“Estou saindo porque constatei uma fraude e como servidor público acho que minha missão se encerra num governo quando não posso impedir esse tipo de coisa”.

A frase foi pronunciada pelo ex-senador Severo Gomes, ao se demitir no dia 27 de junho de 1991 do cargo de secretário de Ciência e Tecnolgia do Estado de São Paulo, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho, denunciando a fraude nas importações de equipamentos israelenses durante administração do antecessor, governador Orestes Quércia (PMDB).

A afirmação de Severo Gomes inspirou o título do primeiro livro do editor deste Blog: “Fraude“. Publicado em agosto de 1994 pela editora Scritta, é o relato da investigação jornalística que durou três anos, na Folha, comprovando o superfaturamento na aquisição de equipamentos para as universidades e para as polícias estaduais.

Na apresentação do livro, está registrado que a apuração só foi possível graças ao zelo pela coisa pública demonstrado por Ruy Lopes (então chefe de gabinete de Severo Gomes), Carlos Alberto Americano (então procurador do Estado, consultor jurídico da secretária de Ciência e Tecnologia) e Armando Laganá (professor da USP), e ao empenho, durante as investigações, de Mario Bonsaglia (procurador da República) e Paulo Rubens Holanda Cavalcanti, perito da Polícia Federal).