Reeleição no TJ-SP e perpetuação de patotas

Frederico Vasconcelos

 

Sob o título “Afinal, o que temem os Desembargas?”, o texto a seguir foi publicado no site “Judex, Quo Vadis?”, mantido por magistrados paulistas:

 

Reeleição nos Tribunais, sem incluir DE FATO o Judiciário no Estado Democrático, permitindo que todos os magistrados votem em seu representante (ou, como gostam alguns, em seu Presidente), seria um tiro-no-pé, verdadeira perpetuação de patotas, grupelhos e gerontocracias.

Só quando o Judiciário respirou um pouco de democracia, ampliando o rol dos elegíveis, permitiu-se a oxigenação em sua gestão, com a eleição do Desembargador Sartori.

Mas se for permitida a reeleição para o comando das Cortes, em especial a Paulista, com o mesmo colégio eleitoral (os Desembargadores), ficará muito fácil imaginar o que um Presidente precisará fazer para se reeleger: agradar seus eleitores.

E os servidores e magistrados de 1º grau voltarão ao ostracismo, do qual saíram timidamente há um ano e oito meses.

É, pois, operação de risco. Uma operação que só pode ser legítima dentro de um ambiente realmente democrático, com ampliação do Colégio Eleitoral – repise-se.

Do contrário, a Aristocracia se instalará num dos Poderes da República, de um pretenso Estado Democrático de Direito.

Comentários

  1. O Juiz Ivan gosta tanto de eleições que não me surpreenderia se logo mais ele se candidatasse a algum cargo público, já nas próximas eleições. Alguém quer apostar?

  2. Sei por fonte segura que o voto nas eleições do TJSP não é obrigatório e que a questão da reeleição está bem longe de ser uma unanimidade.

  3. O TJSP não é transparente e não preza muito questões “democráticas”. Alguém duvida disso? Basta lembrar que foi nosso Tribunal que resistiu o quanto pode contra as medidas do CNJ. Já esquecemos? Agora, aparece esse arremedo de Presidente que, ao invés de cuidar do que realmente tem importância, como por exemplo o sistema de processo eletrônico no Estado de São Paulo, fica atrás de reeleição. Que reeleição que nada. O TJSP precisa é de novos ares, novas cabeças e gente comprometida com transparência e com fazer Justiça.

    1. Olá! Caros Comentaristas! E, Fred! Olá! BetoSilva! Como vai.., Quanto à RESISTÊNCIA àquela orientação por resolução ILEGAL do cnj, órgão meramente administrativo, é disso que você fala? Se for, o TJSP tem meu apoio. Também, NÃO gosto de atos administrativos ILEGAIS, INCONSTITUCIONAIS, arbitrários e autoritários, caso da resolução do cnj. No tocante ao quesito reeleição, nada declarar, não sou do ramo. Quanto às URNAS eletrônicas, PREFIRO, com certeza, o direito de livre votar ou não, pelo VOTO FACULTATIVO ao invés do voto ESCRAVO obrigatório. OPINIÃO! E quem precisa ter transparência é o cnj e o tse. OPINIÃO!

      1. Santa Maria, inexiste voto obrigatório. o que existe é a obrigatoriedade de comparecimento. vc já deve ter ficado sabendo de eleitores que comparecem e anulam o voto, ou sim, ou não?
        Quanto ao CNJ, acho que vc tem toda razão: o TJSP é o único a resistir às “ilegalidade do CNJ” e quando a Min. Eliana Calmon falou de “bandidos de toga”, certamente não se referiu a magistrados de SP. não é verdade?

        1. Olá! Caros Comentaristas! E, Fred! Olá! Beto Silva, discordo, uma OBRIGAÇÃO atrelada a uma PUNIÇÃO por NÃO votar, não comparecer é reminiscência ESCRAVA. Também, escolha verdadeira, séria e democrática num pleito eleitoral é você em NÃO encontrando dentre as possibilidades apresentadas, DIZER NÃO, NÃO compareço sequer. Portanto, SEM VOTO FACULTATIVO, ou seja, o direito de NÃO comparecer, continuaremos na mesma MENTIRA ELEITORAL. Um direito atrelado a uma OBRIGAÇÃO passível de punição NÃO é um direito concretizável é mera obrigação de fazer. É uma MENTIRA por repetição. Pior, um disfarce para manter os eleitores/as ESCRAVIZADOS.
          O BRASIL sofre atualmente o EFEITO de bastidores “dos MICROFONES ABERTOS” da entrevista passada do Rubens Ricupero no caso eleitoral e em outros casos. A maneira como se vota e se computa ou descarta votos é uma delas.
          Sempre com o máximo respeito: Discordo da lógica em sua argumentação. OPINIÃO! Os Magistrados brasileiros estão entre os melhores do Planeta. E o cnj NÃO passa de mero órgão administrativo. E a RESOLUÇÃO autorizando invasão da privacidade de JUÍZES e JUÍZAS de triste passado recente NÃO só foi ILEGAL como também, foi IMORAL. Afora, inconstitucional. E mantenho minha opinião sobre esse tema. OPINIÃO!

          1. SANTA MARIA! Afirmar que os magistrados brasileiros estão entre os melhores do Planeta é um excesso que fazia tempo que não ouvia. É injusto porque coloca gente que não merece com gente que é séria. Aliás, toda generalização é assim mesmo. Comete-se o erro de enaltecer a todos, mesmo aqueles que não fazem por merecer. Vc certamente está cometendo uma INJUSTIÇA.
            Mas, a propósito do exagero da afirmação, cite alguém em especial: um Magistrado que lhe cause admiração.
            Enquanto vc escolhe o magistrado exemplo, sugiro algumas leituras nos links abaixo:
            http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,tribunal-de-justica-de-sp-pagou-r-500-mil-a-desembargador,820722,0.htm

            http://blogdofred.folha.blog.uol.com.br/

            http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4796652-EI306,00-Estudo+do+Ipea+aponta+desconfianca+dos+brasileiros+na+Justica.html

            http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=165887

          2. Olá! Caros Comentaristas! E, Fred! Olá! Beto Silva, NÃO, não há exagero. Falei em nome dos 98% (noventa e oito) por cento ou mais que TRABALHAM DURO por esse brasilzão afora. Não que os 2% (dois) por cento mereçam qualquer elogio ou descuido. Acompanho faz tempinho inúmeras agressões à JUSTIÇA em geral, e, com certeza NÃO merecem. Ser Juiz ou Magistrado em países pequenininhos e de primeiro mundo é uma moleza. O duro é ser Juiz em nação enorme como a nossa, desigual como a nossa. Aí a coisa complica. Estar entre os melhores NÃO significa ser o melhor dentre os melhores. Como vê: Fui até comedido. Só observo que quem falou em todos e quem generalizou e quem mistura joio com trigo, não se encontra no meu comentário. Nós no BRASIL ao olharmos um cenário que nos desagrada costumamos desqualificar o resto pela parte. Prefiro olhar o TODO, qualifica-lo positivamente, e separar a minoria que não vingará. Isso dito pelo cnj, minoria. Um mínimo e não um máximo. Como observador, à distância, tenho minhas preferências. Entretanto, e para ficar à vontade nas críticas ou elogios quando for o caso. Falo de ideias e de circunstâncias e peculiaridades e sobre TEMAS. Quando criticar ou, elogiar pessoas, escreverei o nome. Não é o caso. Sobre o Estado, provavelmente, fui CENSURADO. Sobre a Folha/UOL/FRED, possivelmente, devo, ter comentado algo. Sobre o TERRA, a mudança na maneira de inserir comentários me desestimulou. Sobre Olhar Direto, salvo engano, leio alguns, não fiz comentários que me recorde. Atualmente, mantenho minhas opiniões só no FRED. Pela facilidade em opinar e inserir comentários. Então? Manterei minhas opiniões sempre em relação às circunstâncias e peculiaridades dos temas propostos ou apresentados. Gosto de discutir ideias. Obrigado, pela troca de ideias. OPINIÃO!

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