Precocidade e gáudio no Excelso Pretório

Frederico Vasconcelos

Na contramão das críticas à nomeação da advogada Letícia de Santis Mendes de Farias Mello, filha do ministro do STF Marco Aurélio Mello, para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o site “Migalhas“, frequentado por advogados, entende que a presidente Dilma Rousseff escolheu uma “promissora e vocacionada juíza”, e lembra que seu nome estava como primeiro colocado na lista tríplice.

Eis trechos do site:

Nova desembargadora

Quanto às nomeações, a mídia dá destaque para a da advogada Letícia de Santis Mendes de Farias Mello. Segunda colocada na lista sêxtupla montada pelo Conselho Federal da OAB, ela passou pelo sufrágio no TRF em primeiro lugar. Mas o realce dado pelos jornais não é quanto às vicissitudes enfrentadas pela novel desembargadora, e sim quanto a sua filiação, uma vez que tem como pai o ministro Marco Aurélio.

Todavia, sendo esse o foco, é motivo de gáudio para o meio jurídico, uma vez que o ministro e sua esposa, a desembargadora do TJ/DF, magistrada de carreira, Sandra de Santis Mello, são exemplos de integridade, dedicação e estudo, nunca deixando de receber e ouvir o parquet e a advocacia.

Ademais, tendo ela sorvido estes ensinamentos, hauridos na faina diária de seus zelosos pais, o fato é que estamos diante de uma promissora e vocacionada juíza.

Para completar, vê-se que a presidente Dilma, desejosa de respeitar a ordem da lista enviada pelo TRF da 2ª região, esperou republicanamente acabar o processo do mensalão, no qual, diga-se, o ministro Marco Aurélio foi pela condenação dos colegas de partido da presidente, para aí sim nomear a dra. Letícia, evitando-se assim criar um constrangimento desnecessário.

Coisas do tempo

Vê-se, aqui e ali, críticas pelo fato de a dra. Letícia ter apenas 37 primaveras. No entanto, a exigência constitucional é de possuir ao menos 35 anos. Cumprido o requisito objetivo, o que fica é blábláblá.

Afora isso, vê-se que os Farias Mello são precoces.

Com efeito, o ministro Marco Aurélio foi nomeado para o TRT com 32 anos, para o TST com 35 e para o STF com 44.

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Obs. Texto corrigido em 21/3.