Nos EUA, grupo cria banco de dados de juízes e “seminários” patrocinados por empresas
O texto a seguir foi enviado por Marcelo Soares, editor do blog “Afinal de Contas“, publicado na Folha (*). O jornalista é um aficionado por informações públicas, em forma de planilhas e outros bancos de dados, além de leitor atento de reportagens sobre o Judiciário.
O Center for Public Integrity, grupo independente que produz reportagens investigativas sobre conflitos de interesse do poder público nos Estados Unidos, publicou uma reportagem especial e um banco de dados sobre “seminários” para juízes, patrocinados por empresas privadas.
O grupo coletou listas de participantes e de patrocinadores de mais de 100 seminários ditos de atualização, frequentados por 185 juízes, entre 2008 e 2012.
Os custos de viagem, estadia e alimentação dos juízes, além da organização dos seminários, foram pagos por empresas como a Dow Chemical (em 47 deles) e a AT&T (em 45).
Como a lei americana não exige, o Center for Public Integrity não conseguiu determinar quanto cada empresa bancou.
A reportagem, de Chris Young, está disponível em http://www.publicintegrity.org/2013/03/28/12368/corporations-pro-business-nonprofits-foot-bill-judicial-seminars
De qualquer maneira, o grupo criou um banco de dados mostrando quais juízes foram a quais seminários bancados por quais empresas. Assim, qualquer interessado em verificar possíveis conflitos de interesse pode cruzar os dados.
O banco está disponível neste link: http://www.publicintegrity.org/2013/03/28/12349/find-judge
Nenhum post sobre a viagem que o ministro presidente do stf fará aos tribunais do continente africano? O bom tom recomenda a divulgação do tamanho da comitiva e todos os custos legais bancados pelo erário publico,inclusive diárias,passagens aéreas,hospedagens e gastos com transportes aéreo e terrestre .
Fui pesquisar a respeito. Realmente, no site do Senado há um clipping de matéria publicada no “Valor Econômico” de hoje, 02/04/2013 (http://www.senado.gov.br/noticias/opiniaopublica/inc/senamidia/notSenamidia.asp?ud=20130402&datNoticia=20130402&codNoticia=818807&nomeOrgao=&nomeJornal=Valor+Econ%C3%B4mico&codOrgao=2729&tipPagina=1):
“Barbosa deve ir para Gana, Angola e África do Sul. A viagem está sendo programada para acontecer em maio ou junho. O objetivo não é apenas o de contar como o STF decide as grandes questões nacionais, mas, sobretudo, o de obter informações a respeito de como os tribunais daqueles países tomam decisões e verificar se as soluções africanas podem ajudar o Judiciário brasileiro de alguma maneira. Dessa forma, a visita de Barbosa não tem o caráter de ensinar aos africanos como se deve promover o direito a partir da experiência brasileira, mas o de compreender como funciona a Justiça no continente.”
Daí eu me pergunto: é preciso mesmo? Não basta adquirir obras, livros etc e aprofundar-se na leitura? Isso dá trabalho, né?