Ação entre amigos, custe o que custar

Frederico Vasconcelos

Recém-reconduzido ao Conselho Nacional do Ministério Público, indicado para a vaga da Câmara dos Deputados, Luiz Moreira Gomes Júnior representou contra o programa CQC, da rede Bandeirantes, questionando o uso de uma criança a título de “entrevistar” o deputado federal José Genoino (PT-SP).

O artifício utilizado pelo programa para constranger o parlamentar é altamente criticável. Mas a iniciativa do conselheiro volta a sugerir quebra do princípio da impessoalidade.

Na controvertida sabatina no Senado, Luiz Moreira confirmou que usara o veículo oficial do CNMP (há 54 registros) para encontrar-se com Genoino, então assessor parlamentar do Ministério da Defesa.

O conselheiro definiu a prática –considerada “extremamente grave e imoral” pelo representante do Ministério Público Federal que investigou o caso– como retribuição de favores. Alegou que se tratava de uma “gentileza” prestada ao “amigo que me ajudava”.

Comentários

  1. É claro que a preocupação do MP é com a criança! Afinal, nenhuma criança sofre abuso nesse país, somos uma nação livre de problemas e eu nunca desconfiaria que existe algum tipo de proteção entre os nossos corretíssimos e exemplares deputados! Preciso ir agora, meu gnomo saiu para passear com seu dragão e ainda não voltou…

  2. Me senti honrado com a matéria do CQC, além do mais creio que todos os políticos, como figuras públicas, estão sujeitos a este tipo de exposição, haja vista que alguns destes se expõe de forma muito mais humilhante com bordões, personagens, etc… no horário eleitoral gratuito, e acho inaceitável o MP se utilizar de uma matéria de interesse público para desviar o foco da condenação de quem quer que seja. Além do mais existem milhões de problemas que deveriam ser investigadas pelo mesmo tais como transporte público, saúde pública, saneamento básica, segurança, etc… e o mesmo parece fazer vista grossa. E se o senhor Jose Genoíno se sentiu tão humilhado porque então não abre mão de seu cargo??? Será que um cargo publico vale mais do que a própria dignidade???

  4. a imprensa é livre, e o Genuino merece cadeia e não parlamento e nem defesa do povo brasileiro, o CQC está certo sobre fazer pessoas que nos fazem sentir vergonha de ser brasileiros, sentirem vergonha do que fazem, bandido que não assume, ou nao pede desculpas pelo que faz, merece SIM mais do que cadeia, merece ser castigado e constrangido. pois errar é humano, sim, mais continuar errando e fazendo toda uma nação de imbecil é falta de respeito, ombridade e compaixão com aqueles que precisam realmente deste ou daquele dinheiro! e não adianta da bolsa familia e não escola e hospital.
    #DESORGULHODESERBRASILEIRO

  5. Percebe-se, pela análise de apenas um dos lados, que a matéria é totalmente tendenciosa. Sr. Fred, nunca é demais para a democracia ouvir os dois lados. Você como repórter deveria saber muito bem disso.

  7. o CQC fez mais que correto, tem que encostar esses pilantras, condenados pela justiça e que ainda tem cargos politicos na parede, o povo não pode ser feitos de idiotas e o menor estava acompanhado do pai

  8. Acho que o programa CQC é útil à população,eles usam a televisão que considero um acesso mais facil,para esclarecimento e ajudar à quem precisa da imprensa.A questão é que nem todo mundo pode se sentir a vontade diante de questionamentos,sendo de uma criança ou não.Somos a favor de questionamentos,gostaria eu uma anonimata perguntar,questionar,não temos acesso por isso precisamos de muita informação.

  9. Há um princípio basilar na Constituição sobre a dignidade da pessoa humana. A matéria já era ofensiva a esse preceito mesmo sem o uso de uma criança. Nem se diga que envolve algum condenado e podemos deixar pra lá. Sem adentrar no mérito da discutível condenação, há outro princípio que diz: cada crime com sua pena. Sem cumulações. A do deputado já está prevista e não autoriza a humilhação pública, sobretudo por um particular que confunde liberdade de manifestação com total falta de conciliação com o direito alheio. Para querer fazer graça sobre quem considera criminoso, pode em tese, ter cometido outros. A ponto inclusive de usar uma criança, ainda que sob o acompanhamento paterno.
    Tinha o menor consciência do que fazia? Como avaliará essa questão no futuro quando tiver amadurecimento a tanto?
    Então caberia ao representante do MP, justo ao MP, fazer nada diante desse contexto? Não seria aí mais grave a entidade ignorar esses abusos? Apenas é óbvio que não deve agir por retribuições a gentilezas, mas sim por dever de ofício.

    1. ESSE SENHOR LUIZ MOREIRA NÃO É E NUNCA FOI MEMBRO DO MP.
      HOUVE ENORME RESISTÊNCIA DO MP A SUA INDICAÇÃO AO CONSELHO NACIONAL NA VAGA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS.

    2. Usar crianças na midia pode gerar aborrecimentos para seu desenvolvimento, fato. Mas pergunto onde está o MP quando crianças aparecem em programas de auditório sendo feitas de bobas, dançando de forma inadequada músicas muitas vezes com conteudo discriminatório e/ou machista? Me parece que o ato realizado pelo CQC visa ironizar a politica publica que dá cargos a condenados, não a ex-detentos.

    3. Esse menino vai ter orgulho, pois fez o que grande parte da população gostaria de fazer mas não tem acesso, falar na cara do “condenado” GENUÍNO o que ele merece ouvir, sofreu constrangimento?? ora pasmem, sofre constrangido o povo que vai a um posto de saúde e não recebe ou nem é atendido devidamente, que não consegue se aposentar na fila do INSS por que não pode pagar um advogado, que não tem acesso a educação de qualidade ou sofre com a falta de segurança, isso sim meu caro é constrangimento.

  11. O ventilador está começando a girar para o lado do MP, quero ver expostas as feridas! Será que apenas o Judiciário possui erros? Fred, o que transparece é que V. Sa. tem medo de expor neste blog as mazelas do MP, qual o motivo? Quanto ao CNMP, transformou-se num grande elefante branco, não vê nada, não sabe de nada e nem pune ninguém. Por que o articulista não faz uma comparação entre o CNJ e CNMP nos últimos anos: quantos juízes foram afastados nos últimos 3 anos pelo CNJ e quantos membros do Parquet foram afastados pelo CNMP? quantos processos cada um dos órgãos recebeu? qual o tempo de tramitação em cada Conselho? Exceto o caso do Bandarra, não me recordo de mais nenhum.

    1. Esse Senhor não é membro do MP. A propósito, houve forte resistência por parte do MP a sua recondução ao cargo no CNMP. No entanto, o Congresso insistiu em sua nomeação. Com certeza, trata-se de “persona non grata” do MP brasileiro no CNMP. Esse comentário serve aos demais que não estão suficientemente informados.

  12. Sugiro que a sociedade comece a fazer um diagnóstico ” sem utopias e ufanismos”, da atuação do MP. Li, há algum tempo atrás, aqui mesmo no Blog, sobre a relação de compadrio entre a cúpula do MP/SP e o Executivo. Com certeza, se não existisse a relação de subordinação (sim existe, e não adianta tapar o sol com a peneira), algumas coisas seriam bem melhores no Estado mais rico da Federação, como a segurança pública, a saúde, etc etc etc etc.

    1. Dizem o mesmo do MPF depois que o PT chegou ao poder. A ação penal do mensalão teria sido algo inevitável, vez que o divulgado ao vivo em cores impedia qualquer inércia, se bem que, para muitos, não se teve a coragem de Aristides Junqueira.
      Fundamental haver reforma da Constituição para retirar do Poder Executivo essa atribuição.

    2. Senhor pedro,

      É preciso esclarecer que esse Sr. Luiz Moreira não é membro do MP e não atua em nome do Ministério Público. É apenas um conselheiro do CNMP indicado pela Câmara dos Deputados.

      Não acredito em subordinação nem mesmo no MP/SP, mas considero salutar que seja debatida com a sociedade a questão das indicações do executivo para o judiciario e o MP.

  13. Quantas vezes o senhor se manifestou contra a atuação do ministro Fux para indicar a filha para cargo o cargo de desembargadora? Quantas vezes vociferou contra os engavetamentos do Brindeiro? Ou contra as decisões pró Dantas?

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