Oposição lança chapa à sucessão na AMB

Frederico Vasconcelos

Movimento é liderado pelo juiz João Ricardo Costa, ex-presidente da Ajuris.

 

O lançamento oficial da chapa de oposição à AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) foi realizado nesta segunda-feira (5/8) no Rio de Janeiro. A chapa “Unidade e Valorização” é liderada pelo Juiz de Direito João Ricardo Costa, titular do 1º Juizado da 16ª Vara Cível de Porto Alegre.

João Ricardo Costa é ex-presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS).

Segundo os organizadores, a chapa da oposição tem a adesão de 27 associações regionais.

Os apoiadores da chapa da oposição criticam a atual gestão da AMB, alegando falta de articulação em defesa dos interesses da magistratura e a baixa representatividade da categoria.

“A magistratura não se sente respeitada. Vemos a inação de nossa entidade de classe e a não ocupação do espaço público pelos juízes”, diz João Ricardo. Para ele, é necessário discutir o modelo tributário e o pacto federativo, além da luta incessante pelas prerrogativas da magistratura.

A eleição direta para os tribunais de Justiça é uma das principais bandeiras da oposição. O desembargador Cláudio Baldino Maciel, ex-presidente da AMB, e que participa do movimento “Unidade e Valorização”, também defende a eleição direta nos tribunais, “uma questão tão obvia que já deveria estar superada”.

A oposição defende “a mudança completa dos rumos da AMB com o resgate da credibilidade da entidade e da representação nacional da magistratura”.

A chapa da situação, apoiada pelo atual presidente da AMB, Nelson Calandra, é liderada pelo juiz paranaense Roberto Portugal Bacellar.

Bacellar é diretor-presidente da Escola Nacional da Magistratura (ENM) e dirigiu a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) durante o biênio 2002/2003.

Em entrevista ao Blog, em abril, o candidato da situação definiu como sua prioridade “as garantias de independência para que todos os magistrados (estaduais, federais, militares e do trabalho) possam decidir de forma a atender os interesses da cidadania”.

Comentários

  1. Independência significa que o Juiz deve decidir sem sofrer interferência política, por isso as garantias constitucionais estão na Constituição.
    O conceito independência não é indeterminado, sr. Rafael.
    Em relação aos magistrados que não trabalham, por favor, informe às Corregedorias sobre a conduta dos juízes faltosos.
    E por último, boa parte dos juízes levam trabalho para casa. E sobre o teto Constitucional, ele deve valer para todos e não apenas para alguns, neste ponto o senhor está correto.
    att.

    1. com todo respeito, se a senhora for a tantos TJs, TRFs e TRTs na sexta feira (e provavelmente nas segundas feiras) não encontrará nenhum juiz trabalhando, e menos de 10% terá feito carga de processos.

      os assessores estarão fazendo as sentenças e votos.

      Todo mundo sabe disto, inclusive os membros da corregedoria.
      se eu fizer uma denúncia a única pessoa que sairá perdendo serei eu.

      a independência só é levantada como argumento para questões salariais.

      são raríssimos os casos de juízes que sofrem perseguições polícas; pelo contrário, há muitos casos de juízes que trabalham com interesses outros em relação a agentes políticos.

      se em são paulo a realidade é outra, entendo que a melhor forma da magistratura conseguir se valorizar é instar os magistrados de outros Estados, nos quais se faz o que quer; trabalha-se quando quer e não há corregedorias a
      melhorar a imagem da instituição.

      Ai sim, haverá legitimidade para pleitos.

      respeito todas as opiniões contrárias, inclusive a da senhora, que se manifestou com respeito e polidez, mas creio que o panorama acima é predominante no Judiciário.

      São raros os juízes que dão bons exemplos hoje.

      a aprovação no concurso da magistratura significa, para boa parte dos aprovados, o início de uma grande mamata e de uma vida de privilégios desarrazoados.

      infelizmente, a magistratura é, hoje, um ganha pão fixo/hobby para muitos; um trabalho árduo e vocacionado para poucos.

      já passou da hora de ficar somente quem quer trabalhar. estes sim, merecem todas as prerrogativas constitucionais para contribuirem para um Brasil melhor.

  2. qual o significado do conceito juridico indeterminado “independência”?

    significa ganhar salários ainda maiores para não se corromper?

    policiais militares ganham 2 mil reais. eles precisam de ter mais independência também?

    o que os juízes precisam é cumprir a carga horária de trabalho e ir ao fórum todos os dias da semana.

    a “independência” é usada como desculpa para muitos magistrados irem ao trabalho somente dois ou três dias da semana e deixar todo os serviços para os seus assessores.

    vamos trabalhar Brasil. quem ganha 40 salários mínimos precisa de trabalhar mais e não de ter aumento de salários.

    quem precisa de aumento de salário são professores, policiais, fiscais, etc.

    juiz já está no topo do Poder e é curioso que num país em que tantos lutam para ter um teto, os magistrados lutam para não se submeter ao “teto” constitucional.

    saudações. boa semana.

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