiciário. Curiosamente, são os mesmos que fazem silêncio diante de notícias como esta. CNJ neles!
Só um detalhe senhores. Quem efetivou todas as medidas foi o STJ e não o CNJ. Apesar de tudo, o editorial do Estadão abre o texto falando em corporativismo e ineficiência dos órgãos de controle interno.