CNMP se manifesta contra a PEC 37
Roberto Gurgel: “Proposta mutila o MP e deixa a sociedade indefesa”
O Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) se manifestou nesta terça-feira (11/12) contra a Proposta de Emenda Constitucional nº37, que confere à polícia a exclusividade de investigações judiciárias.
Por unanimidade, os conselheiros reiteraram a Nota Técnica nº1/2012 do CNMP, entregue à Câmara dos Deputados em junho de 2012, que traz argumentos pela rejeição da matéria.
A manifestação do CNMP foi proposta pelo conselheiro Mario Bonsaglia, presidente da Comissão de Aperfeiçoamento da Atuação do Ministério Público no Sistema Carcerário e do Controle Externo da Atividade Policial.
De acordo com Bonsaglia, a aprovação da PEC 37 impede não apenas o MP de investigar, mas também outras instituições fundamentais no combate à corrupção e à improbidade, tais como Tribunal de Contas, Receita Federal e Comissões Parlamentares de Inquérito. “Conclamo os deputados federais a rejeitarem tal proposta, que contraria totalmente os interesses da sociedade”, afirmou.
Para o presidente do CNMP, Roberto Gurgel, é dever do Conselho trabalhar para esclarecer a Câmara dos Deputados sobre os prejuízos que a PEC 37 traria ao país. “A proposta mutila o Ministério Público e deixa a sociedade indefesa. Na verdade, a retirar do MP a possibilidade de investigar é retirar-lhe a alma”, resumiu. A PEC 37 foi aprovada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados e aguarda apreciação do Plenário da casa.
A Nota Técnica nº 1/2012 do CNMP, contra aprovação da PEC 37, foi entregue no dia 6 de junho ao relator da proposta na Comissão Especial, deputado Fábio Trad (PMDB/MS). Assinado pelo presidente do CNMP, Roberto Gurgel, o documento, proposto pelo conselheiro Mario Bonsaglia e aprovado pelo Plenário do Conselho, foi levado pelos conselheiros Almino Afonso, Fabiano Silveira, Jeferson Coelho, Taís Ferraz e Tito Amaral.
O texto afirma que, se a PEC for aprovada, outros órgãos de controle também poderão ser prejudicados, como por exemplo, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), o Banco Central, as Agências Reguladoras, os Tribunais de Contas, a Comissão de Valores Imobiliários, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Receita Federal do Brasil.
A nota alerta que não é “saudável para a democracia brasileira que uma única instituição reúna em si todos os poderes investigatórios imagináveis, excluindo outros órgãos”. Reforça a ideia de que, ao invés de estimular a cooperação e a complementariedade dos esforços na elucidação dos crimes, a PEC estabelece uma verdadeira relação de exclusão e, por conseguinte, de distanciamento entre os órgãos públicos competentes. De acordo com o texto, retirar a atribuição de investigar do Ministério Público seria temerário e traria risco de aumento da impunidade.
Nossa, deixar toda investigação a cargo da polícia vai ser um retrocesso. Lembram da época que os delegados eram os “autores da Justiça” no Brasil, onde eles mandavam e desmandavam , e só quem tinha dinheiro mandava de verdade? Esse tempo pode voltar hein.
Claro que hoje também quem tem dinheiro pode mais, mas com o MP as coisas ficaram muito melhor depois de 1988.
É tanta corrupção, que quantos puderem investigar, Devem fazê-los. Desde quando a Polícia tem competência e quadros para assumir sozinha e bem desempenhar a missão. É certo que alguém sempre deverá fiscalizar os atos (para não haver abuso) do MP. Mas por enquanto está funcionando e incomodando pelo visto.
se esclusividade e ruim, entao devemos acabar com a exclusividade da ação penal e ou do inquerito civil publico ou dos tac.
Hum, acho que o ministério público está incomodando alguém.