Joaquim e a chantagem sobre o STF

Frederico Vasconcelos

Joaquim Barbosa e fachada do STF

Aposentado, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa tem evitado manifestações sobre o Supremo Tribunal Federal e o Conselho Nacional de Justiça.

Evitou, por exemplo, comentar o início do esvaziamento do CNJ quando o ministro Ricardo Lewandowski usou números que não se sustentavam para alegar aumento de gastos com viagens e diárias na gestão de Barbosa.

Consultado, não quis opinar sobre a indicação de Luiz Edson Fachin para ocupar a vaga aberta com sua aposentadoria antecipada.

Agora, Barbosa usa seu perfil no Twitter para condenar o dispositivo da PEC da Bengala que prevê nova sabatina dos ministros.

“A re-sabatina suscitará chantagem sobre aqueles que desejarem continuar no cargo após os 70. Pensem na quantidade de parlamentares que respondem a inquéritos e processos perante o STF. Ganharam um ‘boost’ [impulso]”, escreveu Barbosa.

Colocar magistrados “de pires na mão” diante dos senadores, disse, mina a independência do Judiciário.

Chega a ser irônico o fato de que a defesa mais contundente dos ministros do Supremo seja feita por quem optou por deixar a Corte muito antes da expulsória, sem discursos, rapapés e firulas –como se referia às homenagens entre os pares.