Advogados avaliam a mídia no mensalão – 1

Frederico Vasconcelos

O Blog inicia uma série de 21 posts com avaliações de advogados de réus do mensalão sobre a atuação da mídia no julgamento da ação penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal.

Trata-se de seleção de trechos de depoimentos publicados no livro “AP 470 – Análise da intervenção da mídia no julgamento do mensalão através de entrevistas com a defesa” (Editora LiberArs).

O organizador da obra é Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina, graduando da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (USP). Ele entrevistou 26 advogados de defesa que atuaram no processo. A ideia do livro, segundo Pedrina, é colocar a mídia em debate, “a partir da visão daqueles que talvez tivessem mais a falar, mas que foram os menos ouvidos, os advogados dos réus da AP 470”.

As entrevistas, por meio de questionários, foram concluídas em julho. O prefácio do professor Dalmo de Abreu Dallari é de agosto. Para resumir o caso de cada réu, o autor usou dados da edição especial da Folha sobre o mensalão.

O Blog selecionou opiniões de 20 advogados sobre a relação da imprensa com o Judiciário; a pressão da mídia no julgamento do mensalão, como o Judiciário reage a essas pressões, e como a publicidade do julgamento afeta o comportamento de magistrados.

O organizador da obra é estagiário (durante as férias) no escritório do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Seu orientador, Víctor Gabriel Rodríguez, professor de Direito Penal da USP em Ribeirão Preto, foi assessor do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski no Supremo. Essas duas referências estão registradas no livro.

Rodriguez assina um capítulo, na abertura do livro, sob o título: “Mensalão: liberdade, injusto massacre da imprensa e algum testemunho pessoal”.

Essas circunstâncias, e as avaliações dos autores do livro, não comprometem o resultado da publicação, cuja relevância reside, principalmente, no conjunto das opiniões dos advogados.

Como conclui Dallari, “esta obra pode ser considerada uma importante contribuição às reflexões sobre as práticas judiciárias nesta fase do Direito brasileiro, com especial atenção ao papel e à influência política e social das instâncias judiciárias e à influência dos meios de comunicação e da opinião pública sobre a independência do Judiciário e a garantia da Justiça”.

 

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