Mensalão: juridiquês no “excelso pretório”
Do editorial da Folha, nesta segunda-feira (20/8), sob o título “Supremo blá-blá-blá”, que trata da linguagem excessivamente solene no Supremo Tribunal Federal e da loquacidade de ministros, fora do “augusto sodalício” [o Blog reproduz entre aspas expressões usadas por magistrados, advogados e membros do Ministério Público]:
Os maus hábitos da linguagem empolada e da expressão prolixa continuam a prosperar no Judiciário; no Supremo, ainda mais em julgamento momentoso como o do mensalão, chegam ao apogeu. Nem mesmo certas vulgaridades, salpicadas por alguns dos advogados da defesa, alteraram a sensação do leigo de assistir a um espetáculo obscuro e bizantino.
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À prolixidade nos processos, somou-se a loquacidade fora deles. O costume começou há mais de dez anos, quando ministros passaram a discorrer sobre quase qualquer assunto, a pretexto de que assim prestavam contas e faziam do Judiciário um poder menos fechado.
Conforme sublinhou o constitucionalista Joaquim Falcão nesta Folha, a lei proíbe os magistrados de se manifestar sobre qualquer processo em curso e criticar atos de seus colegas. Também neste quesito, um pouco mais de parcimônia e contenção viriam a calhar.