Do MPF a quem interessar possa

Frederico Vasconcelos

Em longo artigo sob o título “Pelo MP: As provas da Suíça”, publicado no site “Jota” nesta segunda-feira (16), os procuradores da República Deltan Dallagnol e Vladimir Aras detalham os procedimentos e cuidados tomados pelo Ministério Público Federal ao receber informações da Suíça em 2014, em pedido de obtenção de dados bancários do réu colaborador Paulo Roberto Costa, “a fim de que as pessoas de boa-fé tirem suas próprias conclusões”.

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“Só na mente de pessoas mal-intencionadas o registro da entrega do pen drive em documentos oficiais, que compõem autos de procedimentos formais, poderia ser interpretado como conduta clandestina ou como um ‘drible na lei'”, afirmam os procuradores.

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“Os ministérios públicos suíço e brasileiro não se valeram de qualquer desvio”, concluem Aras e Dallagnol.

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A leitura atenta do primeiro e do último parágrafo do texto permite identificar os prováveis destinatários da contestação do Ministério Público Federal.

Eis a abertura:

“Alguns comentaristas mal informados e consultores jurídicos mal intencionados têm tentado desqualificar os procedimentos de  cooperação internacional adotados pelo Ministério Público Federal (MPF) no caso Lava Jato.”

Eis o desfecho:

“Opiniões dadas a público, como se fossem emitidas por especialistas neutros, são, em verdade, opiniões de advogados de réus do caso Lava Jato e, por conseguinte, de pessoas diretamente interessadas em encontrar nulidades onde elas não existem”.