Juízo do Leitor: Peluso e Britto no STF (2)
A seguir, avaliações de leitores do Blog sobre a administração do ministro Cezar Peluso à frente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, e suas expectativas em relação à gestão do ministro Ayres Britto, que assumirá a presidência do STF e CNJ.
O Ministro Cezar Peluso foi um presidente severo e introspectivo, o que sem dúvida lhe trouxe muitas dificuldades; tal se deu especialmente no CNJ, que ao se legitimar politicamente e interferir de forma legal em um sistema judiciário muito conservador feriu suscetibilidades, inclusive de alguns de seus próprios membros. O Ministro Ayres Britto sem dúvida fará uma gestão marcada pela audácia, sensibilidade política e quebra de paradigmas. Além de ser um grande magistrado tem luz própria, compreende o jogo político e valoriza a comunicação com a sociedade. Sabe falar e sabe ouvir. O relacionamento com o Executivo e o Legislativo terá como base o diálogo; além disto, em sua administração a imprensa certamente receberá um tratamento inédito na história do STF. (Túlio Martins, Desembargador TJ-RS)
O Ministro Peluso, figura respeitadíssima na magistratura, teve o mérito de buscar uma aproximação entre o CNJ e os magistrados, aparando arestas e eliminando antagonismos que se colocavam de parte a parte. Acredito que o Ministro Ayres Britto, com sua postura cordial, deva intensificar esse processo, consolidando uma relação de parceria entre os juízes e o CNJ, o que permitirá a este último melhor cumprir suas atribuições sem se descurar da realidade da justiça país afora. (Marcelo Bertasso, Juiz de Direito, Paraná)
Não poderia dizer especificamente sobre a administração do Ministro Cezar Peluso, mas confesso que tenho expectativas positivas com a futura presidência do Ministro Ayres Britto. Espero, sinceramente, que o Supremo Tribunal Federal interprete o direito pautando-se pelos ensinamentos decorrentes da experiências humanas e da tradição jurídica, não dando aplicação a concepções preordenadas ligadas apenas à valorização abstrata de preceitos em detrimento de outros. Enfim, que respeite e valorize a já amesquinhada função judicial com posturas que levem em conta não serem fáceis as relações entre eficiência do processo e direitos individuais. O direito, hoje marcado e maculado pela instabilidade, deve expressar o direito dos fatos e não do autor, sendo dado ao Supremo a função orientadora e reparadora dos demais Poderes, da sociedade e dos cidadãos. (Fausto Martin De Sanctis, TRF-3)
Não sei avaliar a gestão do Ministro Cezar Peluso. Espero que o Ministro Ayres Britto, homem sensível e democrático, consiga fazer o julgamento do Mensalão em curtíssimo prazo. Esse é o ponto central de sua gestão de cinco meses. Espero também que sua Excelência consiga fazer a reposição da inflação nos vencimentos dos magistrados, o que não é feito há seis anos. A maioria dos juízes sofre com isso na carne. (Régis Rodrigues Bonvicino, Juiz de Direito, São Paulo)
É estranha a nossa sociedade. Preconiza a diversidade, porém, não aceita o Presidente de um Tribunal que seja rigoroso e racional, aliás qualidades que os membros da coletividade não ostentam. O futuro Presidente do STF acredita na superioridade dos grupos sobre a lei, contrariando o art. 5o, inciso II, da própria Carta Política. Terá gigantescos problemas.
Esqueci de comentar que sou servidor do Judiciário Federal e que estamos há 6 ANOS SEM REAJUSTE SALARIAL.
Peluso foi um fraco. Omisso. Não mereceu ocupar a presidência do STF. Não honrou seus pares. Não honrou seus colegas e seus servidores. Hoje deu entrevista no Estadão dizendo que a presidente Dilma é uma imperialis que não respeita a Constituição; que impediu o reajuste dos servidores públicos; que quebrou a autonomia do Judiciário; blá, blá, blá.
Ora essa, o próprio guardião da constituição ta reclamando de que? Por que ele não disse isso antes? Por que não tomou uma atitude que o seu cargo de presidente do STF exigia? Agora que ta saindo prefere por a culpa no outro??? Peluso deve achar que todo o judiciário, juízes e servidores não passam de um bando de idiotas, menos ele. Realmente, no momento em que depositamos nossas esperanças no Peluso, fomos muito idiotas mesmo.
Enfim, sua excelência já vai tarde. Esperamos esquê-lo o mais breve possível.
O Min. Peluso foi, suficientemente, inteligente, e evitou crise institucional.