Juízes criticam entrevista de Mesquita (2)

Frederico Vasconcelos

Do Desembargador Augusto F. M. Ferraz de Arruda, do Tribunal de Justiça de São Paulo, sobre as declarações do presidente da Apamagis, Desembargador Roque Mesquita, ao site “Consultor Jurídico”:

O presidente da APAMAGIS, além de descambar para o chulo, arroga-se o título de “magister dixit” da magistratura paulista. A suas declarações de improviso atentam contra a dignidade de todos nós juízes associados ou não. Vamos ver se o Conselho da APAMAGIS tem a coragem de convocar assembleia extraordinária para votar o “impeachment” dele pela clara e manifesta ofensa às normas estatutárias, notadamente a falta de decoro.

Do juiz Marco Aurélio Stradiotto de Moraes Ribeiro Sampaio, em artigo publicado no site “Judex, Quo Vadis?” sob o título “A APAMAGIS que joga contra a torcida… e a magistratura” (*):

(…)

É fácil, agora, em entrevista sem sentido algum para união na carreira, para defesa dos magistrados, no site CONJUR, ser o Desembargador Presidente, Roque Mesquita, o pai de tudo o que de bom e inovador há no TJ. E como se tudo o de antes dele fosse péssimo…

(…)

O presidente da APAMAGIS pode fazer e falar o que quiser se não for presidente da APAMAGIS. Não pode fazer o que foi feito no caso mencionado, não pode chamar associados respeitáveis de “velhinhos”, deve usar linguajar que honre a toga e não seja vulgar, até em homenagem à LOMAN.

(…)

Sempre perguntei: por que não votamos, pela APAMAGIS, nós, juízes de primeiro grau, para São Paulo indicar nome para o CNJ? Por que não somos ouvidos sobre a candidatura que nos parece interessante, para a presidência do TJ-SP, já que não votamos? Por que não somos nós todos, “crianças” e “velhinhos”, reunidos mais do que em meras assembleias gerais para mudanças específicas ou jantares caros de final de ano, mas virtualmente, para opinar sobre planos de saúde e forma de defesa de casos de violação às prerrogativas, em comissões regionais? Por que não fazemos assembleia deliberativa de algo cuja resposta seja um “sim” ou um “não” por votações on line?

Porque não interessa ao sistema. Sistema que elegeu o atual presidente por falta de candidatos e fez da APAMAGIS um clube de poucos porque não temos vozes. Sistema que passa a ideia de, na sucessão de um presidente por seu vice, sermos unidos como cola, “crianças” e “velhinhos”.

(*)

http://judexquovadis.blogspot.com.br/

Comentários

  1. o poder judiciário foi o unico poder que passou pelas transformações da sociedade brasileira incolume.
    portanto falta muito para a modernização.

  2. Como se fazer respeitar se os próprios não se dão ao respeito.
    Como se fazer respeitar quando o TJSP tornou-se o centro das atenções do CNJ e da Corregedora Eliana Calmon, ocasião em que veio a público as trágicas atitudes de diversos desembargadores do Tribunal paulista.
    Como se fazer respeitar, se o órgão de classe que deveria ser a voz da classe possui representantes com esse perfil?
    É por essas e outras que o Judiciário – em particular em SP – se vê às voltas com a perda de prestígio quando entidades especializadas promovem pesquisas sobre os órgãos públicos.
    Queremos o TJSP digno, respeitoso e respeitado.

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