Duprat: “Meta é reerguer a instituição”
Eis as opiniões da Subprocuradora-geral da República Deborah Duprat sobre a sucessão do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel.
Blog – Como pretende desenvolver sua campanha para indicação da lista tríplice da ANPR?
Deborah Duprat – Por ora, coloquei a minha plataforma e o meu histórico institucional na rede de procuradores e me pus à disposição para responder todas as questões que foram suscitadas, também por esse meio. Haverá dois debates promovidos pela ANPR: em BSB e em SP. Vou participar. Há também um pleito para aumento do número de debates.
Blog – Entende que a consulta da ANPR é a forma mais adequada para a indicação do (a) futuro (a) Procurador (a) Geral da República?
Deborah Duprat – Acredito que a lista é uma importante manifestação da instituição sobre os candidatos que entende habilitados para o exercício do cargo de Procurador-Geral da República.
Blog – Pretende pedir férias ou licença para se dedicar à campanha?
Deborah Duprat – Não tenho intenção de tirar férias/licença.
Blog – Possui uma equipe para realizar sua campanha?
Deborah Duprat – Tenho amigos procuradores e procuradoras da República com os quais discuto alguns temas de campanha.
Blog – Como se trata de uma escolha prévia entre membros do MPF, considera adequado o apoio de uma assessoria externa de relações públicas/imprensa para contatos com a mídia? Supondo tratar-se de apoio voluntário, é saudável a um membro do MPF dever favores a uma empresa privada?
Deborah Duprat – Não vejo na prática de contratar assessoria de imprensa qualquer ilegalidade ou imoralidade. Temo, no entanto, a “monetarização” dessa campanha.
Blog – De forma resumida, qual é a sua principal proposta e o que espera mudar se for indicada para PGR?
Deborah Duprat – Como já disse anteriormente, a minha principal meta é reerguer a instituição, torná-la novamente próxima da sociedade e por esta bem avaliada. Para tanto, é preciso valorizar a carreira, para que potenciais bons candidatos não se dirijam para outras carreiras do Estado ou para a iniciativa privada. É também necessário que ampliemos o número de cargos, de modo a se ter quantitativo suficiente de membros para cumprimento do imenso projeto constitucional que nos cabe levar adiante.
Se aproximar da sociedade valorizando a carreira? Isso é justamente os distancia.
Não compreendo como a precarização da carreira (que é o contrário da valorização) pode ser útil ou bom para a sociedade.
Quando vemos os profissionais de saúde lutarem pela criação de carreiras de estado como forma de valorização institucional e perspectiva de melhoria dos serviços prestados, seria um contra-senso o(a) futuro(a) PGR não lutar contra o achatamento salarial que a carreira tem experimentado nos últimos anos.