TJs debatem autonomia financeira
Expansão pífia da economia faz prever medidas sérias de ajuste em 2015, diz presidente de colégio de dirigentes.
“O Brasil termina 2014 com expansão pífia da economia e indústria estagnada, o que enseja medidas sérias de ajuste”. (…) “Os presidentes dos Tribunais de Justiça, juntos, devem manter união pela autonomia financeira das Cortes, pressuposto de independência do Judiciário.”
A previsão de que no próximo ano será mais difícil o relacionamento entre os Poderes quanto à questão orçamentária foi feita nesta quinta-feira (4) pelo presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, desembargador Milton Augusto de Brito Nobre.
Nobre presidiu o Tribunal de Justiça do Pará no biênio 2005/2007..
Presidentes de tribunais estaduais de todo o país estão reunidos em São Paulo, participando do 101º encontro anual do colégio. Segundo Nobre, essas reuniões permitem trocas de experiências e reforçam a unidade federativa da Justiça. A cerimônia de abertura do evento contou com a participação de dirigentes de entidades da magistratura e representantes de entidades ligadas ao meio jurídico.
O encontro será encerrado neste sábado, com palestra do ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Será elaborada a “Carta de São Paulo”, documento com os principais assuntos deliberados, a ser encaminhado a todos os Tribunais de Justiça do País.
O presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, destacou três pontos em seu pronunciamento: adoção de métodos de solução de conflitos que dispensem o equipamento jurisdicional; a desjudicialização de tudo aquilo que não for essencialmente litigioso –-como a execução fiscal, que no Estado de São Paulo soma mais de 10 milhões de processos-– e a priorização da primeira instância.
“Fazer mais do mesmo já não atende à vocação de uma Justiça chamada a resolver toda e qualquer questão. Aprender com a iniciativa privada, motivar os quadros pessoais, aprimorar a utilização das Tecnologias de Comunicação e Informação, comunicar-se melhor com o usuário, refletir em termos de uma demanda massiva, que tem um jurisdicionado que atua como consumidor cada vez mais exigente. Tudo o que não ousávamos pensar há algumas décadas agora se impõe como repto urgente, posto por uma velocíssima e profunda mutação da sociedade”, afirmou Nalini.