Investigação e dever de isentar inocentes

Frederico Vasconcelos

Do advogado e jornalista Walter Ceneviva, em sua coluna neste sábado (31/3) na Folha, sob o título “Investigação interpretada”, ao sustentar que quando um órgão do Judiciário investiga outro, ele não atua como segmento da polícia:

(…)

Ninguém está livre de ser investigado. Os fatos podem ser ou não ser relacionados com o crime, seja o investigador policial, cientista ou jornalista. Na situação que caminha para ser definida no Tribunal de Justiça de São Paulo, a investigação confirmará ou negará a legalidade de fatos econômicos. Aberta ao conhecimento de todos, mais que punir culpados, cumprirá o dever essencial de isentar os inocentes.

Da Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário nos Estados, ao defender as inspeções do Conselho Nacional de Justiça e pedir ao STF que seja negado o mandado de segurança impetrado por associações de magistrados contra atos da corregedoria do CNJ:

(…)

Devemos ter o orgulho de sermos investigados, pois assim temos as condições de provar a inocência, bem como pedir a punição por eventuais abusos.

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(*) Acesso a assinantes do jornal e do UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha.

Comentários

  1. “…condições de provar a inocência.” Eis a síntese do absurdo que é o estado policialesco. Se por um lado o dito segredo de polichinelo causa desconforto, sim (e, pasmo, ouvi filho perguntar se não seria eu algum dos amigos dos reis), de outró, ao menos, para mim, ainda é clara a nítida a imagem do acusador comprovar a culpa do acusado como pungente retrato do Estado de Direito. Estou quase a sentir saudades daqueles trempos em que se podia tudo, menos falar bem de Stalin ou mal do governo…

  2. Olá! Caros Comentaristas! E, FRED! O argumento da Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário nos Estados de que: “Devemos ter o orgulho de sermos investigados, pois assim temos as condições de provar a inocência, bem como pedir a punição por eventuais abusos”. Isso é a maior IDIOTÍCE por SUBMISSÃO atávica e resquício do período ESCRAVOCRATA pelo qual passamos. Infelizmente, ainda PRESENTE, gravado no meio celular, e, afetando o senso LÓGICO contido nas estruturas neurais e prejudicando o raciocínio DEMOCRÁTICO e LIBERTÁRIO. Precisamos superar essa postura desvalorizadora do valor contido na condição de LIBERDADE HUMANA. Abrir mão de um direito LEGÍTIMO conquistado é abrir mão da própria liberdade! Para NÃO dizer é uma atitude de covardia. Espero que o STF mantenha e valide o mandado de segurança contra o arbítrio e autoritarismo ilegal e inconstitucional do cnj. OPINIÃO!

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