O mensalão e a morosidade, renitente inimiga

Frederico Vasconcelos

De Almir Pazzianotto Pinto, Advogado, ex-ministro do Trabalho e presidente do Tribunal Superior do Trabalho, em artigo publicado no “Correio Braziliense“, sob o título “Mensalão e Judiciário”:

A morosidade é renitente inimiga do Poder Judiciário, cujos melhores e mais operosos integrantes mostram-se incapazes de derrotar. Para certos magistrados, o tempo inexiste; ou não importa. É da lentidão, contudo, que crime e impunidade se alimentam. Não se conhece melhor fermento para a corrupção do que a certeza de que o tempo agirá com solvente, e fará desaparecer, no esquecimento, o enriquecimento ilícito.

(…)

Há pressão no sentido do julgamento da causa [ação penal do mensalão]. Pressão legítima, que resulta do sentimento nacional de cidadania, rogando ao Supremo o cumprimento do dever de se pronunciar. Tanto quanto o Legislativo e Executivo, o Judiciário é pago com o suado dinheiro do contribuinte, criminosamente desviado pelos envolvidos nos escândalos que abalam a República, o governo, e corroem a imagem da democracia.

O Supremo está farto de saber que não goza de imunidade diante do correr dos dias.

Comentários

  1. Fred nossa Justiça foi estruturada para dar retaguarda aos políticos cujos atos deveriam lhes custar o cargo e, no entanto, eles continuam se reelegendo e elegendo quantas vezes quiserem. Ex. Sarney, Maluf, Garotinho etc. Esses jamais responderão pelos seus atos. Agora ao povo resta…

  2. O mais irritante é ver a cúpula do Judiciário impondo um sistema de metas para a primeira instância, obrigando Varas, Juíze e Servidores a constantes maratonas (meta 1, meta 2, meta 3, meta xxx), tanto quanto vários Tribunais em esforços homéricos de tentativa de conciliação, enquanto que o MENSALÃO, que toda a sociedade espera ver julgado e PUNIDO, continua pendente de apreciação.

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