Advogados avaliam a mídia no mensalão – 16
Luiz Francisco Corrêa Barbosa: Muitas vezes a mídia pauta o magistrado.
A seguir, trechos da entrevista com o advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, defensor do réu Roberto Jefferson Monteiro Francisco, publicada no livro “AP 470 – Análise da intervenção da mídia no julgamento do mensalão a partir de entrevistas com a defesa”.
Antes, o juiz não se preocupava com o aplauso ou vaia, expressão de sua independência. Hoje, vê-se muitas vezes, a mídia pauta o magistrado.
Estou entre os que defendem a irrestrita liberdade de imprensa, no seu mais amplo sentido. Liberdade de informar, pesquisar, opinar, criticasr, por mais acre que seja esse exercício. O que revela é a verdade. Os “olhos da Nação”, como dizia Ruy, não podem sofrer limitação dentro da verdade.
A imprensa não é um poder. Mas um fiscal. O conflito depende da informação ou crítica com verdade ou não. E o Judiciário, por seus órgãos e membros, naturalmente, está sujeito legitimamente a isso.
Claro que pode haver forte influência da mídia na formação da opinião pública. Para isso é que se luta por um Judiciário independente, o que depende da formação, seleção e conseguinte exercício de seus juízes. (…) Já o papel do advogado, como pontificou Antônio Evaristo, é a provocação desse brio independente do magistrado.
A irrestrita liberdade de imprensa deve estar desvinculada do poder econômico e de amarras políticas. Os interesses comerciais dos jornais, revistas e de todos os meios de comunicação não poderiam cooptar com seus anunciantes ocultando notícias de interesse público em razão de contratos de propagandas neles veiculadas. A irrestrita liberdade torna-se refém dos interesses, como é o caso dos Aposentados do Banespa, que conforme consta, não conseguem trazer a público o que vem ocorrendo com suas ações contra o Santander, o qual usa de todos os protelatórios jurídicos e litigância de má fé, o que não vem a público, pois esbarram nos interesses financeiros em matéria de interesse de de mais de quatorze mil aposentados e mais de trêz mil viuvas. Entendo que o interesse público deva estar acima de qualquer avaliação e afunção social do jornalismo em informar leva a maior clareza de como anda a justiça brasileira. Investigar leva ao passo seguinte, publicar. Sem o conhecimento público não se forma opinião, com a irrestrita oportunidade de saber e se informar.
Almerindo de Oliveira -Campo Grande-MS