Munição e limites de Janot e Renan
Trechos de reportagem sob o título “O inimigo nº 1 do governo”, publidada na revista “Época“:
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“Mesmo que o possível novo nome ao Supremo não seja indicado por Renan, esse novo nome sabe –ou logo saberá– que, se quiser passar pelo Senado, terá de se vergar ao presidente do Senado. Renan quer ouvir do indicado que ele, Renan, terá um amigo no Supremo. Coisa que, frise-se, Fachin não topou”.
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[Renan] ficará menor precisamente quando não pode ficar menor: no pouco tempo que, calcula, ainda lhe resta antes que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereça denúncias ao Supremo em, ao menos, um dos três inquéritos contra ele no petrolão. Já havia evidências consistentes contra Renan em duas das três investigações da PGR. Na semana passada, os sigilos de Renan foram quebrados. Ele precisa caçar enquanto não é caçado.
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O presidente da Câmara, que assumiu a defesa do Congresso contra Janot, irá para a oposição aberta ao governo do PT se Janot for indicado novamente. Janot, como Fachin, precisa ser aprovado no Senado. Nesse cenário, a recondução de Janot dependerá da delicada correlação de forças, em setembro, entre Dilma, Renan e Eduardo Cunha. Se Renan e Eduardo Cunha mantiverem-se fortes até lá, e Dilma suficientemente fraca e alvejada pelos tiros do petrolão, Janot será barrado.