O inestimável valor das medalhas
O Tribunal Regional do Trabalho de Goiás publicou edital para aquisição de placa (“totem”) destinada a mais uma solenidade de entrega da “Medalha Ordem Anhanguera do Mérito Judiciário”.
Além da eventual publicação dos gastos com a aquisição de medalhas, colares, placas e comendas, seria recomendável que os tribunais e outros órgãos públicos informassem, posteriormente, os custos totais da manutenção desses eventos destinados a atiçar fogueiras de vaidades ou a conferir certificados de que determinadas pessoas são mais importantes do que outras para essas instituições.
A título de sugestão, eis alguns itens para essa contabilidade de interesse público: informar os custos totais da compra de medalhas, placas, estojos e outros acessórios; o cálculo estimado das horas despendidas por servidores, magistrados e “chanceleres” envolvidos com o processo de confeccção das comendas e seleção dos agraciados; os gastos com a divulgação dos eventos, convites, coquetéis, serviços de valet; os vencimentos (homem/hora) de policiais militares ou de trânsito deslocados para garantir a segurança e o acesso de veículos oficiais, e as despesas com deslocamentos e hospedagem de autoridades.
Com esses números, a sociedade teria mais elementos para avaliar o alegado mérito e os serviços prestados à Justiça pelos homenageados nessas festas, muitas vezes repetidas para aqueles já condecorados que voltam a ser promovidos.
O levantamento, como se sabe, não permitiria avaliar o virtual tráfico de influência que essas trocas de honrarias permitem.
Essa profusão de entregas de medalhas, por tudo quanto é Tribunal deste país, é o triunfo do ridículo.
É inacreditável que se perca tempo e dinheiro (nosso) com isso.
Um dia poderemos encontrar essas medalhinhas sendo vendidas no E-bay por, talvez, U$ 2,50…Fora o frete, é claro.
Essas medalhas parecem mais desculpas para distribuir afagos. Outro grupo que adora uma medalhinha são os militares que, aliás, todo ano, distribuem dezenas delas a integrantes do Judiciário por seus “relevantes” feitos. Detalhe que nenhuma dessas solenidades diz que feitos tão relevantes são esses.
Isso causa vergonha!! Isso é ridículo, esse pessoal, isso é patético!!!! Mas tem um preço alto, que, eu e vcs todos pagamos.
Medalhas, medalhas e medalhas…
Besteiras, besteira e besteiras …
Seria ótima ideia mesmo…esse tipo de “condecoração”, no Judiciário, gera gastos imensos e desnecessários.
Achei a idéia excelente e fico muito surpreso com a ausência de dados, uma vez que supus que eles fossem de domínio público. Se não são, cabe publicá-los e, seguindo a metodologia do articulista, conhecer os custos das festas. Depois, bastaria comparar com os gastos em educação (salário de professores e de funcionários, gastos por aluno por ano) ou em saúde. Aí sim, poderíamos dizer se é melhor homenagear fulano e beltrano ou se é mais relevante prover o básico para quem precisa de saúde e de educação.