Os últimos chefões da máfia italiana

Frederico Vasconcelos

– Livro revela que organização está ativa, e o Brasil é um dos destinos.

– CIEE debate experiências internacionais e políticas contra o crime.

 

Na próxima segunda-feira (2/12), o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) promoverá, em São Paulo, o “Encontro Nacional sobre Políticas Criminais, Penitenciárias e Experiências Internacionais”. (*)

Na ocasião, haverá o lançamento do livro “Os últimos Chefões (Gli Ultimi Padrini) – Investigações sobre o governo da Cosa Nostra (Indagin sul governo di Cosa Nostra)”, de Alessandra Dino, titular da cadeira de Sociologia Jurídica da Universidade de Palermo.

A autora será uma das palestrantes do evento, em mesa presidida por Ivette Senise Ferreira, vice-presidente da OAB-SP.

O encontro é realizado em parceria com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo; Escola Superior do Ministério Público de São Paulo; Fundação Editora Unesp, Universidade Santa Cecília e Instituto Brasileiro de Ciências Criminais Giovanni Falcone.

Lançamento da Editora Unesp, o livro tem prefácio do desembargador Wálter Fanganiello Maierovitch, assessor internacional da U.E. e colaborador da revista “Narco-Mafie“. Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente do Conselho do CIEE, e Maierovitch farão pronunciamentos na abertura.

Serão debatedoras: Valéria Diez Scarance Fernandes, da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo e do Núcleo contra a violência às mulheres; Oriana White, professora da USP, e as jornalistas Maria Lins, do Portal Terra, e Maria Zupello, da Euronews e The Economist.

 

Eis a sinopse do livro, publicada pela Editora Unesp:

Alessandra Dino retrata, nesta obra, o perfil e o estilo de comando dos três líderes mais recentes da Cosa Nostra e deixa claro que, contrariamente ao que muitos pensam, a organização mafiosa italiana que remonta ao século 19 está bem ativa e cada vez mais internacionalizada. O Brasil, inclusive, continua sendo um de seus destinos.

A resiliência da Cosa Nostra passa pela capacidade de adaptação de suas lideranças a novos contextos. Bernardo Provenzano, por exemplo, conseguiu manter-se por 40 anos no comando (foi capturado em 2006), graças, em particular, à sua capacidade de aliar a inerente crueldade da organização ao diálogo com as várias correntes mafiosas e políticas da Itália.

O tom conciliatório veio depois que o antecessor de Provenzano, Salvatore Riina, promoveu, entre o fim dos anos 1980 e o começo da década seguinte, uma das piores ondas de violência jamais vivida na Itália contemporânea, desencadeando uma reação do Estado que resultou em sua prisão, em 1993.

Hoje a Cosa Nostra seria dirigida principalmente por Matteo Messina Denaro. Foragido da polícia há mais de dez anos, o atual chefão parece ter assimilado perfeitamente as oportunidades trazidas pela globalização econômica, em que são tênues os limites entre o lícito e o ilícito. Com a leniência do meio político e empresarial, ele “investe” em ramos variados, como o turismo, a construção civil e a distribuição de alimentos no mercado internacional. Ao mesmo tempo, trata de cuidar da imagem, ao que tudo indica com auxílio de um consultor, para passar a ideia de que por trás do capo há um simples ser humano, cheio de dúvidas e angústias.

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SERVIÇO

Data: Segunda-feira (2/12), às 18h30

Local: Espaço Sociocultural – Teatro CIEE

Rua Tabapuã, 445 – Itaim Bibi – São Paulo

Inscrições gratuitas e obrigatórias: www.ciee.org.br/portal/eventos

Comentários

  1. Felizes estão os italianos que conseguiram acabar com as máfias que dominavam o país. Espero que também aqui no Brasil, a que se apossou do erário com o qual mantem seu curral eleitoral ( o poder total político, graças a Deus, ainda não!, tenha o mesmo fim ocorrido na Itália.

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