De Sanctis: guerra civil e policial abandonado
Trechos da entrevista concedida pelo juiz federal Fausto Martin De Sanctis ao repórter Rubem Valente, publicada na edição deste domingo (25/11), na Folha, ao tratar da violência em São Paulo:
(…)
O que ocorre hoje em São Paulo com a morte dos policiais e suspeitos, do que se trata?
A certeza da impunidade. Acho que hoje o policial brasileiro está totalmente abandonado. O policial não tem nenhuma estrutura de apoio institucional. O policial é massacrado. O policial é malvisto. E o policial não é só um policial, ele representa a sociedade. O que está acontecendo é uma guerra civil.
Por outro lado, não se abre o risco de extermínio de suspeitos? Como lidar com os excessos da polícia nesse quadro de guerra?
Quando se está em guerra, se está em guerra. Então os excessos vão existir. O que acontece no Brasil é que se fecham os olhos à guerra. Agora, não quero referendar excessos, pelo amor de Deus. Acho o seguinte: estamos tratando de guerra, e guerra tem que ter legislação de guerra. E cadê a legislação? O crime organizado está tomando conta de tudo.
Depois dizem que juízes só defendem interesses próprios.Quando falam em socorro de outras causas são então castigados pelos mesmos comentaristas. Basta ler abaixo e, logo provavelmente acima.
É triste a banalização dessas mortes. Sugiro à Folha, por meio de você Fred, que publique, à partir da capa, as fotos do rosto de todos que tombaram (até como um tributo a essas pessoas). Têm cara. Tinham vida. Expectativas.Família.
Boa hora para juizes, advogados, promotores, jornalistas, CNBB, ONGs e outras entidades se unirem em defesa da polícia.
Se a sociedade não socorrer a polícia, serà cada vez mais difícil a ela que continue a socorrer a sociedade.
O policial está no limite, perante uma legislação que não oferece resistencia ao criminoso, que avança, certo da impunidade. A população cobra segurança da polícia, que está acuada, refem dos desmandos do governo, que se esconde atrás das “causas sociais”, e não impõe limites a população, hoje existe mil órgãos para cuidar disso e daquilo, mas tudo termina nas mãos da polícia, que bem ou mal não fecha as portas, atende 24 hs, e a cada dia se transforma em babá de bebados, drogados e toda corja de vagabundos, quando enfim consegue prende, em questão de dias o marginal está na rua novamente cometendo novos crimes, rindo da cara da polícia. Sem contar os “di menor” que praticamente tem carta branca para roubar, matar, traficar. Responsabilidade dos pais, ninguem cobra, reparação de dano não existe. Estão matando policiais, batendo em professores, em médicos, menos nos governantes os responsáveis por tudo. Voce ou alguém da sua família pode ser a próxima vítima.
O atual Desembargador Fausto de Santis deveria começar a julgar os processos previdenciários que se encontram em seu gabinete do que ficar falando sobre crimes, visto que o mesmo não trabalhava mais nesta area, e sim na a´rea previdenciária dfo Tribunal Regional Fedeal da 3ª Região. Agora foi um absurdo o que aconteceu, ou seja, o mesmo ficou oito meses nos Esatdos Unidos enquanto os processos previdencários ficaram descansando em seu gabinete no TRF da 3ª Região.
kkkkkkkkkkkkkkkk! Essa foi ótima, isso é mesmo verdade? kkkkkkkkkk
Você deveria começar a se informar antes de fazer um comentário.
Enquanto ele estava fazendo um curso nos EUA, havia um juiz convocado julgando os processos.
O que está faltando é transparência de todos os lados: distinguir o que é grupo de extermínio do que são disputas de grupos criminosos; separar componentes ideológicos de parte a parte.
É necessário investimento imenso: concursos periódicos para seleção de policiais, para repor as vagas abertas pelos que foram expulsos; vencimentos condignos; treinamento constante; mais efetividade nos procedimentos administrativos para verificar condutas irregulares dos policiais, de forma a excluir rapidamente os que não estão à altura das funções; mais cuidado na concessão de habeas corpus e não soltar gente que deveria continuar presa; mutirões constantes nas prisões para ver quem já pode efetivamente sair; cuidado maior nas concessões de indultos, pois muitos “reincidentes” fora indultados e retomaram a vida criminosa.
E parar de considerar todo policial um torturador e todo meliante em militante da época da ditadura.
Por outro lado, nem todo “militante” era tão legal assim. Confira-se no rol de condenados do caso do mensalão.
A par disso tudo, evitar a exploração política. Até parece que governos aliados do governo federal estão bem no quesito segurança pública…
Sao 20 anos de secretarios de segurança oriundos do MP., no estado de são paulo, antes eram militares do exercito.
São jovens morrendo, antes eram por um ideal e agora?
guerra na cabeça de quem quer guerra. esse senhor mal sabe do que fala, desculpem. estamos enfrentando problema sério de desobediência policial, de corrupção policial e crime organizado. combate de marechal é guerra, confronto direto, perseguição na rua, tiroteio, execuções sumárias – tudo exatamente que acaba dando em civis mortos. grupos de extermínio aparam a grama, mas não cortam na raiz. é uma burrice – enfraquece a Lei.
Os incautos e teóricos de ficções conspiratórias não conseguem enxergar que o Desembargador está apenas dizendo o óbvio… É guerra. O pão e o circo estão mantendo as pessoas nesse marasmo de “estão exagerando”, enquanto os intelectualóides de prontidão pretendem-se sobrenadantes como o nata dos esclarecidos… Estamos em guerra e muita gente vai morrer ainda, bem abaixo do nariz dos que acham o Dr. Fausto um mero oportunista…
Todo mundo sabe qual a solução para o problema de segurança que São Paulo vem vivendo: cumprir a lei. Adequar os presídios ao que manda a Lei de Execuções Penais; investigar e punir nos termos da lei, observado o contraditório e ampla defesa, TODOS OS HOMICÍDIOS independentemente da qualidade da vítima ou do criminoso, de seus familiares e amigos. Mas isso, como sabemos, custa caro e gera desgaste político e institucional. Uma polícia que trabalha de forma isenta é uma polícia que rompe alianças políticas, contraria clãs locais e rompe o equilíbrio natural da criminalidade que, frise-se, encontra-se disseminada em todos os setores da sociedade. Um Ministério Público que cobra do Estado as devidas investigações, para depois denunciar somente os verdadeiros culpados, indistintamente, é um Ministério Público que deve contar com profissionais de elevado gabarito, preparados inclusive para o desgaste institucional que se seguirá. Um Judiciário que vai julgar todos os crimes de homicídio, e obrigar o Executivo a cumprir a Lei de Execuções Penais, é um Judiciário que não pode tirar 60 dias de férias, nem consumir tempo processando o ladrão de galinha (uma vez fui defender um que tinha roubado 10 pintainhos, e ainda os tinha devolvido antes que o dono soubesse), nem que pode ter entre seus membros moçoilas e rapazes de 25 anos, vulneráveis a qualquer análise mais concreta a suas reais capacidade (que por sua vez leva à formulação de alianças tácitas). Mas, em um país com 70% de analfabetos funcionais, muito melhor evocar o velho discurso do duelo entre o bem e o mal que, indubitavelmente tem funcionado há contendo há muitas décadas.
Quanto a questão dos presídios, assino em baixo. Já no mais … Porque a birra dos 60 dias, senhor Pintar. Na Inglaterra, EUA, Índia e outros países, não é 60 não. É NOVENTA. Juiz não é criancinha não. O buraco, se tiver, e mais (bem mais) embaixo). Vamos agir sem passionismos de ocasião.
E o mesmo Marcos Alves Pintar com o mesmo discurso…
O discurso populista não tem mudado muito deste Mussolini. As “forças do mal” (representado sempre pelos desafetos dos ocupantes de cargos e funções públicas) querem acabar com a paz e harmonia da sociedade (como se não houvesse bandidos entre agentes públicos) e para combatê-los é necessário suprimir garantias, mudar ritos, dar poder absoluto e supremo aos agentes públicos. Centenas de ditaduras se instauraram no último século com esse discurso, e mesmo na América vimos ainda há poucos anos Bush destroçar o país com uma guerra injustificável, toda baseada em factoides. Inexiste guerra no Estado de São Paulo. O que ocorre são efeitos da ineficiência do Estado, causada pela absoluta falta de controle e pelo permanente desrespeito à lei. Milhares de presos são mantidos em pocilgas há décadas, enquanto policiais atiram livremente em cidadãos honestos, bandidos e suspeitos, indiscriminadamente (quem não viu aquela reportagem do Fantástico, mostrando que os policiais entrara na casa do cidadão, atiraram contra ele, jogaram em um buraco, e fizeram constar que o acharam morto?), fazendo com que somente a polícia da cidade de São Paulo apresente mais mortos em confrontos e supostos confrontos do que toda a polícia americana. O resultado não poderia ser outro: uma situação caótica, causada pela ineficiência do Estado, enquanto temos que escutar o mesmo discurso hipócrita no sentido de se suprimir garantias dos cidadão, dotar os agentes públicos de mais poder (a par dos abusos que já são cometidos) e blá-blá-blá. Será que um dia isso vai acabar?
Isso mesmo, senhor Pintar.
Uma indagação: qual dos nominados em seu post, ocupava o poder judiciário ? Será que a existência de um judiciário forte permitiria este estado de coisas ? A quem interessa o “ajoelhamento” dos juízes ? Sei que não é ao senhor, mas, AO MENOS, não sejamos “inocentes úteis” – ou brasileitos inúteis.
O mesmo Juiz, o mesmo discurso, a mesma atenção desmedida da mídia, a mesma empolgação pelo discurso do bem contra o mal.
Não se trata de uma guerra civil, mas sim de uma guerra de gangs..
54 pessoas baleadas, 22 mortas, num final de semana em sp.
No iraque ou afeganistao, nao deve ter tido tantas pessoas mortas num final de semana.
Sera que na ditadura morreram tantos jovens, como estao morrendo na democracia.
E o tal do tribunal de exceção?
Atingido o quórum necessário à condenação, os demais integrantes não precisam de proferir os seus votos (admitindo que SIM seja voto fundamentado, como exige a CF).
A pena executa-se logo em seguida.
Inclusive se o réu estiver em uma mesa “de calçada” nos bares periféricos.
Os demais atingidos …. Vai ver que fica por conta da JUSTIÇA DIVINA.
Concordo com o Juiz De Sanctis, estamos em uma guerra civil, só o governador Geraldo Alckmim não quer ver isso. Fazer vistas grossas ou ficar negando que é o pcc que esta atuando contra o Estado não vai resolver nada. O Brasil deveria fazer um multirão na área de direito e rever nossas leis, principalmente o código penal brasileiro e depois o Senado e Congresso, simplesmente confirmar as mudanças de leis que precisam ser criadas e outras revistas (digo atualizadas para nossa realidade atual).