Innovare suspende premiação em dinheiro

Frederico Vasconcelos

Com a decisão do Conselho Nacional de Justiça de proibir que magistrados recebam prêmios, auxílios ou contribuições de entidades públicas e privadas, o Instituto Innovare anunciou que suspenderá a premiação em dinheiro pelas práticas selecionadas anualmente pelo Prêmio Innovare, criado para promover uma Justiça mais rápida e eficaz.

O Instituto Innovare publicou a seguinte nota de esclarecimento:

 

“Em razão da recente resolução do CNJ sobre o tema, o Instituto Innovare decidiu que não distribuirá mais premiação em dinheiro para as práticas vencedoras do Prêmio Innovare.

Os juízes e outros profissionais do direito que concorrem ao Prêmio Innovare se destacam pela dedicação a projetos realizados em benefício da sociedade.

O reconhecimento dos resultados positivos e, consequentemente, do valor do seu trabalho é sua verdadeira motivação.

O Prêmio Innovare, que este ano completa 10 anos, espera continuar a identificar e divulgar as práticas de sucesso que contribuem para uma Justiça mais rápida e eficaz”.

 

O Instituto Innovare conta com o patrocínio e apoio das Organizações Globo. Tem como um dos objetivos desenvolver a disseminação das práticas já identificadas, em parceria com o CNJ.

Segundo a instituição informa em seu site, inicialmente o Prêmio Innovare era voltado apenas para a identificação e premiação de práticas do Poder Judiciário e contava com a parceria institucional da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e da Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça.

A partir de 2005, com a entrada da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público – CONAMP, foi criada a categoria Ministério Público para premiação de promotores e procuradores de justiça.

Em 2006, foi a vez da parceria com a Associação Nacional dos Defensores Públicos – ANADEP e da criação da categoria Defensoria Pública para premiação de Defensores Públicos estaduais e da União.

Em 2007, foi realizada parceria com a Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE.

Em 2008, foi firmada parceria com o Conselho Federal da OAB e criada a categoria Advocacia, para premiação de advogados públicos e privados.

Em 2009, foi firmada a parceria com a Associação Nacional dos Procuradores da República, estimulando a participação de membros do Ministério Público Federal.

Comentários

  1. Cada dia a mais que leio esse blog, mais entendo as causas do país ser um paraíso para tiranos e foras-da-lei. Se os próprios juízes não conseguem entender conceitos éticos básicos e se rebelam como meninos mimados… Como será que estão julgando as causas que lhes são atribuídas? Meu consolo é pensar que os atuantes nessas associações não são os que realmente trabalham…

  2. Isso aconteceu porque elaboraram um resolução de forma assodada, sem reflexão. Que sirva de lição. O papel do CNJ não é o de um Tribunal de Inquisição onde os Juízes são moralmente atacados com frases genéricas ou com restrições violadoras de garantias Constitucionais. O verdadeiro papel do CNJ é o de tutelar e fortalecer o Poder Judiciário. Outrossim, explicar à população o papel do Poder e as dificuldades de todos em concretizar a Justiça, num país onde há tantas desigualdades. É uma nobre missão, que, infelizmente, não está se cumprindo a contento. Espero que o fato sirva de reflexão para o bem de todos.

  3. Caro Renato, mais inacreditável a que ponto as coisas chegaram é que ainda não acabaram. Espere só até a LOMAN chegar ao Congresso. A roubalheira rolando solta e só fazem enfraquecer e encabrestar os magistrados.
    O tempo está acabando para se reverter a venezualizacao do Brasil.

  4. As incoerências da Resolução do CNJ que disciplina a participação de magistrados em congressos, seminários, simpósios, etc. já começam a aparecer. O Innovare que se destina a premiar práticas inovadoras que aumentem a qualidade da prestação jurisdicional, contribuindo para a modernização da justiça agora está proibido de premiar juízes e desembargadores que, por exemplo, desenvolvam projetos de aceleração e de eficiência na resolução de conflitos, mas continuará a premiar o ministério público, a defensoria pública e a advocacia, pública e privada. Vale dizer: é o CNJ contribuindo para evitar que as boas práticas de juízes e desembargadores sejam reconhecidas e incentivadas. É realmente uma beleza!

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