Mineiros avaliam eleição do gaúcho na AMB
Sob o título “AMB: por que João Ricardo foi eleito”, o artigo a seguir é de autoria de Nelson Missias de Morais, Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, vice-presidente Legislativo da AMB eleito, ex-presidente da Amagis e ex-secretário-geral da AMB. O texto foi publicado originalmente no jornal “Hoje em Dia”, de Belo Horizonte.
O sentimento de mudanças permeou a escolha dos magistrados brasileiros nestas eleições para a nova diretoria da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e confirmou a busca incessante por maior participação política e por uma entidade que, verdadeiramente, represente a classe.
Vários fatos contribuíram, significativamente, para que a magistratura optasse por uma gestão renovada e que retomasse suas principais bandeiras, como a defesa intransigente da independência dos magistrados e a modernização do Judiciário.
A Chapa 1 – Unidade e Valorização, presidida pelo Juiz gaúcho João Ricardo dos Santos Costa, personificou esse sentimento ao ser eleita para o próximo triênio 2014-2016, com quase dois mil votos de vantagem (5.628 contra 3.746).
A criação do Movimento pela Unidade e Valorização dos magistrados – que reúne quase três dezenas de presidentes de Associações de Magistrados (estaduais, trabalhistas e militares), a partir do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Tocantins, Goiás e outros estados – deu a dimensão necessária a esse sentimento.
Com um projeto objetivamente definido, tendo o magistrado independente e valorizado e a Justiça cidadã como os eixos principais, foi escolhido, por unanimidade dos integrantes do movimento, o dedicado e atuante juiz gaúcho João Ricardo dos Santos Costa para representar o novo colegiado.
A partir daí, o movimento cresceu e conquistou o país, como se confirmou agora na apuração final. Os magistrados querem maior participação na definição do futuro da magistratura e do Judiciário. Não querem mais ser coadjuvantes, mas protagonistas da mudança.
A união de Minas e do Rio Grande do Sul, estado natal de João Ricardo, tem um simbolismo e uma dimensão histórica. Mas o que irradiou nesse movimento foi a necessidade de uma unidade da magistratura nacional, com o apoio de inúmeros líderes de destaque e presidentes de associações, todos, sem exceção, com o anseio de resgatar a dignidade do juiz brasileiro e preservar conquistas alcançadas com muito desassombro e luta.
O líder escolhido, João Ricardo, mostrou a sua capacidade de aglutinar as pessoas, o seu senso de responsabilidade com as causas da magistratura e da cidadania e irá provar sua capacidade de gestão e política. É um juiz com perfil associativo, respeitado e com compromisso social.
Os magistrados do Brasil mostraram que é possível exercitar a democracia interna. Proclamaram, de forma estupenda, o seu novo líder. Desvendaram a possibilidade dessa mesma democracia nos nossos Tribunais. Essa é a mais eloquente forma de aperfeiçoamento das instituições.
A nova diretoria vai resgatar a dimensão e importância da maior Associação de magistrados da América Latina em favor do aperfeiçoamento do Judiciário e das melhorias de condições de trabalho e de segurança do magistrado, para que a sociedade e o cidadão sejam, ao final, os maiores beneficiários.
A Escola Nacional dos Magistrados, instituída e mantida pela AMB, terá um papel fundamental na formação e aperfeiçoamento dos juízes brasileiros, outro foco necessário e fundamental da entidade. Foi presidida pelo saudoso mineiro, ministro Sávio de Figueiredo, que deu a ela nova dimensão, projetando-a para o futuro. Agora, para o nosso orgulho, será presidida pelo talentoso e dedicado juiz mineiro Marcelo Piragibe Magalhães, que também foi aclamado para essa nova missão.
O sr. Danilo Campos tem toda a razão pela raiva que lhe adoece a mente e o espírito. Afinal, ele e o seu grupo, liderado pelo desembargador Elpídio Donizetti, já perderam oito eleições consecutivas para o grupo do grande líder da magistratura mineira e nacional, que é o desembargador Nelson Missias de Morais. Na eleição para a Amagis, o grupo do dr. Nelson teve 62% dos votos; agora, na eleição para a AMB, a chapa em que ele é vice-presidente, teve 82% da votação. Seu grupo e essa tal Anamages, que se diz associaçao criada para fazer oposição rançosa, nunca se submeteu ao voto democrático dos juízes mineiros. Sem base, sem voto e sem legitimidade, o sr., a desembargadora Karin e o juiz Magid, por razões políticas, escolheram o líder errado. Aliás, o dr. Elpídio já se aposentou e todos sabemos as razões, e o senhor ainda terá que dar suas explicações no CNJ e nós também sabemos a razao.
Coitado do João Ricardo. Se ele se atentar verá que esse que agora o aclama como líder incontestável da magistratura é o mesmo que aclamou o Calandra e depois, no fim, por pura conveniência, deu-lhe um pontapé, como aliás já havia feito anteriormente com o Mozart. Não tardará e chutará o João também. É só negar-lhe o o “pirulito”.
Esta eleição também é resultado da péssima imagem construída pela magistratura paulista. Imagem construída (destruída) por esta mesma geração que luta pela aprovação da PEC da bengala. Enquanto isto, em SP, não se percebe que a imagem do juiz paulista é extremamente negativa no resto do Brasil. A autofagia em SP é incontrolável. Enquanto SP não fizer autocrítica jamais terá respeito da magistratura nacional. É triste, mas é a mais pura verdade. O fato é que em SP ninguém enxerga isto e o buraco esta ficando cada vez mais fundo. O fim é mesmo desalentador e o pior é que falta muito tempo para cair fora…