Pau que bate em Dilma bate em Lula

Frederico Vasconcelos

Sob o título “Cartas na mesa!”, o artigo a seguir é de autoria do desembargador Edison Vicentini Barroso, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que assina o texto como “magistrado e cidadão brasileiro”.

***

Recentemente, o ex-presidente Lula afirmou que, se preciso, disputará a Presidência da República em 2018 – para derrotar a oposição! E o diz em meio à situação caótica do País, fora dos trilhos por ação direta dele, do PT e de Dilma Rousseff.

Ninguém se iluda: ele será candidato, porque traz a certeza da reeleição, apostando na habitual ingenuidade do brasileiro. Vaidoso, o manda-chuva sempre quis aparecer, sem se dar conta de que a vontade popular quer que ele desapareça da vida política nacional.

Diz que o PT não está acabado. Legalmente, ainda não! Politicamente, sim!

Qual a razão? Por haver arruinado o Brasil, minado e dinamitado não só em sua economia, mas, principalmente, pela corrupção nele instalada, pelo aparelhamento absurdo e imoral do Estado brasileiro.

Lula vai viajar pelo país. Tentará melhorar a imagem do PT. Há como?

Hoje, até o mais alienado dos brasileiros sabe do que esse partido fez e faz, do que fez Lula e faz Dilma, do buraco em que nos meteram, das consequências do ‘furacão petista’.

Lula afirma que o povo brasileiro não ‘aceita golpe’. De fato, depois do golpe petista, capitaneado por suas figuras mais influentes – das quais ele é o líder maior –, o Brasil está falido, no chão, de bruços e a braços com uma crise de corrupção nunca dantes vista e/ou experimentada.

Caso as instituições efetivamente funcionem, quem disse que haveremos de esperar 2018, aguardar a eleição presidencial daquele ano? O voto dado não legitima o mau passo! A lei aí está. Basta seja cumprida, para punir a quem o mereça – seja ‘nobre’ ou ‘plebeu’, seja homem do povo ou presidente da República.

Numa democracia de verdade, as leis são positivamente aplicadas – sem ver a quem! Pau que dá em Chico dá em Francisco! O Brasil não pode mais esperar. Tomado pelo crime organizado, para desorganizar a vida de cada um e de todos nós, os últimos anos estão a traduzir retrocesso de mais de cem anos. É preciso voltar a respirar – ares de decência, honestidade, honradez.

Lula aposta na falta de memória da população. Quando não, em sua memória curta! Chefe e comandante do PT, proclama-se salvador da pátria.

Justo ele, início, meio e fim das dores pelas quais temos passado. É que ele não dá ponto sem nó! Tudo que dele sai tem um propósito, uma segunda intenção.

Lula, o ‘deus petista’, a eminência parda, a voz oculta nas dobras do poder operante. Diz-nos ele: a oposição tem que torcer para que o país melhore.

Digo eu: chega de torcida, abaixo a apatia, é mais que hora de agir! Preciso limpemos o Brasil da chaga dos sanguessugas do povo, do alarido do discurso vazio de significação, descompromissado dos reais interesses desta grande Nação.

O Brasil tem fome de mudança. Chegou a hora da faxina. Indispensável limpemos a casa em que moramos, o País em que vivemos. Lula diz que a oposição só governava para um terço da população. O PT só governa para si, para seus amigos e companheiros, esquecido do povo sofrido que usou para chegar ao Poder.

Lula não pensa no povo, jamais pensou. Os olhos sobre si mesmo não lhe dão espaço para pensar em mais alguém. Afinal, é o deus dele mesmo – e dos petistas, obviamente!

Ele enaltece as administrações petistas, no sentido de que permitiram a criação de instrumentos para investigação de casos de corrupção. Ledo engano. O culpado não quer ser descoberto! Se algo está sendo averiguado, não é por mérito do PT, de Lula ou de Dilma. Afinal de contas, bem ou mal, temos instituições no País, cujo funcionamento não se condiciona – ou não se deve condicionar – às vontades de quem quer que seja. A Constituição Federal lhes dá força e poder!

Lula diz o óbvio: ‘O PT cometeu desvios’. Mas completa: porque ‘passou a fazer política igual aos outros partidos políticos. O PT era para ser diferente de verdade’.

Ora, a soberba de Lula não lhe permite dizer que seu partido não é igual aos demais, por ser diferente. O PT superou-se. Foi muito além de todos os limites ético/morais, a ponto de comprometer os destinos duma nação chamada Brasil.

Lula fala de honestidade. Muita gente fala do que, por vezes, desconhece!

Fácil falar, difícil viver daquilo que se fala. Ele e Dilma querem nos fazer crer que de nada sabiam sobre a sucessão de desvios e saques dos cofres públicos. É um direito deles. De nossa parte, tiremos nossas próprias conclusões, à vista dos elementos de informação já dispostos e das regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece.

Muitas vezes, Lula não fala, rosna. Humor alterado, busca prevalecer sempre – doa a quem doer. Afinal, é o ‘deus’, acima do bem e do mal. Fale do que fale, por mais sem sentido ou razão, os cães de guarda o aplaudem –numa obnubilação mental que nada tem a ver com o ato de discernir e tecer seguro juízo de valor.

Lula diz-se saudoso dos microfones, dos palpites nas coisas do Brasil. Mas, desde quando deixou de bradar, de palpitar? Lula precisa parar. E para pará-lo, e ao PT, só a ação popular e a primazia da lei, aliados à força moral de homens de bem, em postos importantes da Nação, dispostos a cumprir o dever cívico de passar o país a limpo.

Lula só quer uma coisa: perpetuar-se no Poder. Essa é sua aposta, baseada no frágil esclarecimento do povo brasileiro, agora, já muito cansado de apanhar. As fichas estão na mesa. O jogo vai começar. Façam suas apostas: ou Lula e o PT e Dilma, ou o Brasil. O povo decide!