TJ-SP aprova 24 em nova prova oral

Frederico Vasconcelos

– Etapa de exame para ingresso na magistratura foi refeita por ordem do CNJ

– Presidente da nova comissão elogia “esforço e empenho” dos candidatos

A Comissão do 183º Concurso de Ingresso na Magistratura, certame realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, divulgou nesta quarta-feira (19/12) a lista de 24 candidatos aprovados na prova oral e habilitados para a etapa seguinte (avaliação de títulos).

A nova prova foi realizada por determinação do Conselho Nacional de Justiça, ao julgar reclamações de candidatos que haviam sido reprovados e questionaram os critérios e procedimentos da banca anterior.

Cerca de 70 cargos de juízes foram preenchidos em setembro, quando tomaram posse candidatos aprovados na primeira rodada do concurso, que teve sua etapa de provas orais parcialmente anulada pelo CNJ.

Naquele mês, os conselheiros do CNJ reconheceram a existência de graves problemas na prova oral, principalmente pelo fato de a comissão anterior ter realizado entrevistas secretas com os candidatos, nas quais foram realizadas diversas perguntas subjetivas.

O representante dos candidatos reprovados, advogado Luís Roberto Barroso, afirmou, durante a sessão do CNJ, que o procedimento adotado no concurso “ultrapassou a fronteira de todos os erros escusáveis”. Segundo Barroso, “ninguém tem o direito de escolher subjetivamente quem tem o ‘perfil adequado’ para um cargo. A subjetividade é sempre um perigo e dá margem a preconceitos”.

Com a decisão do CNJ, determinando a realização de nova prova oral, Barroso afirmou, na ocasião, ter certeza de que o TJ-SP trataria a situação dos candidatos como “um novo jogo, com senso de justiça e sem ressentimentos”.

O presidente do TJ-SP, desembargador Ivan Sartori, afirmou, durante sessão do Órgão Especial, que não haveria qualquer tipo de ressentimento em relação aos candidatos que questionaram o concurso no CNJ, e garantiu aos não aprovados que não haveria “qualquer perseguição”.

Ao tomar conhecimento do resultado nesta quarta-feira, o advogado Luís Roberto Barroso afirmou: “Se tivéssemos evitado uma única injustiça, já teria valido a pena. Evitamos 24, o que é muito melhor. Porém, a reprovação de mais da metade dos candidatos que já haviam superado três provas rigorosas é totalmente fora do padrão nacional”.

“Não coloco em dúvida a boa-fé de uma instituição respeitável como o Tribunal de Justiça de São Paulo, mas os números revelam, no mínimo, inconstância e descritério”, disse o advogado.

Segundo a ata divulgada nesta quarta-feira, o presidente da nova comissão, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, “proferiu palavras cumprimentando a todos, lembrando que todos, sem distinção, são vencedores e merecem igual aplauso, mercê do esforço e do empenho pessoais”.

Eis a relação dos aprovados (candidatos com notas não inferiores a 6, listados por ordem alfabética, sem observar o critério de desempate, que será decidido na média final):

CAROLINA GARCIA ROSA HISPAGNOL – 6,750

CHRISTIENE AVELAR BARROS COBRA – 6,875

FELIPPE ROSA PEREIRA – 7,000

GISELE VALLE MONTEIRO DA ROCHA – 8,000

GUSTAVO DE AZEVEDO MARCHI – 6,500

HELENA FURTADO DE ALBUQUERQUE CAVALCANTI – 7,500

JOAO DE OLIVEIRA RODRIGUES FILHO – 6,125

JOSE MARQUES DE LACERDA – 6,875

JULIANA PIRES ZANATTA CHERUBIM – 7,250

LUIZ EDUARDO CAMARGO OUTEIRO HERNANDES – 7,250

LUIZ GUSTAVO ROCHA MALHEIROS – 6,125

MARCELA DIAS DE ABREU PINTO COELHO – 6,625

MARIANA SILVA RODRIGUES DIAS – 6,000

MARINA MIRANDA BELOTTI – 7,375

PAULA NARIMATU DE ALMEIDA – 7,375

RAFAEL DAHNE STRENGER – 6,750

RICARDO CUNHA DE PAULA – 6,375

RICARDO TRUITE ALVES – 6,125

TAIS HELENA FIORINI BARBOSA – 6,250

THAIS CRISTINA MONTEIRO COSTA NAMBA – 6,750

THANIA PEREIRA TEIXEIRA DE CARVALHO – 6,625

VINICIUS PERETTI GIONGO – 6,250

WALTER DE OLIVEIRA JUNIOR – 6,375

WELLINGTON URBANO MARINHO – 6,750

 

Comentários

  1. Parece que tática de boa parte dos reprovados de contratar o Dr. Barroso, mas não lhe outorgar procuração (para seus nomes não constarem nos autos) foi excelente. Dessa forma seus nomes não foram “marcados” pela banca.

    Alguém confirma a informação de que no dia da arguição do candidato Bruno, alguns juízes (aprovados na primeira leva) compareceram à arguição para “prestigiá-lo”?

    Pelo que fiquei sabendo, em virtude de comportamentos pouco cordiais, o presidente da Comissão orientou Bruno que comunicasse o fato à Corregedoria, mas o honrado colega preferiu não prejudicar esses jovens magistrados.

    1. Sim, Paulo. Alguns do recem-empossados estavam presentes no dia da arguição do Bruno, dia 22 de novembro, quinta-feira à tarde, quando, creio eu, deveriam estar trabalhando. Isto só demonstra a “maturidade” de alguns aprovados, pobre de nós, jurisdicionados paulistas.

    2. Confirmo a informação. Juízes que deveriam naquela hora estar trabalhando (dia 22/11 à tarde) mas que compareceram à sessão de arguições não sei com qual intuito.
      Quanto à nova lista de aprovados acima, a grande maioria sequer contratou o Dr. Barroso. Mas é fato que, dos que passaram procuração, pelo que sei, nenhum foi aprovado.

    3. Sim, é verdade.

      Alguns candidatos recém-empossados foram até o tribunal para assistir ao exame oral do Bruno Bodart com o intiuto de constrangê-lo.

      Um dos presentes disse que até a mãe de uma candidata recém-empossada chegou antes, a fim de guardar lugar para ela.

      Contudo, deve ter sido uma minoria que não tinha trabalho a fazer. Estranho, pois o Poder Judiciário bandeirante está atolado de processos.

  2. Demorará ainda para parte do Poder Judiciário adquirir procedimentos republicanos.
    Mas de ser comemorado, se não me enganei nas contas, é que de 20 aprovados, 12 são mulheres.

  3. Poderíamos analisar a relação dos aprovados para sabermos qual deles vem de “berço”.. Que possui na família membros do tjsp.

  4. A Sra. Lucy tem razão. Assisti aos exames de Bruno Bodart, Ludmila de Paula, Louise Nascimento e outros. Esses três foram espetacularmente bem!! No entanto, como foram candidatos que se expuseram ao acionar o CNJ, que deram a cara à tapa, certamente foram discriminados.

    Aos que não sabem: nesse segundo exame oral, 35 candidatos perderam a fé no TJSP e pediram desistência do concurso.

    Aos que entraram, desejo firmeza: obriguem o Presidente Sartori a cumprir a decisão do CNJ e a reclassificar todos os candidatos a partir de uma nova lista. Maldosos insinuaram que isso não aconteceria.

  5. A articulista, ou vidente, errou por 6…

    Curioso que os que deram início aos PCAS no CNJ, e que fizerem a 2ª rodada, não foram aprovados.

    Em nome da toga – 16.novembro.2012 | 1:20

    Comentário no TJ-SP: só 30 passarão no concurso para juízes – que, após entrevistas “secretas”, foi parcialmente anulado e teve nova rodada de provas orais. A assessoria nega.

Comments are closed.