Advogados avaliam a mídia no mensalão – 11
José Carlos Dias: Houve pressão da imprensa e até mesmo de juristas.
A seguir, trechos da entrevista com o advogado José Carlos Dias, defensor da ré Kátia Rabello, publicada no livro “AP 470 – Análise da intervenção da mídia no julgamento do mensalão a partir de entrevistas com a defesa”.
O Judiciário é composto por homens e mulheres. É claro que todas as pessoas são sujeitas a influências e pressões. E o que se nota nesse julgamento é que eles foram sim influenciados pela mídia.
Eu acho que temos que defender a liberdade de imprensa. Se nós vivemos numa democracia, temos que cultuar a liberdade de imprensa como instrumento importante para cada um de nós. Agora, que a liberdade de imprensa, muitas vezes exercitada no seu excesso, embora seja difícil falar em excesso de liberdade, liberdade nunca é excessiva, mas a liberdade pode prejudicar o julgamento dos juízes.
A imprensa deve ser exercitada com toda a liberdade, mas pode ser conflituosa com o julgamento sereno do judiciário.
Eu acho que a maneira como se espetacularizou a justiça nesse caso especificamente mostra que a justiça deveria ser recolhida, que só o resultado viesse a ser proclamado publicamente.
[Perguntado se houve pressão por penas altas]: Houve, claro. Houve muita pressão por parte da imprensa e até mesmo de juristas que usaram o espaço da televisão para pressionar os ministros não apenas por condenações, mas por penas altas.
[Sobre a importância do mensalão para o cenário jurídico nacional]: Vai ser um exemplo para as decisões judiciais de primeira instância. E eu temo muito a má influência desse julgamento nos próximos julgamentos.
Esse advogado está tão perdido que ele tem duas linhas de raciocínio. Bate e assopra ao mesmo tempo.
Se houvesse pressão para absolvição, veríamos verdadeiras teses de doutorados destes mesmos advogados, defendendo a liberdade de imprensa.
Por acaso, alguém perguntou se houve pressão pela absolviçào desses criminosos?