Mensalão: voto não condena nem absolve
Do advogado Miguel Reale Júnior, em artigo sob o título “Fatores eleitorais”, na edição deste sábado (3/11) do jornal “O Estado de S. Paulo“:
(…)
A condenação do núcleo político do PT, em vista de sofisticado esquema de manutenção do poder por meio de corrupção, apesar de colar essa marca no partido, pouco respingou na opção municipal: em geral não se deixou de votar em Haddad por ter a cúpula do PT sido condenada nem se votou por essa razão em Serra. Tal não significa desinteresse pelo mensalão, mas sensível compreensão de que o voto hoje em candidato a prefeito não condena nem absolve o passado de terceiros. Será, contudo, diverso no pleito para presidente.
A vitória de Haddad não constitui a absolvição do PT nem a condenação do Supremo Tribunal Federal, e em especial do ministro relator Joaquim Barbosa, visto como fidedigno portador da justiça por muitos eleitores do petista.
Esse é o típico discurso de um jurista que, pela sua típica arrogância tucana, está achando que ninguém percebeu que a invenção disso tudo é o ninho tucano. Estão achando que a jurisprudência da lavagem de dinheiro criada no julgamento do mensalão petista não “respingará” na sua plumagem. É bom os tucanos visitarem os petistas na prisão pra ver ser estão sendo bem tratados, pois provavelmente serão os próximos hóspedes… Oxalá.
Brasileiro, tirando uma minoria, não liga muito pra politico, ou partido corrupto. Povos de países subdesenvolvidos não se preocupam muito com ordem, lei, legislação, etc. Só se preocupam com lei nas conversas de botiquim, ou na internet, mas quando vão para seus afazeres, sempre que for necessário, passam por cima de alguma regra em benefício próprio, da família ou de amigos.
“Ordem e Progresso” é um lema muito bonito, no entanto, “na prática a teoria é outra”…
Sob meu ponto de vista, vale o que Lula disse, ou seja, o povo está mais preocupado como o Palmeira do que com o Mensalão.