Ação contra ex-prefeitos de Guarulhos
– Justiça Federal recebe ação contra Jovino Cândido da Silva, Elói Pietá e OAS.
– Superfaturamento em complexo viário causou prejuízo de R$ 47 milhões ao erário.
– STF suspendeu punição a procurador que concedera entrevista sobre a obra.
O juiz federal Tiago Bologna Dias, substituto da 6ª Vara Federal em Guarulhos (SP), recebeu a ação proposta pelo Ministério Público Federal contra Jovino Cândido da Silva (PV) e Elói Alfredo Pietá (PT), ex-prefeitos de Guarulhos, a Construtora OAS Ltda e outros seis agentes públicos e privados acusados de improbidade administrativa (*).
Os ilícitos teriam ocorrido na construção do “Complexo Viário do Rio Baquirivu”, cujo contrato foi celebrado com a prefeitura da cidade em 1999.
O MPF sustenta que a obra foi executada sem previsão orçamentária e licenciamento ambiental, além de terem sido feitas modificações contratuais injustificadas, com superfaturamento que causou prejuízo ao erário de R$ 47 milhões em valores atualizados.
Trata-se do caso que, no ano passado, levou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a decidir, por maioria, pela demissão –convertida em suspensão por 90 dias– do procurador da República Matheus Baraldi Magnani. A decisão foi suspensa por liminar.
Magnani foi acusado de ter violado o segredo de justiça, ao conceder entrevista coletiva em 29 de maio de 2009, no mesmo dia em que foram realizadas diligências de busca e apreensão, e feito “graves acusações aos gestores municipais e da Construtora OAS Ltda., em relação às obras do Complexo Viário do Rio Baquirivu”.
Em nota publicada em 20/4/2012, a título de esclarecer o caso, o conselheiro relator Almino Afonso, do CNMP, afirmou:
“O Conselho ponderou que a conduta do Procurador da República revelou-se ainda mais grave porque, passados quase três anos da entrevista coletiva, nenhuma ação judicial foi ajuizada contra os investigados aos quais se imputou a prática de corrupção naquela entrevista coletiva”.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou na ocasião nota pública de apoio ao procurador, afirmando que não houve violação de sigilo, e que a entrevista foi concedida após o cumprimento de mandado de busca e apreensão. Sustentou, ainda, que a decisão do Conselho era contraditória com o entendimento das corregedorias do MPF e do próprio CNMP.
Liminar concedida pelo ministro Celso de Mello, em mandado de segurança impetrado pela ANPR, impede que o CNMP aplique pena de demissão a membros do MPF.
Em outra liminar, em mandado de segurança impetrado por Matheus Baraldi Magnani, Celso de Mello restaurou a situação funcional anterior em que se encontrava o procurador.
(*) Ação n.º 0007397-47.2012.403.6119 Obs. Texto alterado às 10h40.
Tudo muito bonito, mas a vitaliciedade não pode servir para juiz que vende sentença. Que os juízes de bem, que são a grande maioria, defendam uma “vitaliciedade mitigada”, prerrogativa que não se aplicaria ao juiz comprovadamente corrupto. Defender que juiz corrupto tenha direito à vitaliciedade é, no mínimo, antirrepublicano.
O magistrado honesto jamais pode ser perseguido ou punido pelo exercício correto da nobre profissão, mas fica difícil defender que alguém que usou o cargo para atos de corrupção possa ir pra casa com gordo salário. Isso é um absurdo e um deboche com a população!
Aprovadas as PECs das cassações, fatos como esse serão mais comuns – em que o ato do procurador torna-se mais grave do que as próprias infrações. Ou talvez não. Com o tempo, poucos se atreverão a pedir (MP) ou a deferir (Juiz) busca e apreensão nessa gente.
A vitaliciedade é cláusula pétrea. Nem EC poderia suprimi-lá. Estão fazendo um carnaval em plena quarta-feira de cinzas. Promulgadas as famigeradas PEC’s estão já condenadas à declaração de inconstitucionalidade.
Onde tem corrupção das grossas tem sempre uma grande empreiteira.Esta está em quase todas.Uma biografia que se confunde com a dos partidos políticos no poder.
Gostaria de saber porque nessa notícia da ação contra ex prefeitos de Guarulhos, não está identificado em qual partido político eles estavam filiados quando estavam no cargo? estão querendo esconder alguma coisa? não interessa para o blog a informação??
Caro David, salvo erro, pois não sei se houve mudanças, o primeiro era do PV e o segundo, do PT. Se vc. pesquisar no próprio blog verá que o episódio no CNMP envolveu o questionamento de relações próximas entre um dos conselheiros e o deputado federal José Genoino, tido como amigo do ex-prefeito Pietá. Todos tiveram espaço para esclarecimentos. Grato pelo comentário. Abs. Fred
Caro David, incluí a informação no post. grato, abs. fred