Ayres Britto escolhe secretário-geral do CNJ
Dirigentes atuais da AMB, Ajufe e Anamatra veem “gestão participativa” na escolha dos ex-presidentes Valadares, Mattos e Athayde para auxiliarem Britto no Conselho
O novo presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Ayres Britto, escolheu o juiz Francisco Alves Júnior, ex-presidente da Associação dos Magistrados de Sergipe (Amase), para a secretaria-geral do Conselho Nacional de Justiça.
Confirmando informação antecipada por este Blog, Ayres Britto convocou para atuar como auxiliares da Presidência os juízes Mozart Valadares, Fernando Mattos e Luciano Athayde, respectivamente, ex-presidentes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e da Associação Nacional de Magistrados do Trabalho (Anamatra).
Durante a gestão do ministro Cezar Peluso na presidência do STF e do CNJ, as três entidades contestaram duramente os atos da Corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.
Ao divulgar as escolhas, o site do Supremo informa que o novo presidente do STF e do CNJ pretende “abrir as duas instituições ao diálogo com os juízes”. Cita a convocação de Valadares, Mattos e Athayde como uma tentativa de “se aproximar das associações de juízes” e “primeiro sinal no sentido da ampliação do diálogo com a magistratura”.
Logo após a cerimônia de posse da presidência do STF, na última quinta-feira (19/4), Ayres Britto reuniu-se com os atuais presidentes das associações, respectivamente, Nelson Calandra, Gabriel Wedy e Renato Sant’Anna.
Os três elogiaram a iniciativa de Ayres Britto. Definiram os convites como sinalização de uma “administração democrática e aberta à sociedade” e de “fortalecimento do Poder Judiciário”, com uma proposta de “plena harmonia”.
Em avaliação feita neste Blog, o presidente da AMB, Nelson Calandra, disse que Ayres Britto “quer fazer uma gestão participativa”, ao comentar o convite a Mozart Valadares para integrar sua equipe.
Considerando as divergências explícitas durante a última campanha eleitoral na AMB, e comparando-se as gestões de Valadares e de Calandra, das duas uma: ou Peluso não fez uma gestão participativa e de diálogo ou estamos diante de manifestações marcadas, digamos assim, pela licença poética.
Acho que Brito deu um tapa de luva, no Wedy, Calandra e naquele outro da anamatra, vez que chamou seus adversários politicos para cargos no CNJ, pelo ao menos com relação a AMB, sabemos que sim.
Um ínicio nada promissor já que algumas das resoluções moralizantes adotadas pelo CNJ foram duramente questionadas pelas associações que não parecem se importar muito com o fato da credibilidade do Poder rolar ladeira abaixo junto à população brasileira. Mas acho que a vigilância dessa mesma sociedade veio para ficar e não vai ser fácil manter o status quo anterior.