Grupo arrecada peças íntimas para presas

Frederico Vasconcelos

O Grupo de Estudos e Trabalho Mulheres Encarceradas começa em São Paulo uma campanha de arrecadação de roupas íntimas e absorventes para mulheres presas. O material arrecadado será entregue diretamente às reclusas no Dia 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres.

Segundo o movimento, a população prisional feminina corresponde a 7% da população penitenciária, mas a taxa de encarceramento feminino supera muito a masculina. A principal causa do aprisionamento em massa das mulheres é a lei de drogas.

Nota divulgada pelo grupo afirma que “pobres, negras e principais ou únicas responsáveis pelo sustento da família, o comércio ilícito dos entorpecentes constitui fonte de renda para o provimento do sustento dessas mulheres e de seus dependentes”. Na cadeia do tráfico, as mulheres são alocadas nos postos de trabalho mais suscetíveis à atividade policial: o empacotamento e o leva e traz de mercadorias.

Segundo o movimento, nas prisões e delegacias de São Paulo as mulheres presas são negligenciadas pelo Estado. “A situação torna-se ainda mais humilhante para essas mulheres quando a privação em questão diz respeito às suas roupas íntimas. Muitas das mulheres encontram-se somente com a roupa do corpo e até, às vezes, estão sem calcinhas”.

Audiência Pública promovida pelo Núcleo Especializado da Situação Carcerária da Defensoria Pública de São Paulo, realizada em novembro último (*), e o mutirão carcerário do Conselho Nacional de Justiça constatou que o Estado nunca forneceu roupas íntimas para mulheres em situação de prisão, muito embora seja seu dever. Não fornece sequer, aos homens e mulheres presas, material de higiene (sabonete, pasta de dente, escova, absorvente etc.)

A Lei de Acesso à Informação permitiu constatar que o gasto anual por pessoa presa chega, em alguns casos, a ser menos de R$ 13,00 por ano.

Mais informações:

http://bit.ly/campanhaGETMulheresEncarceradas

(*) Audiência Pública sobre “O fornecimento de produtos básicos de assistência material nos estabelecimentos prisionais no Estado de São Paulo”.

Comentários

  1. Uai, cadê o Ministerio Público de São Paulo? Cadê a Defensoria Pública de São Paulo, cadê o juiz da execução criminal? Povo, em seu peço garantias, povo em seu nome, peço força principiológica constitucional, povo em seu nome peço estabilidade funcional, povo em seu nome peço altos salários, povo em seu nome quero ter vida de marajá no serviço público, povo, eu não tou nem aí para vc, quando vc precisar de mim e precisar da minha proteção ou dos meus serviços. Coitado do povo…..

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