Servidores do TJ-SP apoiam desocupação

Frederico Vasconcelos

Acomodações com o MP privam servidores de condição de trabalho, diz Assojuris.

 

A Assojuris (Associação dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo) divulgou o seguinte comunicado sobre a desocupação das salas usadas pelo Ministério Público nos prédios dos fóruns:

 

SAÍDA DO MP DOS FÓRUNS BENEFICIARÁ SERVIDORES DO JUDICIÁRIO

No ultimo dia 6 de maio o CNJ, representado pelo Conselheiro relator José Guilherme Vasi Werner, realizou em São Paulo audiência de tentativa de conciliação no PCA nº 223.780.2013.2.00.0000 em que figuram como partes o Ministério Público do Estado de São Paulo e o Tribunal de Justiça Paulista, onde se discute a questão da desocupação das salas nos prédios dos Fóruns pelo MP, ante a proposta da Presidência do Judiciário Bandeirante no sentido de ampliar o prazo anteriormente concedido, a qual restou infrutífera diante da recusa externada pelo representante do Ministério Público.

Fazemos lembrar que com o advento da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), restou estabelecido que para arcar com as despesas com pessoal, o Judiciário Estadual passou a ter direito a utilizar até 6% da Receita Liquida do Estado (Art. 20, II, “b”), ao passo que ao Ministério Publico Estadual ficou destinado 2% da referida receita (Art. 20, II, “d”).

No entanto, enquanto o quadro do pessoal do TJ-SP é de 49.557 funcionários distribuídos entre servidores ativos, cargos comissionados, desembargadores e magistrados, o do MP é de 5.769 entre funcionários ativos, procuradores e promotores de justiça; ou seja, o Tribunal de Justiça possui um quadro de pessoal 859% maior se comparado com do Ministério Público.

Convém ainda ressaltar que, nas comarcas em que o Ministério Público não possui sede própria, divide os espaços físicos com o Judiciário, acarretando com isso uma má acomodação para ambos os poderes.

Dentro deste contexto, podemos verificar que o Judiciário está em desvantagem, na medida em que gasta parte de seu orçamento custeando as despesas oriundas com a ocupação das acomodações com o Ministério Publico. Com isso o Tribunal priva seus servidores e membros de uma condição digna de trabalho, tanto no aspecto físico como no tocante a uma política salarial mais justa.

Apenas para corroborar com o tema em discussão (a busca de instalações adequadas para recepcionar e dar solução às demandas para garantir o direito do cidadão de acesso à justiça), recente pesquisa (parcial) realizada por esta entidade demonstra que: 59,09% dos oficiais de justiça pertencentes ao quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em número de 5.576, não possuem sequer instalações adequadas à efetivação de seus mister (ausência de salas, mesas, cadeiras, computadores, espaços onde possam realizar plantões, retirar e certificar mandados de urgência, dentre outras atividades inerentes ao cargo).

Comentários

  1. Boa noite, a questão aqui discutida não é quem ganha quanto ganha, quem trabalha quem não trabalha, e sim a desocupação das salas do judicíario. Decisão mais que correta, por se tratar de necessidade de espaço fisíco nos prédios para acomodar os juizes e servidores do judicíario e não do MP, o MP é problema do Executivo.

  2. Então qual será o propósito? É claro que em alguns locais a falta de espaço é patente, e não há razão de direito para conferir ao Ministério Público o uso de salas dentro do Judiciário. Aliás, é bem provável que o uso seja mesmo para os oficiais de justiça, que se valem de mesas nos cartórios ou nas salas de advogado.

  3. Quanta ignorância! Será que os servidores do TJ-SP acham que os juízes e desembargadores querem expulsar os promotores e servidores do MP (de prédios que nem foram construídos com o orçamento do judiciário) para acomodar melhor os escreventes e oficiais de justiça?

    1. E quanto a sua arrogância?? Já parou pra pensar??
      Quem é que movimenta o TJ-SP e faz os milhões de processos caminharem, sem estrutura, com baixos salários, cobranças excessivas, assédio moral???
      Os juízes, claro!!!!
      Ou vc acha que os servidores fariam isso?? Eles ficam somente no gabinete, trabalham somente nos horários de audiências, das 13 as 17 horas e dps vão pra casa, e ganham mais de 20 mil pra isso…

      1. Eduardo, voce deve estar se referindo aos servidores da justiça, da Suiça, pois, aqui em sp, a realidade é bem outra, escreventes dão sentença! Sabe porque eu sei….sabe porque eu sei….EU TRABALHO LÁ!

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