Mensalão: palpites sobre Valério e Lula

Frederico Vasconcelos

Reportagem do jornal “Valor Econômico” nesta terça-feira (18/9), sob o título “Para Gurgel, supostas declarações de Valério não interferem na ação penal”, permite as seguintes conclusões sobre os efeitos das supostas declarações do principal operador do mensalão à revista “Veja“:

1. O Procurador-Geral da República admite que Valério pode fazer um acordo de delação premiada, mas isso não ocorreria mais na ação penal do mensalão e sim, se for o caso, em um novo processo;

2. A prioridade do Ministério Público Federal atualmente é a conclusão do julgamento do mensalão;

3. A entrevista publicada não interfere no julgamento que está em andamento. Mas “pode surgir material para eventualmente a instauração de outro inquérito”, Gurgel afirmou, segundo o jornal;

4. Ainda segundo o PGR, uma eventual investigação contra Lula não seria mais feita perante o STF, pois ele não é mais presidente e “não tem mais prerrogativa de foro”.

Gurgel considera Marcos Valério um “jogador”.

A propósito, no início das investigações sobre o mensalão, Valério propôs fazer delação premiada. O então Procurador-Geral da República, Antônio Fernando, considerou que não seria o momento para um acordo em troca de proteção da Justiça.

Como se sabe, a delação premiada só ocorre com aceitação pelo órgão acusador.

Comentários

  1. A revista VEJA ainda tem alguma credibilidade? O julgamento do STF é realmente técnico ou político? O PT é o criador do MENSALÃO? O MENSALÃO acabou? Esse julgamento no STF é a maior farsa da história jurídica deste País. O MENSALÃO, na forma como estão descrevendo no STF, continua livre e solto, existe, até onde se sabe, desde a década de 90 e vai continuar. O MENSALINHO, a origem do MENSALÃO, nasceu quando deixaram de remunerar os vereadores dos pequenos municípios. Lembram? MENSALINHO e MENSALÃO nunca vão acabar. A não ser… que inventem um novo BRASIL.

  2. Eu acho que o Procurador Geral está certo, Marcos Valério está desesperado e gravou a entrevista para depois desmenti-la e deixar tudo noar, como ameaça ao PT para que faça alguma coisa urgente para aliviar sua situação cada vez mais complicada. Vamos esperar o que os ministros Tóffoli e Lewandowisk farão a partir de agora para atrasar o julgamento e que tipo de argumentos utilizarão para os previsíveis votos absolvendo os políticos do PT e adjacências. Na verdade, estou curiosíssimo para saber se os demais ministros, ora tão implacáveis com a arraia miúda, vão ser tão rigorosos na análise dos indícios em relação aos réus José Dirceu, Genoíno e Delúbio. Espero que sim, mas confesso que até aqui estou achando que está tudo bom demais para ser verdade. Que o STF não nos decepcione na hora “H” e não desmoralize o Poder Judiciário como um todo.

  3. Pelo que li na reportagem o “principal operador do mensalão nada disse à revista “Veja“. Foram as tais fontes em off: parentes, amigos, conhecidos, quiçá um papagaio rancoroso.

    Como fazê-los depor em juízo já que o próprio Valério desmente ter feito tais afirmações a essas fontes?

    E eu fico pensando aqui nas inúmeras definições que o termo “jogador” pode ter…

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