Em Recife, presos dormem em “cavernas”

Frederico Vasconcelos

Presídio Recife

Mutirão carcerário realizado pelo Conselho Nacional de Justiça em 2011 no Presídio Aníbal Bruno, em Recife, constatou que a unidade abrigava 4.900 detentos. Em novo mutirão, que termina nesta sexta-feira (9/5), foram encontrados 6.862 detentos, “amontoados em apenas 1.466 vagas”.

“Já coordenei diversos mutirões carcerários, visitei vários presídios, mas este é o pior local que eu já vi”, diz o juiz José Braga Neto, coordenador do mutirão.

Segundo Braga Neto, as instalações são insalubres, a estrutura é antiquada e improvisada, gerando verdadeiras favelas, com celas escuras ou com pouca luminosidade e ventilação precária. Essas pessoas são esquecidas pelo governo e pela sociedade, cumprindo pena ou aguardando julgamento em situação degradante, humilhante”, afirma o magistrado.

A administração da unidade computa como vagas buracos improvisados nas paredes, “verdadeiras cavernas onde muitos presos dormem”, diz o juiz do Tribunal de Justiça de Alagoas designado pelo CNJ para inspecionar o presídio pernambucano.

Dos 6.862 detentos do Presídio Aníbal Bruno, 4.448 ainda não foram julgados.