Taques quer apurar ganhos de Brindeiro
Reportagem de Filipe Coutinho e José Ernesto Credendio, publicada na edição desta sábado na Folha (26/5), revela que a Polícia Federal encontrou pagamentos feitos pelo grupo de Carlinhos Cachoeira ao escritório de advocacia de Geraldo Brindeiro, subprocurador-geral da República e ex-procurador geral (comandou o Ministério Público Federal no governo FHC).
Ainda segundo a reportagem, o senador Pedro Taques (PDT-MT) apresentou representação no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) para apurar “violação da ética profissional por parte do subprocurador”.
Para o senador, “é completamente desrazoado pensarmos que ao mesmo tempo em que membros do Ministério Público Federal se submetem a risco de morte no combate ao crime organizado, outros membros possam receber, mesmo que indiretamente, remuneração do grupo criminoso”.
Segundo o ex-procurador da República Pedro Taques (ele pediu exoneração do MPF em 2010 para disputar uma cadeira no Senado), a representação não questiona a atuação de Brindeiro como advogado, mas o modo como os valores apontados foram transferidos.
O subprocurador pode atuar como advogado e funcionário do estado ao mesmo tempo porque já o fazia em 1988, quando a Constituição vetou a dupla atuação.
A reportagem informa que Brindeiro não ligou de volta após a Folha deixar recados em seu escritório.