Advogados avaliam a mídia no mensalão – 3

Frederico Vasconcelos

Kakay: Houve execração pública durante meses; a mídia foi extremamente agressiva.

A seguir, trechos da entrevista com o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), defensor do réu José Eduardo Cavalcanti de Mendonça [Duda Mendonça, absolvido], publicada no livro “AP 470 – Análise da intervenção da mídia no julgamento do mensalão a partir de entrevistas com a defesa”.

 

(…) À mídia interessa casos que tenham grandes escândalos.

(…) O pior juiz que existe é o juiz covarde, o juiz que condena por uma pressão de mídia.

[Sobre a publicidade pela TV Justiça]: Eu acho que essa publicidade é claramente ilegal e inconstitucional e atenta contra a dignidade da pessoa humana.

(…) Entendo que há uma execração pública durante meses das pessoas que estão sendo julgadas. Meus clientes mesmo foram absolvidos, agora, o que eles passaram, o que eles sofreram, a exposição que tiveram nesse período não volta, é impossível.

Em nenhum país do mundo há televisionamento de processo penal como aqui.

A mídia foi extremamente agressiva. Ministro sendo ofendido porque teve a dignidade e a coragem de defender sua posição no julgamento. Sei de casos de advogados ofendidos no momento de votar em São Paulo.

Eu duvido que boa parte da imprensa vá fazer essa reflexão, nós tivemos pouquíssimos jornalistas, como o Janio de Freitas, que fez essa reflexão durante o julgamento. Não tenho a menor dúvida que a mídia agiu de forma opressiva, contra o direito do cidadão, não só contra o meu cliente, mas contra outros réus.

(…) Houve um verdadeiro massacre em relação à honra das pessoas, elas não podiam ir a restaurante, andar de avião, isso não é direito, não é judiciário, não é justiça.

O que mais atrapalha tanto o juiz quanto o advogado é a vaidade.

Comentários

  1. Já doutrinam o judiciário e dominam o legislativo (o exemplo da necessidade indecente de advogados em inventário e separações em cartórios). Agora querem censurar e pautar a mídia, além de querer, a todo momento, controlar até o pensamento das pessoas que estão proibidas de pré-julgar, segundo esses todos poderosos que adoram dar lições de moral para a sociedade. As prerrogativas desses doutores sem doutorados são como o direito de defesa, absolutas e sem limites.

    1. Maurício,

      Alto lá, Advogados em inventário e separações, é absolutamente legal, era assim antes e apenas continuou, isso não foi criado agora, não confundam as coisas e deixem de fazer campanha contra uma categoria que não possui salário fixo, e atualmente, tem profissionais da advocacia que não tá conseguindo nem pagar o aluguel de casa, alto lá. com sua discriminação exagerada, além do que, vc queria que os tabeliães que já acharcam o povo, ganhem mais dinheiro sozinhos.

  2. Covarde, é quem assalta os cofres públicos, e furtam o dinheiro do saneamento, da educação, saúde, moradias, do povo brasileiro. Porque o Sr. kakay, não defende aqueles criminosos pobres que são levados diuturnamente para mídia, de forma até vexatória. mensaleiros para mim, deveriam ser julgados em praça pública, depois (….) …

  3. Acho que esse post chegou tarde demais. Essa reflexão deveria ser anterior. Agora é como uma exumação. Mas vá lá que daí se reforce no Código de Ética da Magistratura a independência dos juízes não apenas do Poder Econômico e Político, como também do Midiático.

  4. Mas não foi a própria OAB quem defendeu transparência total a julgamentos? Ao menos àqueles de juízes réus? O que aliás, ainda não ocorre com advogados no âmbito da entidade. Talvez por saber o quanto essa prática é perniciosa.
    Não é esse o procedimento que condena antes e sem sentença? E com penas mais cruéis do que as do próprio processo, mesmo que ao final haja a absolvição.
    Ainda, quantos advogados não aplaudem aqui, de form efusiva, juízes midiáticos e em breve, futuros políticos?
    Não foi a OAB quem fez movimento público para pressionar o STF (valendo-se da mídia e da opinião pública) a suprimir instância em processos contra juízes direto ao CNJ?
    Oferece a OAB algum apoio à magistratura ou ao contrário, ataca garantias e defende quarentenas desproporcionais?Não estaria auxiliando na debandada de bons juízes?
    Há enfim, como passar incólume ao padrão de comportamento que se vem travestindo de normal e correto?
    Não foi falta de aviso. Muitos não entenderam ou não quiseram fazê-lo. Outros nem o farão (até como se poderá ver nos próximos comentários).
    O criador começa a experimentar a extensão do monstrengo que criou. Aguardem, que nessa toada, dias piores virão.

    1. Olá! Caros Comentaristas! E, Fred! Olá! Sérgio, muito BEM colocado. Por sinal, já não fazem mais OAB’s como às do período da ditadura. Hoje, elas; são a expressam da DITADURA CIVIL implantada. E como você diz: Vai ficar muito PIOR! Ainda, o apoio generalizado da MÍDIA em Geral, Imprensa em Geral a essa excrescência produzida no Direito Brasileiro é apresentada ENGANOSAMENTE aos populares, POVO brasileiro, como se fosse algo idealizado, quando no fundo são cartas marcadas, com especial estrategia e condutoras do processo de esvaziamento da democracia, liberdade e estraçalhamento do Estado Democrático de Direito. E vem CENSURA por ai e com ar de legalidade MORAL. E além da OAB, também, a IMPRENSA não poderá RECLAMAR. Afinal, são e continuam sendo tanto quanto RESPONSÁVEIS por essa BARBÁRIE de apelo POPULISTA. Em breve VENEZUELAREMOS com ar de Cuba Libre! Aguardem! É o momento da criatura se sobrepor ao CRIADOR e domesticá-lo aos caprichos da MORAL E ÉTICA POPULISTA goebelia. Para completar: Só falta o bigodinho, a postura de Mão avante, batida forte dos coturnos, e, o grito do Slogan! No mais, está quase completo. OPINIÃO!

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