A urbanidade que se espera dos juízes

Frederico Vasconcelos

É dever do magistrado, segundo a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, “tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quando se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência”.

 Não se sabe, pelos relatos feitos até agora, se a pergunta que o jornalista Felipe Recondo, de “O Estado de S. Paulo” faria ao ministro Joaquim Barbosa, na saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça, nesta terça-feira (5/3), reclamaria uma resposta urgente.

 Não importa.

 Nada justifica o destempero do presidente do STF, ao recomendar que o jornalista fosse “chafurdar no lixo”.

 Talvez o ministro estivesse realmente “tomado pelo cansaço e por fortes dores ao responder ao jornalista”, como apressou-se a divulgar, em nota, sua assessoria de imprensa. Ou irritado com o “cerco corporativista” das entidades dos magistrados, nos últimos dias. 

Quem sabe, sentindo novamente sua privacidade invadida, tenha pretendido enviar um recado ao mesmo jornal que divulgou, recentemente, que o ministro circulou com a namorada. Ou, lá atrás, fotografou-o em momento de lazer, num bar.

Se a intenção do ministro era retratar-se, melhor teria sido dirigir-se diretamente ao repórter, sem a intermediação formal de um assessor que, em seu nome, pediu “desculpas aos profissionais de imprensa”.

Comentários

  1. O que o ministro Joaquim Barbosa fez com os juízes, de forma implícita, foi dizer que chafurdamos no lixo do pensamento retrógrado, ao passo que os membros do Ministério Público, estes sim são os salvadores da pátria.

    O ministro, enquanto Procurador da República na primeira instância (numa época em que este órgão era também representante judicial da União) se é que teve a experiência de atuar junto a um Juízo Criminal, o fez em um contexto inteiramente diverso do atual.

    Desconhece o trabalho dos juízes que remam contra a maré da jurisprudência para entregar a prestação jurisdicional, para tentar tornar o processo penal efetivo.

    O ministro desmerece igualmente os juízes que cumpriram com louvor suas cartas de ordem para fazer toda a instrução do processo da AP 470.

    Ignora o ministro que aos juízes cabe não apenas julgar, mas instruir e que em dezenas, talvez centenas de casos, os processos ficam suspensos por ordem do próprio STF, ordem que nada podem fazer se não cumprir.

    Apesar de tudo isso, o que o ministro fez, no auge de sua popularidade, para a qual contou com grande colaboração dos juízes, foi dizer para o povo: os juízes chafurdam na lama da impunidade.

    Ainda pior: a solução que o ministro apresenta é fazer uma lavagem cerebral nos juízes?! Caberia ao CNJ mudar a cultura?!! Ora, cabe, isto sim, ao STF, que o ministro preside, e ao STJ, uniformizar a jurisprudência. Se o fizerem de forma a ceifar as jabuticabas garantistas, podem todos ter a certeza de que colheremos um processo penal mais efetivo.

    Mas se dizer isso é fazer cerco corporativista, enfim… Outra jabuticaba!

  2. Havia deliberado não mais comentar neste blog que nitidamente já tomou partido no que se refere a execrar a magistratura e defender o Ministério Público, omitindo, p. ex. ausência de divulgação de salários em SP dos membros do MP, e em outros Estados também (se fosse o Poder Judiciário, não é mesmo, seriam posts diárias, como seria). Também não nutro o menor apreço por Joaquim Barbosa, e para tanto sugiro alterar o substantivo juiz ou magistrado de suas manifestações por, p. ex, “judeus” e muito teremos do preconceito da manifestação, isto serve também para outras minorias, usem as que preferirem e façam o mesmo em artigos jornalísticos. É o que basta para evidenciar o intuito das declarações. De todo modo, é sempre prazeroso ver jornalista ser tratado como tratam os juízes, como é!!! Então, por isso, Joaquim ganha pontos comigo. Aguardem quando sair a matéria sobre os gastos de Joaquim na reforma do gabinete, daí vamos ver seus dentes. Dá-lhe Joaquim, pois contra vc ninguém fará nada, portanto, aproveite.

  3. Pegando carona na pressão dos magistrados de carreira, agora cresce o “cerco corporativista” dos JORNALISTAS contra o ministro Joaquim Barbosa.

  4. E por que essa manchete: “que se espera dos juízes”? Por que não colocam o nome do Barbosa na manchete? É só medo, ou é mesmo covardia? Até nisso se aproveita para a crítica genérica contra os juízes. Isso já extrapolou a raia faz tempo.

  5. Que engraçado: quando era pau na Geni (juízes), viva o Barbosa; quando o despreparo emocional se volta contra jornalista, fazem cara de “arrependida” e clamam por urbanidade.

  6. Olá! Caros Comentaristas! E, Fred! No passado recente, insisti e insisto que o CNJ é um órguinho administrativo e SÓ! Tentaram dar ao CNJ, após àquela resolução completamente ILEGAL, IMORAL e INCONSTITUCIONAL, um ar de TRIBUNAL DE EXCEÇÃO à moda HITLERIANA. Embarcaram nessa FURADA, jornalistas de grande importância e repercussão. Hoje, acabam colhendo a FÚRIA e o destempero, como resposta. Uma pena, lastimável. Fico feliz que nossos JUÍZES e JUÍZAS não se vergaram a essa FALSA MORALIDADE tentada por resolução ilegal, imoral e inconstitucional ensaiada pelo CNJ em momento passado e de esquecimento saudável. Como cidadão comum, preocupou-me, entretanto, e agora a BOLA está com a imprensa e o sofrimento igualmente. Não devemos criar esses pseudo salvadores da pátria com apresentação de MORALISMOS sem sentido, pois, o troco costuma chegar desse jeito como escrito no texto, “chafurdar no lixo”, é um caso para reflexão, mais JORNALÍSTICA, que uma preocupação do judiciário em geral, por sinal acostumado a esse achincalhe diário, desnecessário e BURRO. É caro FRED, vocês, JORNALISTAS, criaram o MONSTRO, agora, lidem com ele, o CNJ! Eu, prefiro, o RESPEITO À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. E sim, o CNJ é órgão meramente administrativo. Tribunal de Exceção, a Constituição Federal de 1988, PROÍBE. FIM! OPINIÃO!

  7. Se o Ministro fez isso após um cansativo e estressante período de uma tarde de sessão no CNJ, imagina um juiz depois de sessões e audiencias seguidas, dias seguidos de juri…por isso os 2 meses de férias.

      1. Magnífico o comentário? Se é assim um Delegado de Polícia tem de ter 03 meses de férias. Imaginem o dia a dia de um delegado em uma delegacia por exemplo na Rocinha ou na periferia de São Paulo. Vai ver é menos estressante do que o dia a dia dos sacrificados magistrados brasileiros…Tenha santa paciência …

  8. Não tem nada a ver o acontecimento do jornalista com as críticas ao judiciário. É vergonhoso e ridículo pessoas estudadas pegando carona nesse episódio para se aproveitar e manter o status-quo da impunidade e benesses. É claro e perfeitamente lógico que qualquer advogado mediano quer manter a mente pró-impunidade do judiciário, deveria ser cassado a sua OAB se pensasse o contrário. Mas o Brasil não pode se pautar por uma categoria profissional.

  9. Vamos combinar. O episódio retrata como temos um presidente que é mal-educado e grosso. Nenhum problema de coluna justifica sua conduta. Também os tenho e não trato as pessoas como ele tratou. As agressões feitas a colegas durante as sessões, registradas pelas câmeras, já mostram. Há menos de uma semana ele voltou sua metralhadora verborrágica contra a Magistratura e vocês da imprensa, inclusive vc Fred, afirmaram que havia um cerco corporativista contra ele, quando apenas se buscava a defesa de prerrogativas constitucionais e o respeito ao Poder que este senhor preside. Vocês esquevem que ele é um membro do MP na chefia do STF; como já disse ele não é juiz stricto sensu. Não sabe se portar como juiz. O STF precisa de juízes de verdade, e nisso vocês nada falam, nada cobram. Assim, vamos combinar também: vocês da imprensa não sabem o que querem. São chatos e irresponsáveis. Em nenhum lugar do mundo a imprensa é tão ilimitada como no Brasil. A ditadura já acabou. Na normalidade, tudo tem limite. Deixem os juízes trabalhar em paz. Defendam o único Poder permanente e que equilibra a série de abusos e omissões dos outros Poderes ocupados, em sua maioria, por pessoas descompromissadas com a res publica. Converse com seus colegas da comunicação social sobre isso, Fred, e verás como contribuirá mais ao seu país.

  10. Por estas e outras q a independência e a autonomia do Judiciário devem ser garantidas. O episodio se presta a ensejar tal reflexão. Afinal, sem autonomia e independência qual juiz julgaria uma ação indenizatoria contra o Chefe do Judiciário? A prevalecer o q a imprensa, por ignorancia ou má-fé, vem propagando, JUIZ ALGUM teria coragem de fazê-lo. E isto vale p uma ação contra um grande empresário numa comarca pequena ou contra um politico influente, qq q seja a comarca. O juiz somente julga uma ação desta porque tem suas prerrogativas asseguradas na Constituição Federal: independência: inamovibilidade e irredutibilidade. Quando a imprensa, de modo irresponsável, apregoa o fim de tais prerrogativas, está abrindo mão de, um dia, quando precisar, ter a causa de um dos seus integrantes julgada sem medo ou receio de retaliação. Pra isto servem as prerrogativas. Quando o blogueiro adotaria postura contra e defenderia que o seu patrão, dono do jornal, está errado, dando razão a outrem? O juiz, estadual ou federal, vive decidindo contra seu “patrão”, o Estado ou União, quando acolhe pedidos em face de tais entes. Eis o valor e a necessidade das prerrogativas.

      1. Prezado Ricardo,

        O poder jurisdicional, é do próprio estado juiz. Não é pessoal. Então, o que vc falou, está voltado para o Estado juiz, que é o detentor de tais prerrogativas. Aonde está escrito que isso vai acabar? Qto a julgar, não canso de dizer, que, o funcionário público é obrigado a trabalhar, se ele não julgar, outro julgará, é papel do juiz decidir, bem ou mal. Caso o Estado queira, poderá repassar essas prerrogativas a um simples juiz leigo, com prazo definido e pronto, isso prova que as prerrogativas não devem ser revestidas de forma pessoal, mas de caráter institucional, melhor, estatal. Por fim, é importante dizer, até agora não vi ninguém falar que vai cabar com tais prerrogativas, mas tão somente colocar a magistratura brasileira de acordo com a CF/88, somente isso, não sei porque tanta preocupação comprerrogativas se estas não estão sendo discutidas.

        1. Marcelo, meu caro,
          Imagine uma questão: Alguém quer acabar com o sistema democrático no Brasil, mas não quer chamar atenção. Quer que os outros acreditem que somos democráticos, mas, na realidade, não o somos? Como fará isso? Deixará a CF intacta, mas, seu conteúdo sem valor algum. Enfraquecerá o Poder Judiciário fazendo com que a população acredite que são meros servidores sem a menor relevância. A mídia acredita e reproduz sem reflexão porque gente do alto escalão reproduz esse tipo de absurdo. No entanto, os Magistrados estão tentando explicar que algo estranho acontece no Reino da Dinamarca, digo, na democracia brasileira. Por isso, estamos postando filosofia e história para que o povo possa refletir antes de reproduzir fatos que desconhece. E eu lhe pergunto: A quem interessa o sucateamento e a desmoralização do Poder Judiciário? E o pior: A quem interessa o esvaziamento da Constituição Federal? Sinceramente, isso me envergonha. Espero que a população perceba o risco que corremos.

          1. Por que postar Filosofia no blog do Fred? Porque filosofia, palavra grega, significa amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: é o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim a filosofia indica um estado de espírito da pessoa que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita. Segundo Sócrates, todos somos filósofos em potencial.
            Filosofia e história demonstram o que dizemos. Basta abrir os olhos para o conhecimento. Tenho certeza que os leitores desta mídia compreenderão o que digo.

          2. Pergunte ao Presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos: se o Magistrado é um servidor qualquer e por quê?
            Pergunte à população americana se o Magistrado é um servidor qualquer e por quê? Pergunte a mesma questão ao Presidente da Suprema Corte Alemã? Vocês se surpreenderão com as respostas.

        2. Caro Marcelo, parece claro na m manifestação q a prerrogativa não é minha, nem pessoal, mas sim do cargo q ocupo.
          Exemplifico para q pensemos juntos. Falemos da independencia. Qdo o executivo insiste em descumprir a CF com relação à recomposição dos subsidios, defasados em mais de 30%, primeiro fere-se a autonomia para depois se chegar a independência. Querem q o Judiciário mendigue o resjuste e q seus integrantes, p consequência, fiquem devendo favor. Esta, a meu ver, é uma forma rotineira de se desrespeitar tal prerrogativa.

        3. Marcelo,
          O que vc acha de um PJ que faz o que o governo determina? Juiz pedindo autorização para decidir. É isso que vc quer? O Juiz decide, muitas vezes, contra o governo. Veja os casos contra o INSS, União, Estado. Vc está errado sobre o Estado Juiz. Quando o Magistrado está judicando, ele representa o Estado, por isso ele manda prender, executa o devedor e determina que o governo respeite os direitos do cidadão, sem consultar autoridade superior. O Magistrado aplica a Lei com independência. O Poder Jurisdicional é do Estado, mas, é simbolizado pelo Homem, magistrado, portanto,ele se individualiza no representante do Estado, que é o Magistrado. O magistrado é para a parte, nos autos, o Estado-Juiz.Isto nos diferencia dos servidores, em geral. Em decorrência desse fato, o Magistrado é agente político e sua conduta é vigiada pela sociedade. Preste atenção, pois a matéria constitucional exige um conhecimento muito amplo e filosófico. Por isso o Poder Judiciário deve ser independente de fato. A independência é uma conquista histórica e fundamental para a democracia. Se tiver interesse, leia Voltaire, ele influenciou os iluministas. Não dá para ficar lendo apenas os manuais, direito é uma ciência complexa.

  11. Quando criticou os Magistrados com argumentos dos mais estapafúrdios não vi essa grita geral da imprensa… Pergunte para qualquer advogado mediano, ou estudioso do direito se seria correto que os Juízes tivessem essa sanha por condenações como o Mp como quer o ilustre ministro…

    Aos jornalistas, que tanto respeito, só peço que antes de embarcarem em uma nova canoa (no caso declaração) furada, estudem e reflitam um pouco se os fundamentos da crítica (normalmente na ânsia por prestígio e holofotes) se justificam…

    Agora, talvez a imprensa conheça o significado do dito “pimenta nos olhos dos outros é refresco”

  12. Prezado Fred,
    Da mesma forma que se espera urbanidade dos Juízes, se espera verdade, independência e dever de esclarecimento pela imprensa.
    Por isso é lamentável quando alguns integrantes do alto escalão do Judiciário ofende toda a magistratura e não se vê uma só nota na imprensa de repulsa, em defesa da grande maioria dos juízes que são honestos e trabalham.
    Da mesma forma é triste a imprensa não esclarecer aos leitores quais realmente são as atribuições do judiciário. Ao contrário, as noticias são todas deturpadas.
    Veja Você que há poucos dias se divulgou a existência de milhares de ordens de prisão que não são cumpridas por quem tem a obrigação de prender que são as Polícias, órgãos do Poder Executivo, mas o que a imprensa divulgou foi que o Judiciário não consegue prender…
    Que bom que os jornalistas honestos e trabalhadores sentiram na pele a dor pela ofensa dirigida a um único jornalista, pois agora sabem o que nós, juízes trabalhadores e honestos, sentimos quando somos ofendidos, quando somos tratados como vagabundos e bandidos.

    1. Endosso as palavras do comentarista Parreira, pois a imprensa distorce, por ignorância ou má-fé, a notícia, em detrimento do seu dever de correta informação e formação de opinião.

  13. Não estou entendendo essa papa de prazer dos juízes com o incidente do jornalista, ridiculamente comparando uma ofensa com as críticas legítimas do Ministro à magistratura. O Ministro não mandou nenhum juiz chafurdar no lixo ou de palhaço. Teríamos uma revolução caso isso tivesse ocorrido. Muito pior são as constantes decisões de juízes proibindo tal blog ou tal jornal de falar sobre determinado assunto. Isso sim é uma ofensa que chega as raias da violência física para a imprensa, muito pior e mais grave para a liberdade de imprensa e pensamento do que os insultos do Ministro.

    1. Caro Maurício, Bom Dia.
      O Ministro Ayres Britto preocupava-se com a temática Liberdade de Imprensa e Judiciário, ele criou uma comissão de estudos sobre o tema no CNJ. Acho que seria interessante retomá-lo. Lembre-se, no entanto, que há sempre os dois lados da questão: Liberdade de expressão e privacidade. O tema é complexo. O ideal é o debate inteligente entre Imprensa e Judiciário.

    2. Não teríamos revolução coisa nenhuma não. Teríamos é muito aplauso, como já tivemos no caso da Eliana. “Crítica legítima”? Paro por aqui.

  14. Para o ministro responder assim à interpelação do repórter, umas boas esse rapaz já teria aprontado. Afinal, quem lá quer saber se o ministro passeou com a namorada ou não, se estava se divertindo de bermuda e camisão ou coisa assim? Isso é absolutamente irrelevante e notícias assim não requerem jornalistas mas apenas os fofoqueiros de plantão. É possível que o magistrado tenha desrespeitado a Lei Orgânica sim, mas o jornalista respeita o que mesmo quando invade a privacidade de alguém para fazer notícia? Quem desrespeita pede reciprocidade.

  15. Caro Fred, Pelo menos existiu um pedido de desculpas. Os Magistrados não tiveram a mesma consideração do Ministro. O episódio nos deixa desolados. Deveríamos estar unidos debatendo questões que interessam a toda sociedade mas estamos, novamente, chocados com o novo episódio. No entanto, acho que é um bom momento para o CNJ dar continuidade ao Fórum Nacional do Poder Judiciário e a Liberdade de Imprensa que será responsável por fazer o levantamento estatístico das ações judiciais que tratem das relações de imprensa e, ainda, elaborar estudos sobre os modelos de atuação da magistratura em países democráticos. A ideia, penso eu, é que esses estudos facilitem a compreensão de conflitos que digam respeito à atuação da imprensa.Este é um bom momento para que o Fórum seja retomado e que os debates sejam iniciados.

  16. A questão do exercício no poder no brasil êh endêmica,pouco importa o genero, classe social ou qq outra qualificacao do seu eventual ocupante,todos sem exceção resvalam no corriqueiro sabe com quem esta falando???…
    Lamentável!!

  17. Faço minhas as palavras do Daniel Boaventura!
    E vejam que o Ministro não generalizou a classe dos jornalistas, recomendando-os que fossem “chafurdar no lixo”, como fez com a Magistratura de Base. Pior, até o momento não retractou das ofensas aos Magistrados, mas, sabendo do peso da Imprensa e da sua actuação corporativa, cuidou logo de emitir nota de desculpas.
    Portanto, espero que, agora, os jornalistas, que sentiram na boca o “gostinho amargo” e, com isso, estão agindo corporativamente, defendendo a classe, que reconheçam o direito das Associações de Magistrados de se indignarem quando ocorrem injustas, impertinentes e desairosas generalizações.

  18. A questão aqui não se trata de corporativismo, senhores comentaristas. Ao meu sentir é falta de educação mesmo, diante da arrogância ímpar do juiz Joaquim Barbosa naquele instante. Em menor escala ao do destempero desse magistrado, uma daqui das Gerais ousou levantar a voz para mim. Alé de prontamente retrucada ouviu o que de mim merecia. Deveria o jornalista ter dado o troco no mesmo instante. Aqui em Minas dizem que “PAU QUE BATE EM CHICO TAMBÉM BATE EM JOAQUIM (queria dizer FRANCISCO).

    1. Se tivesse pego um juiz bravo, o desfecho poderia ter sido diferente e prejudicial à sua atuação como causídico.

      Tem juízes que não aceitam esse troco, não.

      Como diz o ditado popular, “juiz é como o sol: de longe brilha, de perto queima”.

      Tem juízes que, quando afrontados, vão até às últimas consequencias. Ainda que depois venham a ser responsabilizados pelo excesso, na hora dos fatos não aceitam sair por baixo.

      É preciso cautela.

      1. A questão não é aceitar ou não o troco. A questão é fazer impor o respeito que deve haver entre nós, os operadores do direito. Não me acautelo e não me acovardo ante qualquer pessoa, seja ela quem for. Lembro-lhe que não há entre Advogados, Juízes e Promotores subordinação e subserviência. Em outro episódio eu ditava as razões finais orais e o magistrado, dizendo que não gostava da expressão x, mandou a escrevente substituí-la. Dei o “troco” quando ele ditava os termos finais da Ata e “mandei” a escrevente alterar uma locução “inapropriada” dita pelo juiz. Adivinhe no que deu: ficou calado, porque entendeu o meu “troco”. Em outra audiência, quando indeferida uma pergunta, opus agravo oral. O juiz disse que eu deveria apresentar as razões ao Tribunal e que seria conveniente que eu estudasse o CPC. Não assinei a Ata, mas fui ao Tribunal e ganhei a liminar que determinou a imediata apresentação das razões antes negada. Juntei aos autos a cópia do despacho e informei ao juiz que devia ele, que não conhecia as normas processuais, ler e estudar o Código. Dei o “troco” e ele nada respondeu. É desembargador e muito me respeita. Por fim, só me resta uma dúvida em sua fala: quais seriam as “últimas consequências” afirmadas pelo senhor.

  19. Fato extremamente deslegante, por parte de um ministro presidente da mais alta corte do país. Acho que ele deve pedir desculpas pessoalmente, para o jornalista e não por intermédio de assessor de imprensa.

  20. Se fosse um juiz de 1º grau o CNJ já teria instaurado procedimento administrativo e afastado o mesmo. E a isonomia no tratamento? No mais, como disse Daniel Boaventura: quando é Judiciário é “reação corporativista” quando é na imprensa, bem, melhor nem comentar. Collor, de forma lamentável, tem atacado o ilustre PGR, não vi o blog escrever uma linha a respeito. Quem é corporativista?

  21. Cerco corporativista!?! Aiii ….
    Deixa de ser sabujo rapaz! O Barbosa é que foi corporativista defendendo o ministério público e ofendendo os juizes.
    No meu enternder, ele não passou no concurso para juiz … daí o seu despeito.
    Aliás, na ação penal 470, ele foi meramente um coadjuvante de promotor.

  22. Esse é o presidente. Aguarde que virá mais. Pimenta nos ‘olhos dos juízes é refresco’ agora quando na imprensa o Sr. Blogueiro tomou as dores. Pede pro jornalista ofendido ajuizar alguma demanda de dano moral contra o TODO PODEROSO, quem sabe o magistrado que assuma o caso seja independente, bem remunerado, nao esteja sofrendo nenhuma moléstia por excesso de trabalho, e esteja mentalmente tranquilo para garantir o direito do jornalista. Lembre-se Sr. Blogueiro, o judiciário forte é importante para garantir o seu direito e de seus colegas, entao antes de depreciar o Poder Judiciário analise bem os fatos e leve em conta que a grande maioria dos juízes é trabalhadora e vive honestamente como vc.

    1. Perfeito, Marcio!!!! Quero ver a imprensa recorrer ao judiciário agora!!!!! Eles se esquecem que se o Ministro é grosseiro e desleal com seus pares, nada o impedirá de agir assim com a imprensa!!!!!
      Pimenta nos olhos dos outros é refresco….

  23. Quando os juízes reclamam das críticas, é corporativismo, quando o alvo é a imprensa é falta de urbanidade?

  24. Quer dizer que o ministro briga com o jornalista e a culpa eh do “cerco corporativista” dos juízes? Claro, a culpa como sempre tinha que ser dos magistrados de carreira!

    1. Pois é. Ou falta inteligência para interpretar os fatos ou o blogueiro é tendencioso e age de forma premeditada contra os magistrados.

  25. Caro Fred,

    gostaria de saber, agora, se a (JUSTA) indignação da classe dos jornalistas contra o sr. Ministro será também tachada de ‘reação corporativista’, como a própria classe já se acostumou a fazer quando os magistrados que, em sua maioria esmagadora, honram a toga, demonstram indignação com afirmações midiáticas desairosas e generalistas de alguns “expoentes” do alto escalão da magistratura nacional. Ou pau que dá em Chico não dá em Francisco? Às vezes sentir na pele é bom para a autorreflexão…

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