Advogados avaliam a mídia no mensalão – 4

Frederico Vasconcelos

Mariz: Televisionamento dos julgamentos é nocivo à qualidade das decisões.

A seguir, trechos da entrevista com o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor da ré Ayanna Tenório Torres de Jesus [absolvida], publicada no livro “AP 470 – Análise da intervenção da mídia no julgamento do mensalão a partir de entrevistas com a defesa”.

 

A mídia televisiva (…) passou, em certos casos, a pautar as decisões do Judiciário, disso não tenha a menor dúvida, isso ocorre de forma muito flagrante e não rara. O juiz, muitas vezes em face do clamor público divulgado pela mídia, que não se sabe se é real –o fato é que muitas vezes a mídia divulga um clamor de forma fictícia– tende a decidir de acordo com que imagina que a mídia queira e que a sociedade queira. A influência da mídia na justiça penal hoje é muito grande.

A publicidade do processo é para que não se tenha tribunais de exceção, julgamentos secretos etc. Isto faz com que o processo seja público, mas ele não pode ser instrumentalizado para o público. Eu sou daqueles que entendem que o televisionamento dos julgamentos é algo nocivo à qualidade das decisões.

Transparência ao judiciário pode se dar de outras maneiras que não pela televisão.

[Sobre se houve pressões por penas altas no caso da AP 470]: Muito. Muito mesmo. Exageradamente altas, muito.

Comentários

  1. O que é isenção para um advogado? Desculpe, mas não me entra na cabeça que uma pessoa que defende alguém há décadas e é parte (sempre), possa entender alguma coisa sobre isenção. Seus neurônios não tem o costume suficiente para processar esse conceito. Ou o concebem de maneira distorcida, o que seria natural. Vejo essas opiniões mais como uma forma de entretenimento. Seria igualmente divertido que cada um desses advogados midiáticos (quando lhe interessa, a mídia é boa) fizesse um projeto do que seria uma mídia isenta. Aí sim, a ópera bufa estaria completa.

  2. Olá! Caros Comentaristas! E, Fred! Vou discordar do Advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. A análise está ERRADA! Não é o fato do televisionamento, que muda o Norte do JUDICIÁRIO. O POVO brasileiro é capaz de assistindo, entender muita coisa. Aprender muita coisa. E pedagogicamente, é FANTÁSTICO. O que não vai BEM; na mídia, são eles, a MÍDIA, possuir equipamentos de alcance nacional de rádio e televisão e sobre conteúdo de nem todos conhecido, refiro-me a eles, MÍDIA, por interesses, agora sim, pessoais, prestarem uma INFORMAÇÃO desqualificada ou desconforme. E, não permitir: contraditar. Essa questão é uma situação que toca diretamente às MÍDIAS em geral e ai sim, há os que atuam com ética e outros não. Num ambiente democrático e libertário e especialmente, dentro da ótica do estado Democrático de Direito, considero IMPORTANTE que os julgamentos do STF sejam televisionados, informados por rádio, pela internet, ao vivo e no mesmo instante em que acontece. Por sinal, prefiro o RISCO da tendenciosidade MIDIÁTICA em geral a CENSURAR ou IMPEDIR que cada brasileiro/a possa seguir os acontecimentos do STF, diretamente e ao vivo. Assim que fiquemos mais ADULTOS e EDUCADOS, pois, é só errando que chegaremos lá. Acertando! PELA IMPRENSA TOTALMENTE LIVRE. Apenas, que os BLOG’S, como este; permitam contraditar, como sempre acontece. Portanto, NÃO concordo com o Advogado. Prefiro a Liberdade, sempre!OPINIÃO!

  3. Bom era quando tudo se dava de forma hermética, longe da luz do sol.

    Imagem ao vivo, sem direito a edições, é nocivo…E esses são os defensores dos direitos dos cidadãos…

  4. Realmente a transmissão de qq. julgamento de processo criminal tende a satisfazer o anseio da platéia, transformando-se num espetáculo e o julgador quer ser o galã…. o mocinho, para poder ser aplaudido, um verdadeiro herói.

  5. E as pressões continuam: para desmoralizar o Judiciário, para minar o prestígio popular do Ministro Joaquim Barbosa, para facilitar a vida dos condenados, para jogar dúvida na população. Contra estas pressões, até vindas do Governo, quem vai se insurgir?

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