Juízes defendem conselho no CNJ
Em nota pública, a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), entidades que comporão o Conselho Consultivo para assessorar a presidência do Conselho Nacional de Justiça, afirmam que a iniciativa do ministro Ricardo Lewandowski “tem a virtude de viabilizar e processar o diálogo institucional com os juízes, sem que isso importe supressão de qualquer prerrogativa ou garantia dos membros do CNJ”.
Sem mencionar o ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa, ex-presidente do CNJ, as entidades afirmam que, “em período recente”, o diálogo institucional “esteve seriamente comprometido pela interdição promovida pelo então presidente do órgão”.
Eis a íntegra da manifestação:
NOTA PÚBLICA
A respeito das discussões envolvendo o Conselho Nacional de Justiça, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE) vem a público afirmar:
1. Que em período recente, o diálogo institucional interno do Conselho Nacional de Justiça com a magistratura e com os tribunais esteve seriamente comprometido pela interdição promovida pelo então presidente do órgão. Com isso, as políticas públicas definidas pelo CNJ, para combate à morosidade do Judiciário, não agregaram a experiência dos magistrados que diariamente enfrentam os desafios e as dificuldades de atender as demandas da população por justiça.
2. Felizmente os tempos são outros, e por isso recebem a formação do Conselho consultivo da Presidência, formado pelas três entidades nacionais da magistratura, como a necessária materialização dos canais de diálogo que o Conselho Nacional de Justiça deve ter com a magistratura, dentro dos parâmetros da transparência que devem presidir as relações institucionais dentro de um órgão tão importante como o CNJ.
3. A criação dos conselhos consultivos não constitui nenhuma novidade no CNJ, pois junto ao Departamento de Pesquisas Judiciárias funciona o seu Conselho Consultivo, que recebe contribuições externas formais de membros da academia e instituições externas, mas ainda não havia sistematizado uma via contínua para receber as demandas dos juízes brasileiros, representados por suas entidades de classe.
4. A formação do grupo consultivo integrado pelas associações de magistrados, portanto, tem a virtude de viabilizar e processar o diálogo institucional com os juízes, sem que isso importe supressão de qualquer prerrogativa ou garantia dos membros do CNJ.
5. Bem ao contrário, a democratização das relações institucionais –-almejada historicamente pela magistratura em todo o Poder Judiciário-– contribuirá fortemente para efetividade do sistema de justiça e para o fortalecimento do Conselho Nacional de Justiça.
Brasília, 08 de abril de 2015
Paulo Luiz Schmidt
Presidente da Anamatra
João Ricardo dos Santos Costa
Presidente da AMB
Antônio Cesar Bochenek
Presidente da Ajufe