Excessos no amplo direito da Defesa
“[E quem disse] que ser ministro da Defesa é saber atirar uma granada?”
A pergunta foi formulada pelo diretor do jornal “Amanhã”, um periódico fictício do livro “Número Zero“, a mais recente obra do escritor italiano Umberto Eco.
A interrogação cai como uma luva diante das imagens acima, de Jaques Wagner (PT) e Nelson Jobim (PMDB), respectivamente, ministro e ex-ministro da Defesa.
Para o cidadão comum, as fotos podem sugerir algumas hipóteses:
a) ambos prestaram serviço militar e têm saudades daqueles tempos;
b) ambos não prestaram serviço militar e têm inveja da farda;
c) ambos pretendem quebrar eventuais resistências dos que usam farda;
d) ambos ensaiam manifestações de intimidade com os novos camaradas;
e) ambos paisanos procuram demonstrar que lhes é indeferente o uso do terno ou do macacão camuflado;
f) ambos querem transmitir à tropa o recado que Rodrigo Janot lançou na nova fase da Lava Jato: “adsumus“.
Ou seja, numa tradução livre do lema dos Fuzileiros Navais: “Estamos aí de prontidão para o que der e vier”.