Demora ímpar para um colegiado ímpar
“Paira entre os ministros do Supremo Tribunal Federal a sombra de uma dúvida sobre a demora na indicação do substituto de Carlos Ayres Britto, aposentado há mais de seis meses”, observa a jornalista Dora Kramer, na edição desta quarta-feira (22/5) de “O Estado de S. Paulo”.
“Estaria a presidente Dilma Rousseff consciente de que a conclusão do julgamento do mensalão com a Corte incompleta pode beneficiar os condenados e, com isso, se caracterizar uma interferência de fato do Poder Executivo em decisão judicial?”, questiona.
Segundo a colunista, “não é a possível mudança das penas que provoca inquietação no STF, mas a configuração de uma interferência ainda que por inércia do Planalto ao manter artificialmente o tribunal em situação de empate e, com isso, induzir a um resultado”.
“Não é à toa nem por acaso que o colegiado tem número ímpar”.
Eles deveriam é julgar – inclusive, tendo a maturidade de superar impasses -, e parar de procurar desculpas para a própria inércia!