Desembargador do TJ-SP usa Audi de luxo

Frederico Vasconcelos

 

Leitor do Blog enviou foto de um Audi com placa de bronze do Tribunal de Justiça de São Paulo, em circulação nesta quinta-feira (17/10).

O veículo de luxo não constava na lista de veículos oficiais do tribunal, divulgada no site do TJ-SP, como prevê a Resolução 83/2009 do Conselho Nacional de Justiça.

Segundo a assessoria de imprensa do TJ-SP, o veículo foi repassado para o tribunal pela Receita Federal, que usa o mesmo procedimento em relação a outras instituições.

O automóvel fica à disposição do Decano do tribunal, e é o único desse modelo.

Ainda segundo a assessoria, a documentação foi regularizada e o veículo agora integra a frota do TJ-SP.

O tribunal paulista dispõe de seis veículos de representação a serviço da cúpula da Corte na Capital: três Renault/Fluence Flex (ano 2012) e três Chevrolet Vectra Elite (ano 2007).

Há 332 veículos à disposição dos desembargadores. Essa frota de veículos de transporte institucional é formada principalmente por Chevrolet Astra Sedan e inclui 47 Renault/Fluence, ano 2012.

Comentários

  1. Um carro desses seria melhor aproveitado para a polícia. Não ao alto escalão, mas para os policiais de rua. Aliás a União poderia tornar rotina essa prática junto à Receita Federal.

  2. Não entendo as queixas apresentadas!
    O mencionado veículo faz parte do pacote de atrativos da magistratura. Todos os demais desembargadores agora sonham em se tornar decanos para poder desfilar com um Audi.
    Foi brilhante a colocação do colega Fernando. Que se venda esse bem, ainda que bem abaixo do preço de mercado e reverta ao patrimônio público o valor apurado. Só faltava essa!
    Primeiro que carro oficial é um tapa na cara. Veículo oficial é para quem precisa de carro para desempenhar seu mister. Policial, bombeiro, oficial de justiça, enfim, gente que usa o carro para trabalhar e não para ir ao trabalho. Juízes quando forem aos presídios pelo CNJ, vão numa van coletiva. Desembargador que vai a fórum do interior para fazer correição, idem!
    Autoridade não é nobreza. Não tem sangue melhor que o nosso. Suas vantagens (rectius – prerrogativas) devem estar afeitas exclusivamente ao seu trabalho.
    Se o ego importa, que comprem, com seus próprios salários, um carro bem caro para desfilar no caminho do trabalho, colocando duas bandeirinhas no capô, para dar mais solenidade.

  3. Provavelmente este veículo não poderia ir a leilão (já que é objeto de apreensão) dado a algum problema para sua regularização e mofaria no patio da Receita. Assim, faz-se doação para algum órgão publico. Não tem nada de ilegal ou imoral nesse procedimento. Imoral é o TJ comprar um carro quando tem um disponível sem onerar os cofres públicos.

  4. Caros leitores,
    Os senhores leem o caderno econômico dos jornais? Há muitos fatos curiosos ocorrendo,os referidos fatos motivaram o pedido de demissão de uma alta autoridade do Fisco. O governo concedeu várias bondades aos grande devedores e criou um novo REFIS, todas as bondades com o dinheiro do contribuinte e podem ter certeza que os valores envolvidos são elevadíssimos. O Senado criou 180 novos municípios que custarão aos cofres públicos trilhões de reais. E, enquanto isso, o problema do Brasil é a existência de carros oficiais. Eu sou favorável a extinção de carros oficiais e aviões para Chefes de Poder e também para membro da: AGU, MP, MPF, etc. Todos merecem andar de ônibus.
    Imaginem a economia para os cofres públicos?
    Já imaginaram o prefeito indo trabalhar de ônibus todos os dias? Quanto aos juízes, promotores e defensores, eu conheço vários que se locomovem de metrô. abraço a todos.

  5. Como diria o Boris Casoy, ISTO É UMA VERGONHA!!!!!
    Onde está o midiático presidente do TJ que não toma uma providência?????

  6. Olá! Caros Comentaristas! E, Fred! Sempre gosto de apoiar a JUSTIÇA em GERAL, porém, neste caso. Simplesmente, NÃO DÁ! É algo RIDÍCULO, depõe contra a CIDADANIA, e num amplo esforço para reduzir DESIGUALDADES, efetivamente, NÃO justifica esse tipo de atitude. Isso diz MAL da JUSTIÇA. Isso escancara a INJUSTIÇA e o ESCÁRNIO das autoridades para com o POVO BRASILEIRO. É, em um país, “como o nosso”, uma afronta à SOCIEDADE. É IMORAL. Falta “SIMANCOL” ao desembargador. Olhe o salário mínimo e olhe para os aposentados. Reflita!!! Comentário em apoio aos demais comentaristas! OPINIÃO!

  7. Eu estou de acordo com os colegas mas tem um aspecto mais complexo que deveria ser considerado:
    Esse bem e’ uma apreensao. Por mais que Suas Excelencias defendam a “doacao” da RF, estao desfilando pelas ruas com o produto de um processo legal/administrativo.
    A impressao que da’, e’ que os orgaos publicos (RF, TJ, etc) ficam ‘a espreita para confiscar itens para seu uso pessoal.
    Em termos eticos e’ condenavel. Podem regularizar o que for mas fica aquele “gosto ruim” na boca do contribuinte.
    E nao e’ por falta de veiculos oficiais. Parece um caso de pura vaidade mesmo.

  8. No meu modo de ver, justo em uma época em que a mobilidade urbana vem figurando no centro das discussões trazidas pela imprensa, sempre com o enfoque votlado na necessidade (mais do que) urgente de “mudarmos a chave” da priorização do transporte particular/privado em detrimento do coletivo/público, chega a ser um disparate um carro oficial tão caro. Se até o Prefeito (ainda que timidamente) vem tentando dar o bom exemplo se deslocando ao trabalho em transporte coletivo (ônibus) – aliás, como sói acontecer em lugares mais “atrasados” como as capitais europeias, como Londres -, realmente não faz o menor sentido um órgão público como o TJSP gastar os tubos para manter esse mimo. E tampouco me parece razoável a justificativa de que é destinado apenas par ao decano da Corte. Até porque o bom exemplo deve vir de cima…Lamentável, para se dizer o mínimo

  9. Lamentável.
    Não consigo acreditar que o Tribunal se permita uma situação dessas.
    É uma vergonha que um desembargador possa desfilar GRATUITAMENTE num carro de luxo como este ao mesmo tempo em que, ao lado dele estão os usuários que, além de pagarem caro, andam enlatados como sardinhas no transporte público.
    Isso é no mínimo imoral. Ofende a Constituição Federal, que esses senhores são muito bem pagos para fazer cumprir. É um tapa na cara de todos nós, sem mais nem menos.
    E a Receita doou? Ah tá… O Estado deve se explicar: se doou, porque o fez para o TJ, e não para a Secretaria da Educação, ou da Saúde?? Qual o critério para doar carros de luxo?? O TJ precisa mais do que uma escola? O valor desse carro não poderia ser usado com algo de interesse mais público do que dar conforto ao decano do Tribunal?
    Revoltante. É por coisas como esta que tenho certeza de que as manifestações continuarão, e cada vez mais violentas. Não dá pra aguentar.

    1. Ate do concordo com vc, mas fiquei curioso em relação a escola e hospital. Seria destinado para uso do diretor da escola e do hospital? Ou que uso você sugere? E nem venha me dizer que sou suspeito, porque já coloquei a disposição da APAE, para transporte de alunos, uma Pajero Full.

      1. Mas aí se tem um caso clássico e permitido, notadamente porque a Pajero apreendida teve destinação para uso social correto, nada valendo ser este automotor importado e de luxo.

        A indecência do ato está em designar aquele automotor para o deleite exclusivo de um juiz, notadamente quando sabemos que os próprios do TJSP são, como assim dizer, vergonhosos em muitas das vezes.

  10. Ostentação e status com o dinheiro público. O TJSP pode dar a volta que for para justificar o injustificável. Ainda que seja doação, é um tapa na cara da sociedade uma autoridade pública desfilar de carro importado e que custou rios de dinheiro ao Estado. Se foi doação, que esse carro seja vendido e o valor convertido para outra coisa. Sinceramente, a população tem que se revoltar com esse tipo de mamata. É um absurdo. Se quer andar de carro luxuoso, que ande com o seu próprio carro. Aliás, diga-se mais: por que as autoridade brasileiras têm a si disponibilizado um carro (não é um Audi, mas são bons carros) com motorista? Por que não fazem como todos nós – meros mortais – e vão de transporte público ou em seus próprios carros ao seu local de trabalho? Por que é permitido, por exemplo, que desembargadores residam distante da capital e que NÓS paguemos rios de combustível para o deslocamento deles até seus locais de trabalho? Diga-se: são funcionário muitíssimo bem remunerados, obrigado, que além dos seus bons vencimentos são mimados com luxos caríssimos aos nossos bolsos. Precisamos repensar isso. E para isso, meus caros amigos, é preciso que conheçamos fatos como esse. Quanto o carro de TODAS as autoridades brasileiras (em Brasília e em São Paulo, como se sabe, são milhares deles) custam por anos aos cofres públicos? A quantia é certamente estratosférica. Parabéns pela divulgação, Fred.

  11. Em tempos em que escadas de metrô não funcionam, transporte pra população não funciona, um representante do Poder Judiciário anda de AUDI??? Inacreditável. Realmente inacreditável e revoltante. Brigamos por transporte público e, particularmente nas coisas do judiciário, por transparência, e vimos isso – um carro que sequer é da frota comum do Tribunal? Se é para uso de representação, para onde o decano foi com esse carro? Por que ele não está na frota? Que vergonha, realmente.

  12. Entendi. O TJSP recebe um carro que vale uns de R$ 150 mil e, numa hipótese bem imaginária, poderia vendê-lo para, quem sabe, com esse dinheiro:

    i) reformar o fórum de Carapicuíba, que está, literalmente, caindo aos pedaços (no banheiro disponível para o publico, a porta de metal está enferrujada, não fecha direito e nem papel há);

    ii) aumentar o número de detectores de metal na entrada do fórum da Barra Funda, para que o público não aguarde na fila por uma hora para conseguir entrar;

    iii) consertar as tantas viaturas (que não são utilizadas para o transporte do Decano) que estão paradas (para não dizer enferrujando) no estacionamento do fórum da Barra Funda;

    v) contratar mais estagiários (do CIEE, cuja bolsa-auxílio mensal custa pouco mais que um tanque cheio desse Audi) para atender o público e os advogados no DIPO, que, malgrado seja o maior Departamento de Inquéritos do Brasil, possui apenas um estagiário para atendimento ao público.

    Mas não. A escolha mais racional é utilizar esses R$ 150 mil para o conforto do Decano.

    Ah, claro, também racional porque a manutenção desse Audi deve ser bem barata. Sem incluir o custo da gasolina premium (em torno de R$ 3,50 o litro, e o consumo não deve ser dos mais econômicos), recomendada para esse carro, tenho certeza que a própria garagem do TJSP consegue trocar uma vela ou um disco de freio desse motor.

    Faz todo o sentido.

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