‘Corrupção mata mais do que o tráfico’

Frederico Vasconcelos

Deltan Dallagnol, Roberson Pozzobon e Athayde Ribeiro Costa
Trechos de artigo dos procuradores da República Athayde Ribeiro Costa, Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon, procuradores da República integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, sob o título “A prisão dos réus da Lava Jato“, nesta quinta-feira (2), na Folha:

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A quimioterapia, como a prisão preventiva, é um remédio amargo, mas necessário.

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Corrupção mata, e mata mais do que o tráfico.

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Existem provas de que a corrupção continuou ao longo de 2014, mesmo após a deflagração da operação, o que revela completo destemor e crença na absoluta impunidade. Vários dos réus ainda escondem dinheiro sujo no exterior, o que é um crime atual.

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Presentes as justificativas para a prisão, existe ainda um limite temporal: o processo não pode demorar além do razoável. A Lei das Organizações Criminosas previu um prazo de até oito meses para o fim da colheita de provas pelo juiz.

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As diversas razões para as prisões permanecem, como as cortes têm reconhecido em mais de uma centena de recursos (habeas corpus), em decisões que estão em harmonia com a lei.

 

 

“Tribunais colocarão os processos no rumo certo”

Do advogado José Luís Oliveira Lima, que defende um dos executivos da empreiteira Galvão Engenharia, em entrevista à jornalista Julia Affonso, no “Estadão”, na última segunda-feira (30):

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José Luís de Oliveira LimaComo os processos estão no início, apesar de todos os acusados já terem sido “condenados” por uma parcela da sociedade, os tribunais superiores, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, ainda não analisaram as várias nulidades apontadas pelas defesas como incompetência do juízo de Curitiba (PR) para julgar esses processos, suspeição do juiz, nulidade nas interceptações etc. Eu confio no Judiciário, nos tribunais superiores que no momento certo irão colocar esses processos no rumo certo.

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A respeito dessas colaborações premiadas, banalizadas nesses processos, prefiro aguardar um posicionamento dos tribunais superiores a respeito da legalidade delas, a meu ver, realizadas ao arrepio da lei.