Ajufe aprova paralisação em novembro

Frederico Vasconcelos

Juízes entram em “Estado de Mobilização” pela valorização da magistratura federal

Assembleia Geral Extraordinária organizada pela Associação dos Juízes Federais do Brasil – Ajufe – aprovou a paralisação dos magistrados federais em 21 e 22 de novembro. A medida tem como objetivo a valorização da Magistratura Federal e a revisão do seu subsídio.
 
Segundo informa a assesssoria de imprensa da entidade, foram aprovadas na pauta de reivindicações medidas como a recomposição integral das perdas inflacionárias do subsídio no percentual de 28,86%, a implantação do adicional por tempo de serviço e o alinhamento remuneratório entre a Magistratura Federal, o Ministério Público da União e as Magistraturas Estaduais.
 
A recomposição de 28,86% diz respeito às perdas inflacionárias do subsídio desde a sua adoção em 2005, período em que os magistrados federais só tiveram 9% de reajuste contra uma inflação de 40% (INPC do IBGE). A Assembleia Geral Extraordinária foi precedida de reuniões preparatórias nos estados, onde foram apresentadas propostas de mobilização e de reivindicações.
 
Cerca de 750 juízes federais, que representam quase 50% dos associados, aprovaram, além da paralisação de dois dias em novembro, a decretação do “Estado de Mobilização”, o “Dia de Mobilização” até 15 de outubro e a não participação da “Semana de Conciliação”, de 7 a 14 de novembro.

A Ajufe realizou a Assembleia em duas formas, a presencial, no dia 1º de outubro, e a eletrônica, até as 19h do dia 2.

Comentários

  1. O brasil continua seguindo o caminho da grécia. Nada de meritocracia e tudo para o corporativismo. Juiz bom e que produz deve ganhar bem, ruim e vagau deve ser demitido. O brasil precisa de choque de gestão e acabar com a famigerada estabilidade para funcionário público. Senão, o estado não sai do terceiro mundo.

    1. Com certeza. Se seguissem a regra do concurso publico e nao aparelhassem a maquina publica com os afiliados partidários já seria um grande passo…

  2. Os Magistrados estão desde 2005 sem correção dos seus subsídios. O STF não decide a questão. Qual a alternativa resta?
    Em vários países do mundo Juízes já entraram em greve para ter suas prerrogativas respeitadas, inclusive Espanha. A quem interessa enfraquecer o Judiciário. Retaliação ao mensalão e um STF que está revelando-se implacável com a corrupção?

  3. Ehum movimento natimorto,pois o presidente da ajufe vem divulgando que eh contra e sequer comunica a decisao da categoria no site oficial…melhor mesmo era se afastar e deixar a classe se posicionar!

    1. Esse comportamento não é só em relação aos juízes. É reflexo de como o cidadão comum brasileiro, em uma sociedade que perdeu os valores, vê o semelhante.

  4. Os juízes são mesmo contraditórios. Temos visto no Rio Grande do Sul (devido à forma mais combativa da OAB de lá) inúmeras atritos entre magistrados e advogados a respeito de verbas honorárias. Os juízes tem lançado críticas ferozes à OAB, dizendo que a questão deve ser discutida através dos recursos jurisdicionais cabíveis, sem a utilização do que chamam de “pressão institucional”. Ora, o que vale para uns, em um País supostamente democrático, vale também para outros. Assim, greve como “forma de pressão” não seria um meio legítimo de obter melhor remuneração e o que consideram como “dignidade” na função. Estou errado? Imagine-se o que os juízes diriam caso os advogados organizassem uma greve por melhores honorários e condições mais dignas de trabalho.

      1. Tenho um recurso discutindo honorários no STJ que ingressou naquela Corte em 2007, sem que sequer tenha sido marcado julgamento. Tenho, como advogado, ações previdenciárias propostas há dez anos, ainda sem que meu cliente esteja recebendo o benefício. Assim, o “não julgamento” ocorre e prejudica também todos os demais segmentos, prejudicando inclusive os advogados. E porque os juízes não deveriam esperar o julgamento dessas ações, como nós advogados esperamos?

        1. Bastar cortar o ponto dos grevistas, fazer perder os dias não trabalhados. Juiz fazendo greve, é uma absurdo. A iniciativa privada está de postas abertas aos insatisfeitos.

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